CIDADE FEUDALIZADA
PALAVRA DE ESPECIALISTA
Luiz Werneck Vianna – Professor do IUPERJ
A cidade do Rio está dividida em feudos eleitorais, tanto nas áreas urbanas quanto nas comunidades carentes. Mas, nas favelas cariocas, os currais eleitorais exibem sua face mais perversa, impedindo candidatos de fazer campanha e coagindo moradores a votarem nos escolhidos pelo tráfico ou pelas milícias. A opinião é do cientista político Luiz Werneck Vianna, do IUPERJ.
- A cidade está toda feudalizada. Nos setores subalternos, pela milícia, pelo tráfico. No mundo urbano, igualmente está feudalizada. Cada pequeno lugar, cada esquina, onde há possibilidade de uma vida mercantil qualquer, tem alguém ligado a uma subprefeitura, a uma administração regional. A orla marítima é um exemplo. A cidade está toda ela repartida em territórios, e cada território entregue a donatários. A diferença é que, nas favelas, o território não é livre. Na praia e em outras áreas urbanas, os candidatos podem circular.
Para Werneck Vianna, o fenômeno que se reproduz também nos centros sociais de candidatos, tem outra conseqüência preocupante: o fim do voto de opinião no Rio, cidade tradicionalmente conhecida por essa característica. Ele lembra a Câmara de Vereadores, com raras exceções, está ocupada por expressões dessas clientelas, com trabalhos ditos assistenciais dominando o cenário eleitoral.
- Se essa feudalização ocorre até na parte nobre da cidade, onde o Estado pode ser melhor percebido, imagine no mundo popular. Ai, o curral eleitoral atua mais fortemente , com coação física aos moradores e uso da violência. O voto popular no Rio de Janeiro não é livre.
Para o professor, embora os candidatos que disputam o voto de opinião, como Chico Alencar (PSOL), Fernando Gabeira (PV), Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (PT), critiquem com mais freqüência, é dever de todos os candidatos denunciar os currais. Ele ressalta que, nesta eleição, está se consolidando uma estratégia perigosa por parte dos milicianos: agora não tentam só ter acesso aos políticos, mas trabalham para serem eleitos também.
(Cláudia Lamego)
PALAVRA DE ESPECIALISTA
Luiz Werneck Vianna – Professor do IUPERJ
A cidade do Rio está dividida em feudos eleitorais, tanto nas áreas urbanas quanto nas comunidades carentes. Mas, nas favelas cariocas, os currais eleitorais exibem sua face mais perversa, impedindo candidatos de fazer campanha e coagindo moradores a votarem nos escolhidos pelo tráfico ou pelas milícias. A opinião é do cientista político Luiz Werneck Vianna, do IUPERJ.
- A cidade está toda feudalizada. Nos setores subalternos, pela milícia, pelo tráfico. No mundo urbano, igualmente está feudalizada. Cada pequeno lugar, cada esquina, onde há possibilidade de uma vida mercantil qualquer, tem alguém ligado a uma subprefeitura, a uma administração regional. A orla marítima é um exemplo. A cidade está toda ela repartida em territórios, e cada território entregue a donatários. A diferença é que, nas favelas, o território não é livre. Na praia e em outras áreas urbanas, os candidatos podem circular.
Para Werneck Vianna, o fenômeno que se reproduz também nos centros sociais de candidatos, tem outra conseqüência preocupante: o fim do voto de opinião no Rio, cidade tradicionalmente conhecida por essa característica. Ele lembra a Câmara de Vereadores, com raras exceções, está ocupada por expressões dessas clientelas, com trabalhos ditos assistenciais dominando o cenário eleitoral.
- Se essa feudalização ocorre até na parte nobre da cidade, onde o Estado pode ser melhor percebido, imagine no mundo popular. Ai, o curral eleitoral atua mais fortemente , com coação física aos moradores e uso da violência. O voto popular no Rio de Janeiro não é livre.
Para o professor, embora os candidatos que disputam o voto de opinião, como Chico Alencar (PSOL), Fernando Gabeira (PV), Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (PT), critiquem com mais freqüência, é dever de todos os candidatos denunciar os currais. Ele ressalta que, nesta eleição, está se consolidando uma estratégia perigosa por parte dos milicianos: agora não tentam só ter acesso aos políticos, mas trabalham para serem eleitos também.
(Cláudia Lamego)
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