Silvia Amorim
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Ex-governador assume Secretaria de Desenvolvimento e diz que antigo rival no PSDB é "importante candidato"
Dois anos e nove meses depois de deixar o Palácio dos Bandeirantes, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltou ontem ao governo do Estado, desta vez para integrar o secretariado de seu sucessor, José Serra (PSDB). Alckmin comandará a Secretaria de Desenvolvimento, que estava sendo pilotada pelo vice-governador Alberto Goldman.
A nomeação foi anunciada por Serra à tarde. Acompanhado de Goldman, ele anunciou o novo colaborador com uma lista de adjetivos. “É uma opção excelente para a área e uma grande honra para nós tê-lo no governo. Ele trará uma contribuição preciosa”, afirmou. “Tenho certeza de que ele vai tocar muito bem isso num nível de excelência”, emendou, ao citar os projetos estratégicos sob responsabilidade da secretaria.
Alckmin, que vinha enfrentando situação delicada no PSDB - até com rumores de sua saída do partido, principalmente depois da sua derrota na eleição à prefeitura paulistana no ano passado -, assumiu o posto pregando unidade. “Venho para somar, unir e trabalhar”, disse. Goldman fez coro ao substituto. “Estamos absolutamente unidos como sempre estivemos.”
Em seu pronunciamento, o ex-governador também deixou claro quem vai apoiar para candidato do PSDB à Presidência em 2010. “O governador José Serra desponta como importante candidato do nosso partido”, defendeu. Desde 2006, Alckmin vinha demonstrando ter ligações mais estreitas com o governador de Minas, Aécio Neves, do que com Serra. O gesto agora do governador muda esse cenário.
Depois de ter ocupado por seis anos o posto de maior autoridade do Estado, Alckmin negou que assumir a secretaria seja um retrocesso em sua carreira política. “O que me motiva é servir. Política é serviço. Já servi como vice-governador, governador, deputado estadual e federal, prefeito e agora vou servir à população de São Paulo dando o melhor de mim.”
Serra tem agora em seu governo os dois principais nomes cotados para concorrer à sua sucessão em 2010 pelo PSDB - Alckmin e o secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira - , já que seu plano é lançar-se à disputa presidencial em vez de tentar a reeleição. Apesar de faltar mais de um ano para a eleição, a briga de forças entre defensores da candidatura de Alckmin e de Aloysio já corre solta nos bastidores. Serra, em seu discurso, fez questão de frisar que a escolha do ex-governador tinha a concordância de “todos no governo”.
Serra, Alckmin e Goldman negaram qualquer vinculação político-eleitoral na movimentação.
“Não tem sucessão estadual metida no meio. Estou no meio do meu mandato”, argumentou o governador. Segundo ele, a troca se fez necessária porque o governo estava “sobrecarregado”. Goldman, na palavras do governador, deixa a secretaria para se dedicar integralmente às funções de vice. “Do meu lado, ele vai ter um papel importante na coordenação e articulação das ações de governo, vai se envolver muito mais com as ações globais”, explicou Serra. Para Alckmin, a “eleição está longe”. “Tudo tem seu tempo. Agora não é hora de discussão de questões de natureza eleitoral”, disse.
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