terça-feira, 23 de junho de 2009

Garotinho muda de novo e diz que apoiará Dilma

José Meirelles Passos
DEU EM O GLOBO

Com cantos religiosos e funk, ele se filia ao PR e anuncia que abrirá palanque para candidata de Lula

Cerca de mil pessoas se espremiam ontem à tarde no salão de um hotel, no Centro do Rio, com capacidade para apenas 700. O calor era intenso e houve alguns desmaios numa atmosfera de culto ecumênico, em que a multidão parecia aguardar a volta do filho pródigo. Ela era embalada por um funk e um samba eleitorais alusivos a essa pessoa, que brotavam de imensas caixas de som. E também fazia coro a cânticos religiosos entoados pelo cantor e vereador por São Paulo Agnaldo Timóteo. Até que, quase duas horas depois, chegou o homenageado: o ex-governador Anthony Garotinho.

Era a festa de sua filiação ao Partido da República (PR, resultado da fusão do PL com o Prona), o quinto em sua carreira política. E, ao mesmo tempo, o lançamento precoce — ainda que extraoficial — de sua candidatura a governador do Rio. Ao endossá-la, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, disse: — Você plantou a flor e agora vai colher o cheiro gostoso das rosas.

Enquanto a plateia repetia “Volta Garotinho, volta Garotinho”, ele afirmou que, “apesar do preconceito da elite”, está pronto para governar o Rio novamente.

Mas, antes, vai “andar pelo estado como um peregrino”, para conscientizar os eleitores, distribuindo um livro que prepara mostrando as suas realizações, para comparar com “o nada que vem sendo feito” pelo governador Sergio Cabral (PMDB), a quem definiu como “um vendido”, dizendo que o seu antigo partido, o PMDB, na verdade deveria se chamar “PC, o Partido do Contracheque”: — Não vamos enfrentar grupos político, mas o dinheiro, o poder e o empreguismo.

Mas aqui (no PR) ninguém se vende — afirmou.

Garotinho deixou claro que suas divergências com o presidente Lula estão prestes a terminar. E que apoiará a candidatura da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República: — Acredito que tudo pode mudar, e tudo vai mudar. Militei com Dilma no PDT.

Ela tem tudo para ser a minha candidata.

Desde que ela deseje, o nosso palanque no Rio será o palanque dela.

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