SÃO PAULO - Na conversa que teve com seu colega Luiz Inácio Lula da Silva, em Áquila, durante as multicúpulas do G8 e cia., o presidente Barack Obama transmitiu um recado claro: que o mundo não conte mais com o consumo norte-americano para tocar a vida. Lula deve ter ficado impressionado, a julgar pelos comentários que fez no dia seguinte, durante sua entrevista coletiva.
Ontem, Lawrence Summers, um dos principais nomes da assessoria presidencial, avançou alguns detalhes sobre o que será a economia do G1, que continuam sendo os Estados Unidos, se os planos de Obama forem de fato adiante.
"A economia americana reconstruída tem que ser mais orientada para a exportação e menos para o consumo; mais orientada para o meio ambiente e menos para a energia fóssil (menos petróleo); mais orientada para a biotecnologia e para o software e menos para a engenharia financeira; mais orientada para a classe média e menos para o crescimento da renda que favorece desproporcionalmente uma fatia muito pequena da população", afirmou Summers.
Fácil e bonito de falar, difícil de fazer. Mesmo assim, eu votaria, em 2010, em quem defendesse esse tipo de conceitos, desde que tivesse credibilidade para fazê-lo. Pena que credibilidade e política, no Brasil, raramente se encontram.
A construção dessa nova economia não é um problema apenas dos Estados Unidos. A crise demonstrou a plena vigência de um ditado que alguns afoitos davam por ultrapassado, o que diz que, quando os Estados Unidos espirram, o mundo pega pneumonia.
Pegou. Agora que os Estados Unidos se encaminham para um tremendo spa/academia, o mundo será de novo afetado, para o bem e para o mal. O diabo é que ninguém, no Brasil, está pensando em como adaptar-se a um país de apetite menos pantagruélico.
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