DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
O raciocínio político que orienta o governador José Serra é estrategicamente corretíssimo. Seu timing não é o mesmo do presidente Lula simplesmente porque as circunstâncias de um e de outro também não são as mesmas. A Lula convinha antecipar a campanha para evitar que o debate sucessório dentro do PT ocorresse à sua revelia. Ao fazê-lo, escolhendo uma candidata sem biografia política, e neófita em eleições, impôs-se a tarefa de construir sua candidatura. O tempo, nesse caso, é precioso e não pode ser desperdiçado.
Nem o tempo nem a oportunidade de aproveitar o cargo para dar visibilidade à candidata. A estrutura de governo e a agenda de trabalho são postos a serviço dessa estratégia, numa campanha disfarçada em ações de governo, País afora. A ministra Dilma Rousseff aprende o comportamento de candidata no cargo e dá robustez ao seu nome nas pesquisas.
Aqui, a primeira circunstância diferente. Serra tem biografia conhecida, perfil progressista, já disputou eleições, inclusive a presidencial, seu nome esteve em todas as pesquisas na última década.
Governa o maior colégio eleitoral do País com alto índice de aprovação, que precisa manter. Tem, enfim, altíssimo nível de exposição. Não tem interesse em fazer campanha contra Lula, porque sua adversária será Dilma.
Pesquisas que não foram a público, mas nas quais candidatos baseiam seu comportamento, indicam que a maioria do eleitorado identifica a estabilidade econômica e o fim da inflação com o Plano Real e, portanto, com o governo tucano. Porém, com a mesma clareza, valoriza prioritariamente o aumento de seu poder de consumo e o consequente progresso material e pessoal obtidos nos últimos anos. E grande parte atribui isso aos programas sociais implantados pelo governo, que estão irreversivelmente identificados com a figura do presidente Lula.
É a segunda circunstância que põe o interesse do governador na direção oposta à do presidente e os separa no tempo. A chance de eleger-se passa pela garantia de não só manter esses programas, como ampliá-los e melhorá-los ainda mais. Mas a ocasião oportuna para fazê-lo será quando puder confrontar sua biografia, capacidade e experiência, como político e gestor público, com a de Dilma Rousseff.
É nessa fase da campanha que a oposição aposta as fichas em José Serra. Nessa avaliação, na medida em que os debates se derem apenas entre ambos, será possível limitar a capacidade de Lula transferir votos.
Por isso, Serra diz que seu olhar está no futuro e que a oposição a Lula deve ser partidária, portanto, do PSDB. "Candidato não é chefe da oposição", diz, resistindo à provocação de Lula para um debate antecipado.
O raciocínio político que orienta o governador José Serra é estrategicamente corretíssimo. Seu timing não é o mesmo do presidente Lula simplesmente porque as circunstâncias de um e de outro também não são as mesmas. A Lula convinha antecipar a campanha para evitar que o debate sucessório dentro do PT ocorresse à sua revelia. Ao fazê-lo, escolhendo uma candidata sem biografia política, e neófita em eleições, impôs-se a tarefa de construir sua candidatura. O tempo, nesse caso, é precioso e não pode ser desperdiçado.
Nem o tempo nem a oportunidade de aproveitar o cargo para dar visibilidade à candidata. A estrutura de governo e a agenda de trabalho são postos a serviço dessa estratégia, numa campanha disfarçada em ações de governo, País afora. A ministra Dilma Rousseff aprende o comportamento de candidata no cargo e dá robustez ao seu nome nas pesquisas.
Aqui, a primeira circunstância diferente. Serra tem biografia conhecida, perfil progressista, já disputou eleições, inclusive a presidencial, seu nome esteve em todas as pesquisas na última década.
Governa o maior colégio eleitoral do País com alto índice de aprovação, que precisa manter. Tem, enfim, altíssimo nível de exposição. Não tem interesse em fazer campanha contra Lula, porque sua adversária será Dilma.
Pesquisas que não foram a público, mas nas quais candidatos baseiam seu comportamento, indicam que a maioria do eleitorado identifica a estabilidade econômica e o fim da inflação com o Plano Real e, portanto, com o governo tucano. Porém, com a mesma clareza, valoriza prioritariamente o aumento de seu poder de consumo e o consequente progresso material e pessoal obtidos nos últimos anos. E grande parte atribui isso aos programas sociais implantados pelo governo, que estão irreversivelmente identificados com a figura do presidente Lula.
É a segunda circunstância que põe o interesse do governador na direção oposta à do presidente e os separa no tempo. A chance de eleger-se passa pela garantia de não só manter esses programas, como ampliá-los e melhorá-los ainda mais. Mas a ocasião oportuna para fazê-lo será quando puder confrontar sua biografia, capacidade e experiência, como político e gestor público, com a de Dilma Rousseff.
É nessa fase da campanha que a oposição aposta as fichas em José Serra. Nessa avaliação, na medida em que os debates se derem apenas entre ambos, será possível limitar a capacidade de Lula transferir votos.
Por isso, Serra diz que seu olhar está no futuro e que a oposição a Lula deve ser partidária, portanto, do PSDB. "Candidato não é chefe da oposição", diz, resistindo à provocação de Lula para um debate antecipado.
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