DEU EM O GLOBO
Presidente diz que trabalhador não ganha em crises: o importante é produzir mais para gerar emprego
O presidente Lula recorreu à sua biografia de sindicalista e sugeriu ontem que, nestes tempos de crise, os trabalhadores não peçam aumento salarial. “Hoje, mais do que fazer uma pauta de reivindicações pedindo aumento, temos que contribuir para que a empresa venda mais e contrate”, disse, durante uma feira de construção em São Paulo. Depois acrescentou: “Não existe possibilidade na história do mundo de os trabalhadores se beneficiarem em hora de crise.”
Balanços de empresas exportadoras, como Embraer, Sadia e Aracruz, divulgados ontem, trouxeram grandes prejuízos no quarto trimestre. A alta do dólar, as perdas no mercado financeiro e a queda das vendas fizeram as companhias amargar um desempenho pífio também no ano. O resultado foi uma forte desvalorização nos preços das ações: Embraer a Aracruz tiveram as maiores quedas na Bovespa: -8,50% e -7,27%, respectivamente. A declaração de Lula de que a crise foi provocada por “gente branca e de olhos azuis” repercutiu na imprensa internacional.
Lula: trabalhadores não devem pedir aumento
Sobre pacote habitacional, presidente diz que objetivo é combater a crise e resolver o problema de moradia dos pobres
SÃO PAULO. Lembrando sua experiência como sindicalista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou ontem que os trabalhadores não peçam aumento de salário neste momento de crise mundial e contribuam para que as empresas possam recuperar as vendas, em vez de apresentar uma pauta de reivindicações com reajustes.
Segundo Lula, o trabalhador deve ajudar a empresa a vender mais para que não sofra o impacto direto da crise e possa manter os empregos.
— Como eu fui sindicalista e sei que quando há uma crise econômica, que a empresa não está vendendo seu produto, não há como a gente brigar para segurar o trabalhador se não há produção. Portanto, nós, hoje, mais do que fazer uma pauta de reivindicações pedindo mais aumento, temos que contribuir para que a empresa venda mais, porque quanto mais ela vender, mais vai ter que contratar trabalhador e mais a gente vai poder reivindicar aumento.
Para Lula, em época de crise o trabalhador não tem como levar vantagem alguma.
— Não existe possibilidade na história do mundo de os trabalhadores se beneficiarem em hora de crise. Não existe nem no Brasil, nem nos Estados Unidos, nem na Suécia, nem na Finlândia, muito menos no Reino Unido. Época de crise é época em que todos perdem — disse, em discurso durante visita na 17aFeira da Indústria da Construção (Feicon).
Em defesa do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, lançado esta semana, Lula disse que o projeto cumpre dois importantes objetivos: combater a crise e resolver o problema de moradia dos pobres do país.
Mais uma vez garantiu que não vai lançar nenhum pacote econômico, para evitar a criação de “esqueletos”, que os governos têm que pagar 20 anos depois, como o Plano Bresser, o Plano Verão e o Plano Collor. E deixou clara a proposta que vai levar ao G-20 no dia 2 de abril: — Se a gente ficar com medo, tentando resolver apenas os problemas dos banqueiros que quebraram, a crise não vai acabar nunca. É preciso que se coloque os títulos podres no arquivo morto, que se coloque dinheiro novo para se fazer crédito.
E vamos tocar o barco para a frente porque senão os pobres do mundo é que terão que pagar.
Todo mundo sabe disso.
Susto com valor do seguro e frustração com empresários Falando sobre as dificuldades para viabilizar o plano habitacional, cuja meta é construir um milhão de casas, Lula disse que levou “um susto” quando soube que o seguro poderia encarecer as prestações, sobretudo para os mais velhos, por isso o governo reduziu o valor.
— Tomei um susto porque me apresentaram uma escala dos juros para a política de seguro de vida. Um jovem como eu, com mais de 60 anos, teria que pagar de seguro de vida 37% do valor da prestação. Um cidadão, que eu acho que (representa) a maioria das pessoas que compram casas, de 35 anos a 45 anos, teria que pagar 10% do valor da sua prestação de seguro de vida. Então você começava a tornar proibitivo as pessoas terem casa, porque você criava muito obstáculo.
O presidente disse ter ficado frustrado quando os empresários consultados pelo governo disseram ter condições de construir 200 mil casas.
— Eu falei: 200 mil casas é muito pouco. Isso, a Caixa está fazendo, é preciso aumentar — disse Lula.
Lula: trabalhadores não devem pedir aumento
Sobre pacote habitacional, presidente diz que objetivo é combater a crise e resolver o problema de moradia dos pobres
SÃO PAULO. Lembrando sua experiência como sindicalista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou ontem que os trabalhadores não peçam aumento de salário neste momento de crise mundial e contribuam para que as empresas possam recuperar as vendas, em vez de apresentar uma pauta de reivindicações com reajustes.
Segundo Lula, o trabalhador deve ajudar a empresa a vender mais para que não sofra o impacto direto da crise e possa manter os empregos.
— Como eu fui sindicalista e sei que quando há uma crise econômica, que a empresa não está vendendo seu produto, não há como a gente brigar para segurar o trabalhador se não há produção. Portanto, nós, hoje, mais do que fazer uma pauta de reivindicações pedindo mais aumento, temos que contribuir para que a empresa venda mais, porque quanto mais ela vender, mais vai ter que contratar trabalhador e mais a gente vai poder reivindicar aumento.
Para Lula, em época de crise o trabalhador não tem como levar vantagem alguma.
— Não existe possibilidade na história do mundo de os trabalhadores se beneficiarem em hora de crise. Não existe nem no Brasil, nem nos Estados Unidos, nem na Suécia, nem na Finlândia, muito menos no Reino Unido. Época de crise é época em que todos perdem — disse, em discurso durante visita na 17aFeira da Indústria da Construção (Feicon).
Em defesa do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, lançado esta semana, Lula disse que o projeto cumpre dois importantes objetivos: combater a crise e resolver o problema de moradia dos pobres do país.
Mais uma vez garantiu que não vai lançar nenhum pacote econômico, para evitar a criação de “esqueletos”, que os governos têm que pagar 20 anos depois, como o Plano Bresser, o Plano Verão e o Plano Collor. E deixou clara a proposta que vai levar ao G-20 no dia 2 de abril: — Se a gente ficar com medo, tentando resolver apenas os problemas dos banqueiros que quebraram, a crise não vai acabar nunca. É preciso que se coloque os títulos podres no arquivo morto, que se coloque dinheiro novo para se fazer crédito.
E vamos tocar o barco para a frente porque senão os pobres do mundo é que terão que pagar.
Todo mundo sabe disso.
Susto com valor do seguro e frustração com empresários Falando sobre as dificuldades para viabilizar o plano habitacional, cuja meta é construir um milhão de casas, Lula disse que levou “um susto” quando soube que o seguro poderia encarecer as prestações, sobretudo para os mais velhos, por isso o governo reduziu o valor.
— Tomei um susto porque me apresentaram uma escala dos juros para a política de seguro de vida. Um jovem como eu, com mais de 60 anos, teria que pagar de seguro de vida 37% do valor da prestação. Um cidadão, que eu acho que (representa) a maioria das pessoas que compram casas, de 35 anos a 45 anos, teria que pagar 10% do valor da sua prestação de seguro de vida. Então você começava a tornar proibitivo as pessoas terem casa, porque você criava muito obstáculo.
O presidente disse ter ficado frustrado quando os empresários consultados pelo governo disseram ter condições de construir 200 mil casas.
— Eu falei: 200 mil casas é muito pouco. Isso, a Caixa está fazendo, é preciso aumentar — disse Lula.
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