DEU EM O GLOBO
Ex-guerrilheiro de esquerda e ex-mandatário são os favoritos na disputa
MONTEVIDÉU. O Uruguai já tem definidos seus dois principais candidatos à Presidência, que se enfrentarão nas urnas no dia 25 de outubro. O ex-guerrilheiro tupamaro José Mujica, da governista Frente Ampla, e o ex-presidente Luis Laccalle, do Partido Nacional, saíram vencedores das eleições primárias organizadas por suas legendas no domingo.
Mujica, de 75 anos e considerado por analistas com um pequeno favoritismo na corrida presidencial, obteve 52% dos votos da Frente Ampla e, pouco após o anúncio do resultado, marcou uma reunião com o segundo lugar nas primárias de seu partido, Danilo Astori. O objetivo, segundo fontes ouvidas pela imprensa uruguaia, é convidar Astori para concorrer à vice-presidência, mantendo assim a unidade do partido. Astori era o candidato preferido do presidente Tabaré Vázquez e o medo era de que sua derrota dividisse o partido, fazendo com que o candidato governista perdesse terreno para o opositor Partido Nacional, que vêm ganhado força na preferência do eleitorado.
- A esquerda virou governo e perdeu um pouco de seu encanto e sua força mobilizadora. Uma divisão durante a campanha pode abrir espaço para rivais. Por isso, a tentativa de se obter um acordo - disse ao jornal uruguaio "El País", o cientista político Juan Carlos Doyenart.
Presidente teme não transferir votos
Lacalle, de 67 anos e que governou o Uruguai entre 1990 e 1995, obteve 57% dos votos do Partido Nacional, contra 39% de seu principal rival, Jorge Larranaga. Os blancos, como são chamados no Uruguai os membros do tradicional partido de direita, ganharam terreno em pesquisas recentes e podem, segundo analistas, tornar acirrada a disputa pela Presidência.
Outro fator que motivou a oposição foi o alto índice de afiliados que compareceram às urnas, bem maior que o registrado na Frente Ampla.
- Se analisarmos somente a mobilização, podemos dizer que os blancos saíram na frente. Mas ainda há muita coisa para acontecer. A corrida presidencial só está começando - disse Doyenart.
Apesar dos bons índices de popularidade do governo de Tabaré Vázquez - eleito em 2004 e o primeiro presidente de esquerda da História do Uruguai -, analistas afirmam que o presidente, que não pode se reeleger, pode não ser bem-sucedido na tarefa de transferir votos para seu candidato. Pesquisas de opinião indicam que muitos dos eleitores do presidente, que aprovam seu governo, poderiam votar na oposição, por não acreditarem que o sucessor de esquerda tenha condições de fazer uma boa administração.
Já o candidato do Partido Colorado, que dominou durante mais de um século a vida política do Uruguai, mas que segundo as pesquisas tem poucas chances de vencer em outubro, será Pedro Bordaberry, filho do ex-ditador Juan Bordaberry, preso por violações dos direitos humanos. Os colorados ocuparam o governo no Uruguai por 150 anos, mas tiveram uma queda vertiginosa nas últimas eleições nacionais de 2004, quando só conseguiram 8% dos votos.
No entanto, devido a grande disputa entre a Frente Ampla e o Partido Nacional, os votos dos colorados podem ser cruciais em outubro para definir o vencedor em um eventual segundo turno. O partido, no entanto, não dá sinais de que poderia fazer alguma aliança com outro partido.
Ex-guerrilheiro de esquerda e ex-mandatário são os favoritos na disputa
MONTEVIDÉU. O Uruguai já tem definidos seus dois principais candidatos à Presidência, que se enfrentarão nas urnas no dia 25 de outubro. O ex-guerrilheiro tupamaro José Mujica, da governista Frente Ampla, e o ex-presidente Luis Laccalle, do Partido Nacional, saíram vencedores das eleições primárias organizadas por suas legendas no domingo.
Mujica, de 75 anos e considerado por analistas com um pequeno favoritismo na corrida presidencial, obteve 52% dos votos da Frente Ampla e, pouco após o anúncio do resultado, marcou uma reunião com o segundo lugar nas primárias de seu partido, Danilo Astori. O objetivo, segundo fontes ouvidas pela imprensa uruguaia, é convidar Astori para concorrer à vice-presidência, mantendo assim a unidade do partido. Astori era o candidato preferido do presidente Tabaré Vázquez e o medo era de que sua derrota dividisse o partido, fazendo com que o candidato governista perdesse terreno para o opositor Partido Nacional, que vêm ganhado força na preferência do eleitorado.
- A esquerda virou governo e perdeu um pouco de seu encanto e sua força mobilizadora. Uma divisão durante a campanha pode abrir espaço para rivais. Por isso, a tentativa de se obter um acordo - disse ao jornal uruguaio "El País", o cientista político Juan Carlos Doyenart.
Presidente teme não transferir votos
Lacalle, de 67 anos e que governou o Uruguai entre 1990 e 1995, obteve 57% dos votos do Partido Nacional, contra 39% de seu principal rival, Jorge Larranaga. Os blancos, como são chamados no Uruguai os membros do tradicional partido de direita, ganharam terreno em pesquisas recentes e podem, segundo analistas, tornar acirrada a disputa pela Presidência.
Outro fator que motivou a oposição foi o alto índice de afiliados que compareceram às urnas, bem maior que o registrado na Frente Ampla.
- Se analisarmos somente a mobilização, podemos dizer que os blancos saíram na frente. Mas ainda há muita coisa para acontecer. A corrida presidencial só está começando - disse Doyenart.
Apesar dos bons índices de popularidade do governo de Tabaré Vázquez - eleito em 2004 e o primeiro presidente de esquerda da História do Uruguai -, analistas afirmam que o presidente, que não pode se reeleger, pode não ser bem-sucedido na tarefa de transferir votos para seu candidato. Pesquisas de opinião indicam que muitos dos eleitores do presidente, que aprovam seu governo, poderiam votar na oposição, por não acreditarem que o sucessor de esquerda tenha condições de fazer uma boa administração.
Já o candidato do Partido Colorado, que dominou durante mais de um século a vida política do Uruguai, mas que segundo as pesquisas tem poucas chances de vencer em outubro, será Pedro Bordaberry, filho do ex-ditador Juan Bordaberry, preso por violações dos direitos humanos. Os colorados ocuparam o governo no Uruguai por 150 anos, mas tiveram uma queda vertiginosa nas últimas eleições nacionais de 2004, quando só conseguiram 8% dos votos.
No entanto, devido a grande disputa entre a Frente Ampla e o Partido Nacional, os votos dos colorados podem ser cruciais em outubro para definir o vencedor em um eventual segundo turno. O partido, no entanto, não dá sinais de que poderia fazer alguma aliança com outro partido.
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