sexta-feira, 31 de julho de 2009

Serra amplia bolsa para qualificar desempregados

DEU EM O GLOBO

Governador negou que programa seja assistencialista: "Não há nada que substitua o emprego", disse ele

SÃO PAULO. Ao anunciar ontem bolsaauxílio de R$ 210 para mais 40.892 desempregados inscritos no Programa Estadual de Qualificação Profissional, o governador José Serra (PSDB) deu uma estocada no Bolsa Família, programa de distribuição de renda do governo federal. Segundo Serra, seu programa pretende estimular o emprego, e não simplesmente distribuir recursos para desempregados.

O governador negou que seu programa de qualificação profissional seja assistencialista e disse que qualquer crítica nesse sentido seria “beócia” (simplória, ignorante). Durante o discurso, Serra disse já ter sido autor de programas de transferência de renda, mas destacou que “nada substitui o emprego”.

— Este programa é uma injeção na veia para fortalecer uma das áreas mais debilitadas da sociedade brasileira: a do emprego. Não há nada que substitua o emprego — disse Serra, que aparece liderando todas as pesquisas de intenção de voto para presidente no ano que vem.

O secretário do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, fez questão de dizer, em seu discurso, que não há intenções eleitorais por trás da bolsa.

— Aqui não se faz demagogia, nós trabalhamos.

Afif negou que a bolsa-auxílio seja eleitoreira, alegando que o programa existe desde o ano passado. De acordo com Afif, o programa do governo Serra difere do federal porque “não dá o peixe, mas ensina a pescar”.

Durante três meses, os desempregados inscritos em todo o estado em cursos nas áreas de vendas, administração, indústria, construção civil, telemarketing, limpeza, informática, segurança, atendimento ao cliente, entre outras, receberão a bolsa-auxílio.

As aulas começam em agosto.

Segundo Afif, este ano o governo investirá R$ 100 milhões no programa.

A estimativa é criar mais 90 mil vagas em 2010. No ano passado, o programa qualificou 26 mil alunos.

Curso de reciclagem empregou 50% ano passado, diz pesquisa O governo de São Paulo informou ainda que levantamento entre os desempregados que realizaram o curso de reciclagem no ano passado apurou que 50% dos beneficiados conseguiram empregos depois de terem sido qualificados pelo programa.

— Ao fim das aulas, a empregabilidade do aluno vai aumentar, porque ele estará mais qualificado — disse Afif Domingos. — É importante dar apoio ao trabalhador desempregado para que ele possa, durante esse período, qualificarse e voltar ao mercado. A bolsaauxílio por um período máximo de três meses visa a amenizar a situação dele durante essa crise, já que há mais dificuldade de recolocação.

A bolsa é uma medida condicionada e temporária.

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