DEU NA FOLHA DE S. PAULO
A eleição no PMDB paulista tornou-se um ato de repúdio a declarações do presidente Lula, que sugeriu ao partido a apresentação de lista tríplice com nomes para ocupar a vaga de vice na chapa de Dilma Rousseff.
Como resposta a Lula, os peemedebistas ameaçaram lançar candidatura própria ao Planalto. O ex-governador paulista Orestes Quércia foi reeleito presidente da legenda no Estado.
Em resposta a Lula, PMDB ameaça lançar candidatura
Durante eleição do novo presidente em SP, partido também cogita apoiar PSDB
Manifestações ocorreram após Lula sugerir que o PMDB apresentasse lista com nomes para concorrer como vice de Dilma Rousseff
José Alberto Bombig
A eleição no PMDB paulista tornou-se um ato de repúdio a declarações do presidente Lula, que sugeriu ao partido a apresentação de lista tríplice com nomes para ocupar a vaga de vice na chapa de Dilma Rousseff.
Como resposta a Lula, os peemedebistas ameaçaram lançar candidatura própria ao Planalto. O ex-governador paulista Orestes Quércia foi reeleito presidente da legenda no Estado.
Em resposta a Lula, PMDB ameaça lançar candidatura
Durante eleição do novo presidente em SP, partido também cogita apoiar PSDB
Manifestações ocorreram após Lula sugerir que o PMDB apresentasse lista com nomes para concorrer como vice de Dilma Rousseff
José Alberto Bombig
Da Reportagem Local
A eleição do novo presidente do PMDB paulista transformou-se ontem em um ato de repúdio às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sugeriu ao partido apresentar uma lista tríplice, a ser apreciada pelo PT, com nomes passíveis de ocupar a vaga de vice na chapa de Dilma Rousseff.
Ainda como resposta a Lula, os peemedebistas ameaçaram lançar uma candidatura própria ao Palácio do Planalto ou mesmo apoiar o PSDB dos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
"Não foi uma fala feliz [a do presidente]. Nós jamais iríamos dizer ao PT o que o PT deve fazer. Aqui, há a soberania interna do PMDB. Podemos até, eventualmente, fazer uma lista com seis nomes, mas essa é uma decisão do PMDB", afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), o principal cotado para o posto de vice de Dilma na corrida pela sucessão de Lula no ano que vem.
Segundo Temer, o próprio Lula chegou a dizer a ele que seu nome era a melhor opção. "É a primeira vez que estou me manifestando [sobre a declaração do presidente]. Não havia feito isso antes porque dizem que eu posso ser o vice, mas eu jamais disse isso", afirmou o peemedebista.
"Aliás, foi o presidente Lula quem um dia afirmou que eu poderia ser o vice. Eu respondi muito claramente: "Presidente, vamos primeiro fechar a aliança e, feito isso, vamos verificar qual o nome que melhor soma para a candidata". Ou seja, eu tenho tamanho, responsabilidade e competência para dizer uma coisa dessas", completou.
Ao discursar no evento de ontem, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, Temer defendeu a pré-candidatura do governador Roberto Requião (PR) ao Planalto.
"Eu levo essa ideia da candidatura própria à convenção", disse, acrescentando que a sigla não descarta aliança com o PSDB. E completou: "O PMDB não será ator coadjuvante em 2010, será ator principal".
Proposta
Na quinta-feira passada, no Maranhão, Lula apresentou a proposta da lista. "Você não pode empurrar para ela [Dilma] alguém que não tenha afinidade com ela, porque aí será a discórdia total."
As reações dos peemedebistas foram imediatas e ganharam apoio até de petistas.
"O presidente atual [Ricardo Berzoini] e o presidente eleito [José Eduardo Dutra] do PT foram a público no mesmo dia para dizer que o PMDB decidiria de acordo com as suas razões", afirmou Temer ontem.
Convidado de honra da eleição paulista, Roberto Requião também criticou o PT: "Talvez a gente ofereça ao PT a possibilidade de apresentar uma lista tríplice para complementar o vice do PMDB".
O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, reeleito presidente da sigla no Estado, deixou aberta a possibilidade de o PMDB romper com o Planalto e correr rumo à oposição.
"Se não der certo a opção pelo Requião, vamos com José Serra [PSDB], pelo menos em São Paulo", afirmou ele.
Desde 2002, quando Lula se elegeu presidente pela primeira vez, PT e PMDB ensaiam, sem sucesso, uma aliança que engaje todos os setores dos dois partidos em uma campanha.
Neste ano, as siglas firmaram um pré-acordo com vistas a 2010, já que os peemedebistas integram a base aliada do atual governo federal.
Temer, historicamente, sempre foi apontado no PMDB como um dirigente com bom relacionamento com Serra, o líder nas pesquisas de intenção de voto para presidente.
Ontem, ele chegou a ser irônico ao comentar as relações com Lula: "Há que se definir quem é o candidato ou a candidata do PT". A convenção do PMDB, que vai definir os rumos do partido, está marcada para junho do ano que vem.
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