DEU NA FOLHA DE S. PAULO
O Datafolha desencadeou um interesse especulativo, como se descobríssemos que está em curso uma eleição inesperada
O DATAFOLHA da sucessão presidencial desencadeou um interesse especulativo surpreendente, ainda mais nesta época do ano, como se descobríssemos de súbito que está em curso uma eleição inesperada.
A primeira impressão proporcionada pelas reações é que mudou bastante a percepção da perspectiva de Dilma Rousseff. Os sete pontos conquistados, em contraste com a sofrida ascensão que apenas a igualara a Ciro Gomes, apesar da exaustiva exibição com Lula por todo o país, TV e jornais, chocaram-se com a imagem de uma candidatura, no mínimo, difícil. Ao passo que a detenção de José Serra nos 37 pontos, há quatro meses, precipitou até a suspeita de que esteja, ali, já próximo do seu teto no primeiro turno.
Nada a opor-se, como impressão imediata. Mas frágil. A situação de Ciro Gomes ainda é de incerteza absoluta, e pendente não de uma, senão de várias circunstâncias e definições que nem parecem estar em suas mãos -como sugerem a orientação de Lula para mudança do seu domicílio eleitoral, agora em São Paulo, e o chamado para novas conversas diretas.
Permaneça ou saia da relação de pré-candidatos à Presidência, ainda por algum tempo Ciro Gomes vai representar um curinga. E são, hoje, 13 pontos investidos em seu nome, cuja eventual distribuição pode produzir alterações substanciais na impressão provocada pelo atual Datafolha.
E há também a presença de Marina Silva, que entra com oito pontos. O seu Partido Verde se mostra amadorístico demais, lembra aqueles clubes juvenis sediados na garagem de casa.
Por esse jeitão, que atrai entusiasmos sem, no entanto, lhes dar maior efeito, Marina Silva não pode contar com a retaguarda. Mas suas muitas capacidades pessoais, que incluem excelente competência de explanação e de oratória, exibida em Copenhague como melhor feito brasileiro por lá, podem lhe dar uma relevância maior do que o crédito eleitoral que lhe é dado agora.
É difícil, porque nem tempo de propaganda gratuita Marina Silva tem, mas a faixa de classe média que não se satisfaz com a alternativa Serra/Dilma se insinua bastante larga: talvez não em São Paulo, mas no restante essa alternativa soa demais como PSDB/PT.
À brasileira
No país em que não se pode tomar um vinho ou uma cerveja ao jantar fora, a menos que se abandone o carro aos ladrões ou se arrisque outra perda do carro, da carteira, da paciência, se não lhe quiserem tomar também a dignidade, eis este trabalho publicitário: "Brahmeiro é guerreiro". Brahmeiro é o cachaceiro de cerveja e guerreiro, no caso, é o boçal em estado puro, sem retoque algum.
Abraço
Tenha, por favor, um Natal com novidades apenas natalinas.
O Datafolha desencadeou um interesse especulativo, como se descobríssemos que está em curso uma eleição inesperada
O DATAFOLHA da sucessão presidencial desencadeou um interesse especulativo surpreendente, ainda mais nesta época do ano, como se descobríssemos de súbito que está em curso uma eleição inesperada.
A primeira impressão proporcionada pelas reações é que mudou bastante a percepção da perspectiva de Dilma Rousseff. Os sete pontos conquistados, em contraste com a sofrida ascensão que apenas a igualara a Ciro Gomes, apesar da exaustiva exibição com Lula por todo o país, TV e jornais, chocaram-se com a imagem de uma candidatura, no mínimo, difícil. Ao passo que a detenção de José Serra nos 37 pontos, há quatro meses, precipitou até a suspeita de que esteja, ali, já próximo do seu teto no primeiro turno.
Nada a opor-se, como impressão imediata. Mas frágil. A situação de Ciro Gomes ainda é de incerteza absoluta, e pendente não de uma, senão de várias circunstâncias e definições que nem parecem estar em suas mãos -como sugerem a orientação de Lula para mudança do seu domicílio eleitoral, agora em São Paulo, e o chamado para novas conversas diretas.
Permaneça ou saia da relação de pré-candidatos à Presidência, ainda por algum tempo Ciro Gomes vai representar um curinga. E são, hoje, 13 pontos investidos em seu nome, cuja eventual distribuição pode produzir alterações substanciais na impressão provocada pelo atual Datafolha.
E há também a presença de Marina Silva, que entra com oito pontos. O seu Partido Verde se mostra amadorístico demais, lembra aqueles clubes juvenis sediados na garagem de casa.
Por esse jeitão, que atrai entusiasmos sem, no entanto, lhes dar maior efeito, Marina Silva não pode contar com a retaguarda. Mas suas muitas capacidades pessoais, que incluem excelente competência de explanação e de oratória, exibida em Copenhague como melhor feito brasileiro por lá, podem lhe dar uma relevância maior do que o crédito eleitoral que lhe é dado agora.
É difícil, porque nem tempo de propaganda gratuita Marina Silva tem, mas a faixa de classe média que não se satisfaz com a alternativa Serra/Dilma se insinua bastante larga: talvez não em São Paulo, mas no restante essa alternativa soa demais como PSDB/PT.
À brasileira
No país em que não se pode tomar um vinho ou uma cerveja ao jantar fora, a menos que se abandone o carro aos ladrões ou se arrisque outra perda do carro, da carteira, da paciência, se não lhe quiserem tomar também a dignidade, eis este trabalho publicitário: "Brahmeiro é guerreiro". Brahmeiro é o cachaceiro de cerveja e guerreiro, no caso, é o boçal em estado puro, sem retoque algum.
Abraço
Tenha, por favor, um Natal com novidades apenas natalinas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário