Acordo desafia o presidente a rever a intenção de desmontar o sistema de proteção ao meio ambiente
O teste do choque coma realidade é sempre pedagógico, desmascara qualquer discurso irreal. A vociferação do presidente Bolsonaro, na campanha e depois de eleito, contra a preservação do meio ambiente enfrentou contestações quando o ex-capitão foi alertado por representantes do agronegócio, o segmento mais dinâmico da economia brasileira, que relaxar na preservação significa causar prejuízos sérios às exportações de alimentos, em que o Brasil é um dos líderes mundiais.
Cresceu muito e tende ase fortalecer ainda mais o poder político dos movimentos preservacionistas, em função da crescente consciência de que não haverá futuro se acordos como o de Paris, para ajudar na mitigação do aquecimento global, não forem cumpridos.
E o Acordo de Paris foi alvo de Bolsonaro. As reações à ameaça de retirar o país do tratado devem ter aconselhado o ex-capitão a recuar. O fechamento do acordo entre Mercosul e União
Europeia (UE), condicionado à manutenção do país no entendimento multilateral sobre o clima, funciona agora como forte pressão para que o Planalto se curve à necessidade da preservação do meio ambiente.
Precisa ser reconhecido o pragmatismo do governo Bolsonaro, que, na prática, engaveta o anti preservacionismo, em no mede um tratado de comércio capaz de alavancar o crescimento da região. Mais do que isso, promoverá a expansão interconectando as economias locais a cadeias globais de produção, necessário para o Brasil, por exemplo, modernizara indústria e diversificar a pauta de exportações, muito dependente de produtos primários.
Agora, o governo precisa demonstrara seriedade do compromisso assumido. Não pode passar despercebido que o desmatamento na Amazônia cresceu em junho 60% em relação ao mesmo mês do ano passado. O Planalto precisa mostrar serviço, deixando claro, poucos dias após o anúncio da aliança comercial Mercosul-UE, que o governo mudou de rumo na questão do meio ambiente.
A destruição em junho de 762,3 quilômetros quadrados de floresta equivale ao desmatamento de uma área duas vezes maior que ad acidade de Belo Horizonte. Nos primeiros seis meses de 2019, motosserras e equivalentes varreram o espaço ocupa dopo rum acida dede São Paulo e meia. É lógico relacionar o avanço do desflorestamento ao estímulo dado pela simples chegada do governo Bolsonaro.
Agora, ele terá de dar meia-volta. Não poderá, por exemplo, executar o desmonte do sistema de monitoramento e fiscalização, em especial da Amazônia. Para dar um primeiro aceno aos parceiros europeus e ao mundo, já deveria, por exemplo, recuar na ideia de rever o Fundo Amazônia, sustentado pela Noruega e Alemanha e gerenciado pelo BNDES, para financiar projetos de preservação da região. No aspecto ambiental, o governo Bolsonaro terá de começar de novo.
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