Folha de S. Paulo
Próximo ao filho 01, Silvinei Vasques tem
uma longa ficha corrida
O período de Bolsonaro em Brasília não poderia terminar
sem a revelação de mais uma figura nefasta: o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, cuja atuação nas eleições e na repressão
aos bloqueios de rodovias será investigada pela PF, a pedido do Ministério
Público.
No domingo de votação, Vasques promoveu operações para impedir o transporte de eleitores, sobretudo no Nordeste — o que comprova o uso ilegal da máquina pública na campanha de Bolsonaro. Depois permitiu que bandos de lunáticos, com filhos no colo, fechassem e ateassem fogo nas estradas. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, o intimou a apresentar a lista de veículos e pessoas autuadas durante os bloqueios, mas também deveria pedir os vídeos com declarações de membros da corporação em apoio aos golpistas.
Próximo ao filho 01, Vasques só foi
indicado ao cargo por ser bolsonarista de carteirinha. Sua ficha não o
credenciava. O repórter Allan de Abreu revelou que ele havia sido investigado
por cobrar propina de uma empresa de guincho que atuava em Joinville (SC).
Segundo consta no inquérito, o agente ameaçou matar um dos chantageados
"com um tiro na testa".
Em 2000, foi processado por espancar um
frentista. A vítima ganhou na Justiça uma indenização de R$ 71 mil, valor que
até hoje não foi pago. O caso levou a corregedoria da PRF a pedir a expulsão de
Vasques, mas a investigação prescreveu. Ao longo da carreira, ele já respondeu
a oito sindicâncias internas. Os processos, no entanto, estão protegidos por
sigilo de 100 anos, decretado pelo governo federal.
Alinhada ideologicamente a Bolsonaro, a PRF
foi utilizada em operações que resultaram em chacinas dentro de favelas,
ampliando sua função para além da fiscalização das estradas. Com Vasques no
comando, a instituição conseguiu a maior mancha de sua história: o assassinato de Genivaldo de Jesus, por asfixia, no
porta-malas de uma viatura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário