DEU EM O GLOBO
Chico Alencar diz que relação de seu partido com tucanos é como "água e azeite"
Cássio Bruno e Soraya Aggege
RIO e SÃO PAULO. O acordo que está sendo costurado no Rio entre o PV e o PSDB para garantir um palanque estadual ao tucano José Serra ameaça outra aliança almejada pela pré-candidatura da senadora Marina Silva (PV) à Presidência. O PSOL, que daria à candidatura de Marina um viés mais à esquerda, ameaçou ontem não apoiá-la caso o PV se alie aos tucanos do Rio para lançar o nome do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) ao governo do estado.
Com o acordo, Gabeira teria de subir em dois palanques na disputa presidencial: o de Marina e o do governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
Segundo o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), a aliança entre o partido e os tucanos é como "água e azeite":
- Estamos num processo de convencimento. E um dos nossos pontos fundamentais abordados é a construção de uma candidatura (de Marina) que esteja fora da aliança PV e PSDB. Nossa relação com o PSDB é como água e azeite.
Essa é mais uma polêmica na coligação PSDB/DEM/PPS/PV. Integrantes do PV, entre eles o presidente do diretório regional do Rio, Alfredo Sirkis, resistem ao nome do ex-prefeito Cesar Maia (DEM) para concorrer ao Senado. O PV vai discutir internamente a situação envolvendo os dois palanques de Gabeira no Rio, mesmo com o apoio de Marina a sua pré-candidatura. Aliados aos tucanos, os verdes ganham mais visibilidade na campanha, com tempo maior no horário eleitoral.
Chico Alencar diz que entende a intenção de Gabeira de disputar a sucessão fluminense contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-governador Anthony Garotinho (PR).
- A posição dele (Gabeira) é legítima - afirmou o deputado, lembrando que o PSOL lançará candidato ao governo do Rio.
O deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) minimizou:
- Não afeta a estratégia e o potencial da campanha do Gabeira. O que estamos tratando é da candidatura do Gabeira e não da Marina. São eleições isoladas na cabeça do eleitor.
Gabeira evitou a polêmica:
- Se acontecer (a saída do PSOL), a gente vai examinar. No momento, estou envolvido com a tragédia do Haiti.
Marina: "preparando a máquina para a campanha"
Marina iniciou ontem um check-up no Instituto do Coração, da Universidade de São Paulo. A bateria de exames termina hoje. Segundo sua assessoria, a senadora está apenas "preparando a máquina" para a campanha. Marina, de 51 anos, nasceu no Acre, onde sofreu contaminação por metais pesados. Ela também já contraiu malária e hepatite. Seu estado de saúde, no entanto, é "excelente", de acordo com a assessoria.
Após os exames, Marina se reuniu com os dirigentes do PV em São Paulo, para discutir o programa do partido, que deve ir ao ar dia 10, e a possibilidade da definição de um candidato da legenda para o governo de São Paulo.
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