Tucano tenta evitar que a impopularidade do presidente cole na sua imagem e o prejudique na corrida eleitoral.
Dimitrius Dantas | O Globo
SÃO PAULO - O governador Geraldo Alckmin, que durante o debate desta sexta-feira na RedeTV!, tentou se afastar das ligações com o governo Temer feitas por Ciro Gomes, disse neste sábado que o atual presidente sequer gosta dele. Apoiado pelo centrão, grupo de partidos que deu suporte ao político do MDB na Presidência, o tucano vem tentando evitar que a impopularidade do presidente cole na sua imagem e o prejudique na corrida eleitoral.
Na última quinta-feira, em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", o presidente, questionado sobre o arco de alianças montado por Alckmin com partidos da base aliada, respondeu: "Se você dissesse: ‘quem o governo apoia?’. Parece que é o Alckmin, né?".
Na sexta, durante o debate, o ex-governador de São Paulo foi questionado por Ciro Gomes, do PDT, em relação ao seu apoio a um dos principais projetos aprovados por Temer, a PEC do Teto. Alckmin tentou se afastar do governo e disse que a PEC só foi necessária em razão do desequilíbrio financeiro que teria sido causado pelos governos do PT.
Neste sábado, na saída de um evento que participou, questionado sobre a tentativa de impugnação de sua candidatura que estaria sendo analisada pela coligação do MDB apesar da sinalização de Temer na entrevista, Alckmin respondeu:
— Não tem apoio nenhum. O Temer nem gosta de mim. Quando houve a ação para investigá-lo, a bancada inteira de São Paulo votou pela investigação - afirmou.
Na última sexta-feira, advogados da coligação MDB-PHS, cujo candidato à Presidência é Henrique Meirelles, pediram ao Tribunal Superior Eleitoral a impugnação da candidatura de Alckmin (PSDB). Eles argumentaram que as atas de seis partidos que compõem a coligação de Alckmin (PTB, PP, PR, DEM, PRB e SD) estão irregulares, já que não exibem expressa concordância com a participação de todos os partidos na aliança.
O tucano destacou que tanto o presidente quanto o seu partido, o MDB, têm candidato próprio, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Durante sua campanha, Meirelles também vem tentando apresentar uma imagem independente, afirmando que também participou do governo Lula como presidente do Banco Central.
— Não tem o menor sentido porque o presidente tem candidato, que é o Meirelles. E o MDB tem candidato que é também o Meirelles - afirmou Alckmin.
Em relação aos rumores sobre a impugnação, Alckmin minimizou a questão.
— Isso daí é tapetão puro - disse, lembrando que foi a todas as convenções. - Não tem o menor sentido querer fraudar a vontade do partido político na aliança.
O candidato do PSDB participou na manhã deste sábado de um ato de apoio a sua campanha, realizado pelo nanico PHN, ao lado de sua candidata a vice, a senadora Ana Amélia Lemos. O tucano fará sua primeira viagem após o início oficial da campanha e irá para o Pará.
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