- Blog do Noblat / Metrópoles
Exército nega acesso ao conteúdo do
processo administrativo aberto para apurar transgressão disciplinar do
ex-ministro da Saúde
Além do presidente Jair
Bolsonaro, do que mais tem medo o Exército para que considere
segredo a ser guardado por 100 anos o conteúdo do processo administrativo que
deveria ter punido, mas que não puniu o general da ativa Eduardo Pazuello,
ex-ministro da Saúde, que pedalou uma moto, subiu em um carro de som e
discursou em uma manifestação político-partidária?
O jornal O GLOBO, com base na Lei de Acesso
à Informações, pediu acesso ao processo. O Exército, com base em dispositivo da
mesma lei, respondeu que o processo contém informações pessoais e deveria ser
mantido em segredo. Por quanto tempo? Dez, vinte, trinta anos, o que já seria
um exagero? Não. Por um século. Quantos bebês viverão tanto para conhecer o que
se passou?
O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Noronha, que perdoou Pazuello por desrespeitar o Regulamento Disciplinar da Arma, foi o mesmo que decidiu a favor da manutenção do segredo secular. Contrariou o entendimento da Controladoria Geral da União de que procedimento administrativo só deve ficar sob segredo enquanto não tiver sido concluído. Não é o caso.
Não havia muito que apurar. O episódio foi
público, filmado e fotografado. Pazuello voou para a manifestação de
motociclistas no Rio na companhia do presidente. Montou numa moto e percorreu
pouco mais de 30 quilômetros, da Barra da Tijuca, onde Bolsonaro tem casa, até
o Aterro do Flamengo. Ali, a convite de Bolsonaro, subiu num carro de som e fez
um curto discurso.
Em sua defesa, escrita e oral, negou a
natureza partidária da manifestação, alegando que o presidente não tem partido.
Argumentou que não poderia desobedecer a uma ordem do Supremo Comandante das
Forças Armadas. Sim, e lembrou que em sua ficha de militar nada consta que
desabone sua biografia. É o que se sabe. Que mais acrescentou para que o sigilo
se justifique?
Duvido que meu neto caçula viva até 2121
para saber.
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