Lydia Medeiros | O Globo
“Meu nome é tumulto”, escreveu o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, num dos versos de “Nosso Tempo”. No PT, e fora dele, há quem acredite que a recente ofensiva de deputados e advogados na defesa de Lula tem um objetivo quase drummondiano — tumultuar a política em defesa de um político que é réu em condições jurídicas reconhecidas como “muito difíceis”, como já qualificou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
A mais nova criação dos defensores de Lula é a tese da “inelegibilidade provisória”. Funcionaria assim: faz-se o pedido de registro da candidatura de Lula em 15 de agosto, e, acreditam, a Justiça Eleitoral não poderá indeferir. No final de agosto, Lula aparece no horário eleitoral gratuito. Se o processo no TSE (e a impugnação do registro) correr apenas cumprindo os prazos mínimos, não haveria sentença antes da metade de setembro de 2018.
E ainda caberia recurso ao Supremo. Com isso, o processo eleitoral ficaria tumultuado por um réu preso, com condenação passada por três colegiados (TRF-4, STJ e STF). É o plano, sem garantia de êxito. Do outro lado, no PT, teme-se por fatos (realmente) novos. Principalmente, na delação do ex-ministro Antonio Palocci.
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