Jarbas de Holanda
Ao lado do sucesso de Aécio Neves na rápida afirmação de seu candidato a prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e da contenda que se torna acirrada em São Paulo para a definição do adversário – Geraldo Alckmin ou Gilberto Kassab – da petista Marta Suplicy, no segundo turno, cujo resultado terá implicação relevante para o projeto presidencial de José Serra, a disputa na outra grande capital do Sudeste, o Rio, que começou desqualificada por enorme fragmentação partidária, ganhou nova dimensão de duas semanas para cá com a forte decolagem do candidato do governador Sérgio Cabral, o neopeemedebista Eduardo Paes (que na última pesquisa do Datafolha já assumiu a liderança da corrida, ultrapassando Marcelo Crivella, do PRB, por 25% a 21% reduzindo a 12% o índice de Jandira Feghali, do PCdoB, e despontando como favorito no segundo turno). Num contexto em que a divisão dos partidos de esquerda e da base governista federal deixa o presidente Lula à margem do processo e favorece ampla capitalização por Cabral.
Assim, e depois de cancelar o apoio dado ao petista Alessandro Molon (sob pressão do Palácio do Planalto articulada pelo ministro Tarso Genro), assumindo o risco do lançamento de um candidato próprio do PMDB, Sérgio Cabral reforça sua influência no partido, contra o que resta da do antecessor Anthony Garotinho, e reordena a cena política carioca. Por meio da alternativa centrista representada por Eduardo Paes, que o distingue da esquerda, que acentua o desgaste da centro-direita do prefeito César Maia e que propicia o bloqueio – agora bastante provável – à emergência do populismo evangélico de Crivella.
O primeiro dividendo político-econômico significativo do governador do Rio com a “virada” de seu candidato nessa disputa eleitoral foi ter conseguido, enfim, que o presidente Lula atendesse a seu pleito de privatização do aeroporto Tom Jobim, ou do Galeão, que era barrado, de um lado, pela Infraero e, de outro, por resistências estatizantes da Casa Civil do Planalto. A insistente cobrança de moderna e eficiente gestão privada do Galeão, reforçada como parte da preparação do Rio para a Copa do Mundo de 2014, insere-se nos dois traços inovadores mais expressivos do governo de Cabral – a política de segurança, de forte enfrentamento da criminalidade, e a combinação de política econômica e fiscal séria (executada pelo secretário da Fazenda Joaquim Levy) com ações decididas e consistentes para a atração de investimentos privados, internos e externos. Por outro lado, a decisão sobre o Galeão, beneficiou também São Paulo, ao ser de pronto estendida ao aeroporto de Viracopos e por ter desatado o anúncio pelo ministro da Defesa Nelson Jobim do início de estudo para a construção e operação pela iniciativa privada do quarto terminal aeroportuário paulista.
Cenários do Rio e de BH aumentam para Lula peso da disputa em São Paulo
O cenário do Rio e o da capital mineira – onde as contestações da direção nacional do PT e dos ministros Luís Dulci e Patrus Ananias à aliança do governador Aécio Neves com o prefeito Fernando Pimentel em torno de Márcio Lacerda deixam Lula sem papel na campanha eleitoral – tornam a disputa paulistana ainda importante para ele. Por causa da necessidade de vitória do lulismo numa das três capitais do Sudeste e porque esta é a que lhe propicia um confronto direto com o pólo central dos tucanos e com a candidatura presidencial de ostensivo caráter oposicionista, a de José Serra. Necessidade acentuada pela provável derrota do PT e aliados nas três capitais do Sul (em contraposição ao que deverá ocorrer em boa maioria das do Nordeste, do Norte e até do Centro-Oeste, e apesar do forte crescimento da popularidade do chefe do governo em todo o país).
Daí, a antecipação já feita, e a ser ampliada, do esforço do Palácio do Planalto e do próprio Lula em favor de candidatura de Marta Suplicy, que inclui a tentativa de eleição dela em primeiro turno, a qual segue sendo improvável, e o preparo de uma ofensiva em grande escala para o turno final. Daí também, em face das implicações ainda mais decisivas que tal disputa tem para o governador Serra, a prioridade que ele passa a atribuir, na administração da complicada contenda entre Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, à seleção daquele com melhores condições de enfrentar Marta no segundo turno, mesmo que não seja o candidato de sua preferência pessoal.
Ao lado do sucesso de Aécio Neves na rápida afirmação de seu candidato a prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e da contenda que se torna acirrada em São Paulo para a definição do adversário – Geraldo Alckmin ou Gilberto Kassab – da petista Marta Suplicy, no segundo turno, cujo resultado terá implicação relevante para o projeto presidencial de José Serra, a disputa na outra grande capital do Sudeste, o Rio, que começou desqualificada por enorme fragmentação partidária, ganhou nova dimensão de duas semanas para cá com a forte decolagem do candidato do governador Sérgio Cabral, o neopeemedebista Eduardo Paes (que na última pesquisa do Datafolha já assumiu a liderança da corrida, ultrapassando Marcelo Crivella, do PRB, por 25% a 21% reduzindo a 12% o índice de Jandira Feghali, do PCdoB, e despontando como favorito no segundo turno). Num contexto em que a divisão dos partidos de esquerda e da base governista federal deixa o presidente Lula à margem do processo e favorece ampla capitalização por Cabral.
Assim, e depois de cancelar o apoio dado ao petista Alessandro Molon (sob pressão do Palácio do Planalto articulada pelo ministro Tarso Genro), assumindo o risco do lançamento de um candidato próprio do PMDB, Sérgio Cabral reforça sua influência no partido, contra o que resta da do antecessor Anthony Garotinho, e reordena a cena política carioca. Por meio da alternativa centrista representada por Eduardo Paes, que o distingue da esquerda, que acentua o desgaste da centro-direita do prefeito César Maia e que propicia o bloqueio – agora bastante provável – à emergência do populismo evangélico de Crivella.
O primeiro dividendo político-econômico significativo do governador do Rio com a “virada” de seu candidato nessa disputa eleitoral foi ter conseguido, enfim, que o presidente Lula atendesse a seu pleito de privatização do aeroporto Tom Jobim, ou do Galeão, que era barrado, de um lado, pela Infraero e, de outro, por resistências estatizantes da Casa Civil do Planalto. A insistente cobrança de moderna e eficiente gestão privada do Galeão, reforçada como parte da preparação do Rio para a Copa do Mundo de 2014, insere-se nos dois traços inovadores mais expressivos do governo de Cabral – a política de segurança, de forte enfrentamento da criminalidade, e a combinação de política econômica e fiscal séria (executada pelo secretário da Fazenda Joaquim Levy) com ações decididas e consistentes para a atração de investimentos privados, internos e externos. Por outro lado, a decisão sobre o Galeão, beneficiou também São Paulo, ao ser de pronto estendida ao aeroporto de Viracopos e por ter desatado o anúncio pelo ministro da Defesa Nelson Jobim do início de estudo para a construção e operação pela iniciativa privada do quarto terminal aeroportuário paulista.
Cenários do Rio e de BH aumentam para Lula peso da disputa em São Paulo
O cenário do Rio e o da capital mineira – onde as contestações da direção nacional do PT e dos ministros Luís Dulci e Patrus Ananias à aliança do governador Aécio Neves com o prefeito Fernando Pimentel em torno de Márcio Lacerda deixam Lula sem papel na campanha eleitoral – tornam a disputa paulistana ainda importante para ele. Por causa da necessidade de vitória do lulismo numa das três capitais do Sudeste e porque esta é a que lhe propicia um confronto direto com o pólo central dos tucanos e com a candidatura presidencial de ostensivo caráter oposicionista, a de José Serra. Necessidade acentuada pela provável derrota do PT e aliados nas três capitais do Sul (em contraposição ao que deverá ocorrer em boa maioria das do Nordeste, do Norte e até do Centro-Oeste, e apesar do forte crescimento da popularidade do chefe do governo em todo o país).
Daí, a antecipação já feita, e a ser ampliada, do esforço do Palácio do Planalto e do próprio Lula em favor de candidatura de Marta Suplicy, que inclui a tentativa de eleição dela em primeiro turno, a qual segue sendo improvável, e o preparo de uma ofensiva em grande escala para o turno final. Daí também, em face das implicações ainda mais decisivas que tal disputa tem para o governador Serra, a prioridade que ele passa a atribuir, na administração da complicada contenda entre Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, à seleção daquele com melhores condições de enfrentar Marta no segundo turno, mesmo que não seja o candidato de sua preferência pessoal.
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