Jorge Cavalcanti
DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Principal adversário do PT na disputa presidencial, tucano visita o Sertão e classifica iniciativa do governo como um “empréstimo compulsório sem lei”, que revela desequilíbrio nas contas fiscais
PETROLINA - Após almoçar linguiça de frango e carne de bode, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), classificou o atraso na restituição do Imposto de Renda (IR) como “uma espécie de empréstimo compulsório sem lei”. Para ele, o atraso na devolução de quem pagou tributo a mais em 2008 é fruto do aumento dos gastos fixos do governo federal, e não das medidas para reduzir o efeito da crise, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “É consequência de um desequilíbrio crescente nas contas fiscais. O grosso das medidas para enfrentamento da crise não foram gastos temporários. Mas permanentes que já vinham antes, como elevação de custeio, contratação de pessoal. O atraso na restituição foi uma espécie de empréstimo compulsório sem lei”, avaliou o presidenciável tucano, no Bodódromo, espaço que reúne bares e restaurantes especializados no prato.
O empréstimo compulsório precisa ser estabelecido por uma lei específica. O contribuinte paga uma determinada quantia ao governo para depois resgatá-la, seguindo as determinações dessa lei. Só pode ser instituído pela União para atender a situações excepcionais, como guerra externa (ou a iminência dela) ou calamidade pública que exija ajuda federal além dos recursos disponíveis no Orçamento.
Para Serra, o fato de o governo ter afirmado que vai restituir o valor corrigido pela taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) não significa que o contribuinte ficará livre de prejuízos. “Você pode ter despesas comprometidas. Aí vai pegar emprestado e os juros são muito maiores”, disse. É a primeira vez que o governador - líder nas pesquisas de intenção de voto para o Planalto - comenta o atraso no IR, confirmado pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) na última quinta.
O atraso na restituição do IR também foi criticado por parlamentares que acompanharam Serra na quarta visita ao Estado este ano. Entre eles, o senador Marco Maciel (DEM), que mesmo avesso a polêmicas, censurou a medida, para ele, uma “perda salarial indireta” para o trabalhador. “A devolução é um direito do cidadão, que já pagou o tributo. Não tenho dúvida que o presidente Lula vai rever a posição”, disse. Ao ser indagado, o senador garantiu que a restituição não sofreu atraso nos oito anos do governo de Fernando Henrique, de quem foi vice.
A agenda de Serra em Petrolina começou com um atraso de quase duas horas. Ele só chegou ao ateliê de Ana das Carrancas – falecida há um ano, aos 85 anos – às 12h10. Cumprimentou José Vicente, marido da artista, e viu algumas peças. “Tem que salvar o acervo. Tem muita obra dispersa”, disse. Todas as carrancas feitas por Ana têm uma característica em comum: os olhos vazados, em homenagem ao marido, cego de nascimento.
Em seguida, Serra e o prefeito Júlio Lossio (PMDB) visitaram o Hospital Dom Malan, o principal de Petrolina. Inicialmente, visitariam o Hospital de Traumas, mas o prefeito preferiu levar o tucano a outra unidade médica. Depois, Serra visitou o ex-deputado Osvaldo Coelho (DEM). Osvaldão, como é chamado, tem fama de bom anfitrião. Ninguém vai embora de barriga vazia, comentam aliados. Mesmo antes do almoço, foram oferecidas ao tucano frutas produzidas no Vale do São Francisco.
DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Principal adversário do PT na disputa presidencial, tucano visita o Sertão e classifica iniciativa do governo como um “empréstimo compulsório sem lei”, que revela desequilíbrio nas contas fiscais
PETROLINA - Após almoçar linguiça de frango e carne de bode, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), classificou o atraso na restituição do Imposto de Renda (IR) como “uma espécie de empréstimo compulsório sem lei”. Para ele, o atraso na devolução de quem pagou tributo a mais em 2008 é fruto do aumento dos gastos fixos do governo federal, e não das medidas para reduzir o efeito da crise, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “É consequência de um desequilíbrio crescente nas contas fiscais. O grosso das medidas para enfrentamento da crise não foram gastos temporários. Mas permanentes que já vinham antes, como elevação de custeio, contratação de pessoal. O atraso na restituição foi uma espécie de empréstimo compulsório sem lei”, avaliou o presidenciável tucano, no Bodódromo, espaço que reúne bares e restaurantes especializados no prato.
O empréstimo compulsório precisa ser estabelecido por uma lei específica. O contribuinte paga uma determinada quantia ao governo para depois resgatá-la, seguindo as determinações dessa lei. Só pode ser instituído pela União para atender a situações excepcionais, como guerra externa (ou a iminência dela) ou calamidade pública que exija ajuda federal além dos recursos disponíveis no Orçamento.
Para Serra, o fato de o governo ter afirmado que vai restituir o valor corrigido pela taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) não significa que o contribuinte ficará livre de prejuízos. “Você pode ter despesas comprometidas. Aí vai pegar emprestado e os juros são muito maiores”, disse. É a primeira vez que o governador - líder nas pesquisas de intenção de voto para o Planalto - comenta o atraso no IR, confirmado pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) na última quinta.
O atraso na restituição do IR também foi criticado por parlamentares que acompanharam Serra na quarta visita ao Estado este ano. Entre eles, o senador Marco Maciel (DEM), que mesmo avesso a polêmicas, censurou a medida, para ele, uma “perda salarial indireta” para o trabalhador. “A devolução é um direito do cidadão, que já pagou o tributo. Não tenho dúvida que o presidente Lula vai rever a posição”, disse. Ao ser indagado, o senador garantiu que a restituição não sofreu atraso nos oito anos do governo de Fernando Henrique, de quem foi vice.
A agenda de Serra em Petrolina começou com um atraso de quase duas horas. Ele só chegou ao ateliê de Ana das Carrancas – falecida há um ano, aos 85 anos – às 12h10. Cumprimentou José Vicente, marido da artista, e viu algumas peças. “Tem que salvar o acervo. Tem muita obra dispersa”, disse. Todas as carrancas feitas por Ana têm uma característica em comum: os olhos vazados, em homenagem ao marido, cego de nascimento.
Em seguida, Serra e o prefeito Júlio Lossio (PMDB) visitaram o Hospital Dom Malan, o principal de Petrolina. Inicialmente, visitariam o Hospital de Traumas, mas o prefeito preferiu levar o tucano a outra unidade médica. Depois, Serra visitou o ex-deputado Osvaldo Coelho (DEM). Osvaldão, como é chamado, tem fama de bom anfitrião. Ninguém vai embora de barriga vazia, comentam aliados. Mesmo antes do almoço, foram oferecidas ao tucano frutas produzidas no Vale do São Francisco.
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