Clarissa Oliveira
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Reunidos em São Paulo, líderes endossam campanha de Chávez e propõem que acordo militar seja discutido na Unasul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente chilena, Michelle Bachelet, pediram ontem que o acordo militar que viabilizaria o uso de bases militares colombianas pelos EUA seja levado para uma discussão regional na União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Apesar de começar seu discurso com um tom conciliador, Lula não disfarçou que a negociação entre Bogotá e Washington o incomodam. "Eu posso dizer que, a mim, não agrada mais uma base americana na Colômbia. A mim não agrada", disse, um dia depois de conversar por telefone com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que está fazendo uma ampla campanha contra o acordo.
As negociações da Colômbia com os EUA foram trazidas a público na semana passada, deteriorando bastante as relações de Bogotá com a Venezuela e o Equador. A tensão chegou ao ápice na terça-feira, quando Chávez rompeu relações com o país vizinho após o governo colombiano acusá-lo de fornecer armas à guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc),
Lula e Bachelet se reuniram em São Paulo, onde começou a visita da presidente chilena ao Brasil. A reunião da Unasul para a qual eles querem que seja levada a discussão sobre o uso das bases colombianas está marcada para o dia 10, em Quito (Equador). "Todo mundo junto no dia 10 poderemos ter muita franqueza para conversar e encontrar uma solução", afirmou o brasileiro.
Em referência à Colômbia, Lula disse que ele e Bachelet concordam que a soberania de qualquer país é "intocável". "Como eu não gostaria que Uribe desse palpite nas coisas que eu faço no Brasil, eu prefiro não dar palpite nas coisas do Uribe", disse. Ele também garantiu que Brasil e Chile trabalharão para que as discussões sobre o novo pacto militar não provoquem conflitos entre os países da região ou com os EUA.
Bachelet foi mais discreta. Disse concordar com as afirmações do presidente brasileiro, mas não manifestou abertamente uma posição sobre a negociação entre colombianos e americanos. "Nós respeitamos a soberania de cada país e as decisões que tomam. Mas a reunião da Unasul será um momento oportuno para avaliarmos de que forma essas decisões podem afetar decisões de todos", afirmou. " (A Unasul nos permitirá) falarmos com franqueza sobre esse tema (do acordo EUA-Colômbia), pois é certo que outros países estão inquietos com essa situação."
QUARTA FROTA
Lula aproveitou a ocasião para dizer que planeja se reunir em "algum momento" com o presidente dos EUA, Barack Obama, para discutir a Quarta Frota da Marinha americana. A Quarta Frota foi reativada no ano passado, para patrulhar o Atlântico Sul. Contrariado, Lula sugere que tal reativação poderia ter relação com a descoberta do pré-sal.
Lula disse que já havia conversado com o ex-presidente George W. Bush sobre sua intenção de debater o tema. "Mandamos uma carta dizendo que não víamos com bons olhos a ideia da Quarta Frota, porque me parece que a linha territorial dela é quase em cima do nosso pré-sal."
DISCUSSÃO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Reunidos em São Paulo, líderes endossam campanha de Chávez e propõem que acordo militar seja discutido na Unasul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente chilena, Michelle Bachelet, pediram ontem que o acordo militar que viabilizaria o uso de bases militares colombianas pelos EUA seja levado para uma discussão regional na União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Apesar de começar seu discurso com um tom conciliador, Lula não disfarçou que a negociação entre Bogotá e Washington o incomodam. "Eu posso dizer que, a mim, não agrada mais uma base americana na Colômbia. A mim não agrada", disse, um dia depois de conversar por telefone com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que está fazendo uma ampla campanha contra o acordo.
As negociações da Colômbia com os EUA foram trazidas a público na semana passada, deteriorando bastante as relações de Bogotá com a Venezuela e o Equador. A tensão chegou ao ápice na terça-feira, quando Chávez rompeu relações com o país vizinho após o governo colombiano acusá-lo de fornecer armas à guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc),
Lula e Bachelet se reuniram em São Paulo, onde começou a visita da presidente chilena ao Brasil. A reunião da Unasul para a qual eles querem que seja levada a discussão sobre o uso das bases colombianas está marcada para o dia 10, em Quito (Equador). "Todo mundo junto no dia 10 poderemos ter muita franqueza para conversar e encontrar uma solução", afirmou o brasileiro.
Em referência à Colômbia, Lula disse que ele e Bachelet concordam que a soberania de qualquer país é "intocável". "Como eu não gostaria que Uribe desse palpite nas coisas que eu faço no Brasil, eu prefiro não dar palpite nas coisas do Uribe", disse. Ele também garantiu que Brasil e Chile trabalharão para que as discussões sobre o novo pacto militar não provoquem conflitos entre os países da região ou com os EUA.
Bachelet foi mais discreta. Disse concordar com as afirmações do presidente brasileiro, mas não manifestou abertamente uma posição sobre a negociação entre colombianos e americanos. "Nós respeitamos a soberania de cada país e as decisões que tomam. Mas a reunião da Unasul será um momento oportuno para avaliarmos de que forma essas decisões podem afetar decisões de todos", afirmou. " (A Unasul nos permitirá) falarmos com franqueza sobre esse tema (do acordo EUA-Colômbia), pois é certo que outros países estão inquietos com essa situação."
QUARTA FROTA
Lula aproveitou a ocasião para dizer que planeja se reunir em "algum momento" com o presidente dos EUA, Barack Obama, para discutir a Quarta Frota da Marinha americana. A Quarta Frota foi reativada no ano passado, para patrulhar o Atlântico Sul. Contrariado, Lula sugere que tal reativação poderia ter relação com a descoberta do pré-sal.
Lula disse que já havia conversado com o ex-presidente George W. Bush sobre sua intenção de debater o tema. "Mandamos uma carta dizendo que não víamos com bons olhos a ideia da Quarta Frota, porque me parece que a linha territorial dela é quase em cima do nosso pré-sal."
DISCUSSÃO
Luiz Inácio Lula da Silva - Presidente do Brasil:
"A mim não agrada mais uma base americana na Colômbia"
Michelle Bachelet- Presidente do Chile:
"Outros países estão inquietos com essa situação"
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