Fernanda Odilla
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
A ministra Dilma enfrentou diferentes testes de popularidade nas duas últimas semanas. Discursou para empresários, sem-casa e sem-terra, estudantes de medicina, metalúrgicos, mulheres, profissionais da saúde, deputados e senadores nordestinos e bispos. Não perdeu oportunidade de antecipar, a conta-gotas, detalhes do novo programa habitacional do governo.
Nem hesitou em distribuir abraços, beijos, autógrafos e sorrisos.
Em redutos de esquerda ou entre beneficiários de programas federais, ela obteve respostas positivas. Foi recebida por 200 mulheres em Salvador com um "Brasil, urgente, Dilma presidente".
Só não foi mais aplaudida que Lula durante visita à periferia de Vitória (ES), onde ganhou um pingente, que colocou imediatamente no pescoço.
"Vejo isso como uma manifestação de carinho, não tem um significado maior. Não estamos num momento eleitoral", afirmou à Folha. Nem a fase "paz e amor" que incorporou junto com as marcas (ainda visíveis, em especial nas pálpebras) de uma plástica na face a afastam de alguns gestos mais "duros" quando o assunto é 2010. A ex-guerrilheira avisa que pensa em criar um grupo de perguntas sobre as quais não responde "nem amarrada". Mas acaba, enfim, dando a senha: "Isso [atitude de candidata] não é para agora".
Em Feira de Santana (BA), durante visita a obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), houve tumulto para abraçar, beijar e tirar foto com a ministra, que ganhou (mas não usou) boné do MST. Mas, mesmo prometendo casa grátis, não arrancou aplausos efusivos. Segundo seus estrategistas, ela precisa melhorar sua comunicação. "Ela é muito sincera, mas fala difícil", diz alguém do público-alvo, a dona de casa Euzani Gama, 65, após ouvir a ministra na Bahia.
Nas duas primeiras semanas de março, Dilma passou por nove cidades -sete delas sem o presidente- e foi para os EUA com Lula, carregando na bagagem a receita contra a crise: obras subsidiadas pelo Executivo. Se a estratégia funcionar, a ideia do PT é associar tal sucesso a Dilma. Ela está hoje na fase de "conhecer melhor" seu partido. A partir do dia 23, será a estrela de nove seminários da fundação petista Perseu Abramo sobre a crise. Fundadora do PDT gaúcho, Dilma só entrou no PT em 1999.
Nos últimos dias, enquanto esteve no Planalto, dedicou-se quase exclusivamente à confecção do novo plano habitacional do governo. Fora, aproveitou uma brecha na agenda das viagens para assistir a uma missa do padre Marcelo Rossi em São Paulo. Diante de 20 mil fiéis, leu um trecho na Bíblia sugestivo: "Põe em meus lábios um discurso atraente, quando eu estiver diante do leão".
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
A ministra Dilma enfrentou diferentes testes de popularidade nas duas últimas semanas. Discursou para empresários, sem-casa e sem-terra, estudantes de medicina, metalúrgicos, mulheres, profissionais da saúde, deputados e senadores nordestinos e bispos. Não perdeu oportunidade de antecipar, a conta-gotas, detalhes do novo programa habitacional do governo.
Nem hesitou em distribuir abraços, beijos, autógrafos e sorrisos.
Em redutos de esquerda ou entre beneficiários de programas federais, ela obteve respostas positivas. Foi recebida por 200 mulheres em Salvador com um "Brasil, urgente, Dilma presidente".
Só não foi mais aplaudida que Lula durante visita à periferia de Vitória (ES), onde ganhou um pingente, que colocou imediatamente no pescoço.
"Vejo isso como uma manifestação de carinho, não tem um significado maior. Não estamos num momento eleitoral", afirmou à Folha. Nem a fase "paz e amor" que incorporou junto com as marcas (ainda visíveis, em especial nas pálpebras) de uma plástica na face a afastam de alguns gestos mais "duros" quando o assunto é 2010. A ex-guerrilheira avisa que pensa em criar um grupo de perguntas sobre as quais não responde "nem amarrada". Mas acaba, enfim, dando a senha: "Isso [atitude de candidata] não é para agora".
Em Feira de Santana (BA), durante visita a obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), houve tumulto para abraçar, beijar e tirar foto com a ministra, que ganhou (mas não usou) boné do MST. Mas, mesmo prometendo casa grátis, não arrancou aplausos efusivos. Segundo seus estrategistas, ela precisa melhorar sua comunicação. "Ela é muito sincera, mas fala difícil", diz alguém do público-alvo, a dona de casa Euzani Gama, 65, após ouvir a ministra na Bahia.
Nas duas primeiras semanas de março, Dilma passou por nove cidades -sete delas sem o presidente- e foi para os EUA com Lula, carregando na bagagem a receita contra a crise: obras subsidiadas pelo Executivo. Se a estratégia funcionar, a ideia do PT é associar tal sucesso a Dilma. Ela está hoje na fase de "conhecer melhor" seu partido. A partir do dia 23, será a estrela de nove seminários da fundação petista Perseu Abramo sobre a crise. Fundadora do PDT gaúcho, Dilma só entrou no PT em 1999.
Nos últimos dias, enquanto esteve no Planalto, dedicou-se quase exclusivamente à confecção do novo plano habitacional do governo. Fora, aproveitou uma brecha na agenda das viagens para assistir a uma missa do padre Marcelo Rossi em São Paulo. Diante de 20 mil fiéis, leu um trecho na Bíblia sugestivo: "Põe em meus lábios um discurso atraente, quando eu estiver diante do leão".
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