- Blog do Noblat / Veja
Pior do que a encomenda
… onde o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete da Segurança Institucional, o mais ouvido pelo presidente, primeiro desacredita um estudo científico que apontou o aumento do desmatamento na Amazônia, para em seguida afirmar, com base em vídeos do Youtube e mensagens do WhatsApp, que as salas de aula do país estão tomadas “pela doutrinação ideológica?
Onde o ministro da Cidadania engaveta uma pesquisa que custou caro à Fiocruz só por que ela desmente a lenda de que o Brasil é vítima de uma epidemia de drogas? Onde a ministra da Mulher diz ter-se encontrado com Jesus no alto de uma goiabeira? E o ministro da Economia, embora apoiado pela mídia, não perde a chance de acusá-la de estar “a fim de bagunçar”?
Trata-se do governo do capitão, gente, que derrotou a esquerda há sete meses, mas que a vê ameaçadora em cada esquina, expelindo fogo pelas ventas, e forte o suficiente para arrebatar-lhe o poder a qualquer momento. Sim, o capitão que se sentiu obrigado, ontem, a remeter uma carta aos seus aliados no Senado porque apenas sua palavra não bastaria para convencê-los a votar assim ou assado.
Enquanto isso… Enquanto isso o desemprego aumenta, a economia permanece ao rés-do-chão e o tempo passa sem que se veja luz no fim do túnel, só breu por ora.
Pacto de espuma
Café amargo
Convidados pelo presidente Jair Bolsonaro a discutirem ao café da manhã no Palácio do Planalto um pacto entre os três poderes da República para salvar o país da depressão econômica, os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal saíram de lá sem ter a mínima ideia de que pacto seria esse.
Imaginaram que seriam apresentados por Bolsonaro a uma lista de propostas pelo menos possíveis de serem examinadas, mas não. Não havia proposta alguma, nunca houve. Promete o governo que as apresentará na próxima semana. Os convivas tomaram café e posaram para fotos ao lado do presidente.
E o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, o pixuleco das manifestações bolsonaristas do último domingo, ainda teve que ouvir Bolsonaro dizer que é mais forte do que ele. Porque Maia pode ajudar a fazer leis. Mas ele, Bolsonaro, pode assinar decretos e remetê-los ao Congresso.
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