Juca Kfouri
Comentário para o jornal da CBN
Gabriel García Márquez, em sua infinita criatividade, nem em seu extraordinário "Cem anos de solidão" foi capaz de imaginar situações como as vividas por dois brasileiros.
Por mais que o Brasil não tenha nenhum escritor que se inscreva no topo da literatura fantástica latino-americana, o país é pródigo em ser mais fantástico que a literatura.
Que outro país, por exemplo, tem um episódio como o de Tancredo Neves, o presidente que foi sem jamais ter sido?
E que outro país tem um ídolo como Ronaldo.
Depois de ter desafiado a realidade duas vezes, eis que ontem ele foi personagem de acontecimentos que beiram não só o fantástico, mas como, também, o surreal.
Entrou em campo num jogo aparentemente perdido para mudá-lo da água para o vinho, em apenas 31 minutos e cinco participações impressionantes.
Sofreu uma falta clara não marcada na entrada da área, deu um drible desconcertante num adversário, mandou um balaço no travessão do Palmeiras, deu um passe da linha de fundo para quase o empate corintiano, e, para coroar, marcou de cabeça, nos acréscimos o gol da vitória, da sua vitória.
O que será daqui para frente ao futuro pertence.
Mas o que já aconteceu em Presidente Prudente é suficiente para dizer que ele não é desse mundo.
Porque ninguém como Ronaldo tem sido capaz de fazer o real parecer um sonho ou fazer de um sonho realidade.
Como a morte de Tancredo Neves, a vida de Ronaldo confunde o que é verossímil com o inverossímil.
Amanhã, quando alguém contá-la, se não estiver muito bem documentada, haverá quem diga que é exagero.
Ainda bem que a vida dele em campo está toda gravada.
Comentário para o jornal da CBN
Gabriel García Márquez, em sua infinita criatividade, nem em seu extraordinário "Cem anos de solidão" foi capaz de imaginar situações como as vividas por dois brasileiros.
Por mais que o Brasil não tenha nenhum escritor que se inscreva no topo da literatura fantástica latino-americana, o país é pródigo em ser mais fantástico que a literatura.
Que outro país, por exemplo, tem um episódio como o de Tancredo Neves, o presidente que foi sem jamais ter sido?
E que outro país tem um ídolo como Ronaldo.
Depois de ter desafiado a realidade duas vezes, eis que ontem ele foi personagem de acontecimentos que beiram não só o fantástico, mas como, também, o surreal.
Entrou em campo num jogo aparentemente perdido para mudá-lo da água para o vinho, em apenas 31 minutos e cinco participações impressionantes.
Sofreu uma falta clara não marcada na entrada da área, deu um drible desconcertante num adversário, mandou um balaço no travessão do Palmeiras, deu um passe da linha de fundo para quase o empate corintiano, e, para coroar, marcou de cabeça, nos acréscimos o gol da vitória, da sua vitória.
O que será daqui para frente ao futuro pertence.
Mas o que já aconteceu em Presidente Prudente é suficiente para dizer que ele não é desse mundo.
Porque ninguém como Ronaldo tem sido capaz de fazer o real parecer um sonho ou fazer de um sonho realidade.
Como a morte de Tancredo Neves, a vida de Ronaldo confunde o que é verossímil com o inverossímil.
Amanhã, quando alguém contá-la, se não estiver muito bem documentada, haverá quem diga que é exagero.
Ainda bem que a vida dele em campo está toda gravada.
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