Anúncio foi feito durante discurso no Congresso Nacional da Rede
Débora Bergamasco | O Globo
BRASÍLIA - A ex-senadora Marina Silva lançou ontem sua pré-candidatura à Presidência da República pela Rede Sustentabilidade durante o Congresso Nacional da legenda em Brasília.
Em seu discurso, lamentou a atual situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — que teve a prisão decretada pelo juiz federal Sergio Moro —, mas ressaltou que agora o petista terá que cumprir pena pelo crime que cometeu — Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP).
— Hoje (ontem) é um dia difícil, porque temos uma situação de um ex-presidente da República que está próximo a ter que cumprir a pena pela condenação dos crimes que praticou. Mas isso indica que estamos iniciando processo de mudança da lei que deve ser para todos — disse Marina.
A senadora não poupou adversários de outras legendas. Disse que “a lei será igualmente para todos” para que “os ‘Renans,’ os ‘Aécios,’ os ‘Padilhas’ e o ‘Temers’ não fiquem impunes”.
Em seu discurso e, depois, em entrevista coletiva à imprensa, Marina fez uso do tom que adotará em sua caminhada até a eleição. Defendeu o fim do foro privilegiado, reforçou seu apoio ao cumprimento de pena após a condenação em segunda instância e destacou que se colocará como uma alternativa de ética.
DISCURSO ELEITORAL DEFINIDO
Marina vai bater na tecla de que a sociedade está cansada de não ter a quem endereçar suas indignações e reivindicações, pois ao procurar o Palácio do Planalto, encontra um presidente (Michel Temer) investigado por suspeitas de corrupção. Ao se dirigir ao Congresso Nacional, em suas palavras, o cidadão se depara com cerca de 200 parlamentares que foram ou estão sendo investigados.
A estratégia, portanto, é se colocar como via alternativa de conexão com as insatisfações do eleitor. O material de précampanha da Rede estampa o slogan “Não dá para querer mudar e não mudar. 2018 chegou”.
Pré-candidata ao Palácio do Planalto pela terceira vez consecutiva, ela disse que no plano econômico defenderá o investimento em energia limpa e renovável. Também defendeu que o país poderia gastar, com investimentos, mais da metade do percentual de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Ou seja, se o PIB brasileiro crescer 4% em um ano, o governo deveria aumentar a sua taxa de investimentos em 2%. Por fim, se comprometeu a novamente apresentar antes do pleito um programa de governo, assim como fez em 2014, quando acabou desconstruída por seus adversários.
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