DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Nesta altura ninguém tem mais dúvida de que o candidato do PSDB à Presidência da República será o governador José Serra, inclusive porque o partido já marca data (entre 22 e 30 de março) para o anúncio que marcará a saída dele do governo de São Paulo para entrar na campanha presidencial.
À exceção de Ciro Gomes – que continua apostando na desistência –, de seu conterrâneo, o senador pelo Ceará Tasso Jereissati, e de meia dúzia de mineiros mais realistas que o rei, não há, nem no PT, quem ponha em dúvida a candidatura Serra
De Ciro compreende-se a tática. É desafeto de Serra e vice-versa. Está no PSB, é aliado do campo governista. Joga, portanto, no time adversário.
Já a posição do senador Jereissati e de alguns correligionários do governador Aécio Neves é mais difícil de entender.
Se Serra ganhar, ganham junto. Se perder, serão sócios do infortúnio de viver mais quatro, talvez oito, quiçá 12 ou mesmo 16 anos (se Lula voltar) na oposição.
O PT viveu 22 e só fez crescer, atingindo o ápice com a conquista da Presidência da República em 2002. Mas o caso do PSDB e adjacências é diferente. Há sete anos, provam e comprovam que não têm vocação para opositores.
Hoje é fácil responsabilizar a popularidade de Lula e os métodos francamente questionáveis que adota, fazendo política partidária no exercício da Presidência do país.
Mas nem sempre foi assim. Lula já esteve em baixa ao ponto de cogitar a desistência de concorrer à reeleição. O presidente tem seus méritos na recuperação, mas seus oponentes jamais souberam se posicionar de modo a representar o contingente de cidadãos que discordam do governo.
Em 2006 – para não falar do quase fundo do poço do ano anterior – a situação não era assim tão risonha e franca para Lula. Com toda sua celebrada competência política foi ao segundo turno com Geraldo Alckmin, um político de expressão apenas regional quando se lançou à empreitada.
Com essas características, os atuais oposicionistas não são exatamente candidatos ao estrelato na política caso percam as eleições agora. Na verdade, é unanimidade entre eles que a expectativa é das mais sombrias. Há mesmo quem preveja, nessas circunstâncias, o fim da oposição no Brasil e a instituição de uma hegemonia partidária ao molde do antigo PRI mexicano.
Muito bem, nesse quadro seria de se supor que seja com José, Pedro ou João, a oposição estivesse interessada em ganhar. O PT está. Pragmático, entendeu a ordem unida e se fechou em torno de Dilma Rousseff com unhas, dentes e uma garra que contrastam com o comportamento do tucanato.
Quem vê pensa que estão com a vida ganha.
O governador José Serra não necessariamente está correto em sua estratégia de manter em suspenso a candidatura até o prazo final da lei para deixar o governo de São Paulo.
Se tiver errado, como alega parte considerável de seus correligionários, pagará o preço com uma campanha dificílima ou com a derrota.
Entretanto, a 15 dias do desfecho, essa é uma Inês morta. Se houve erro ou acerto governador candidato, isso aparecerá no decorrer da campanha. Agora não adianta mais discutir se a estratégia é ou não uma “loucura sem sentido” como diz o senador Tasso Jereissati.
Do ponto de vista da oposição, não é um atitude que a favoreça. Ao contrário. O PT pode até não morrer de amores por Dilma, mas a enaltece porque é no porto dela que estão atracados todos os barquinhos.
No PSDB, os resistentes parecem fazer questão de explicitar sua desafeição pelo candidato de cujo sucesso depende o destino de todos eles: o poder ou o desterro.
Isso serve para o senador do Ceará e serve também para o entorno do governador Aécio Neves, de onde ainda saem versões sobre uma possível desistência de Serra.
Contraproducentes, pois “Minas”, assim como a compreende esse grupo, terá tão mais importância no cenário nacional quanto maior for a possibilidade de êxito do candidato do partido.
Da mesma forma para o lugar a ser ocupado por Aécio Neves na política como futuro pretendente ao Palácio do Planalto.
Pedigree
A necessidade do presidente Lula de assinalar o desnível de hierarquia entre ele e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, a quem diz ter recebido apenas para fazer um favor ao chanceler Celso Amorim, revela mais que descortesia.
É a contrafação do complexo de vira-lata materializado no complexo de pit bull.
Ato falho
No texto de ontem sobre a irrelevância da origem do dinheiro de obras para cujas inaugurações a ministra Dilma Rousseff seja convidada, pois a impropriedade nessas ocasiões reside no uso da máquina pública em prol de uma candidatura, houve troca de palavras. Onde se leu “na condição de mera candidata não haveria nada demais na presença da ministra”, leia-se “mera convidada”.
Nesta altura ninguém tem mais dúvida de que o candidato do PSDB à Presidência da República será o governador José Serra, inclusive porque o partido já marca data (entre 22 e 30 de março) para o anúncio que marcará a saída dele do governo de São Paulo para entrar na campanha presidencial.
À exceção de Ciro Gomes – que continua apostando na desistência –, de seu conterrâneo, o senador pelo Ceará Tasso Jereissati, e de meia dúzia de mineiros mais realistas que o rei, não há, nem no PT, quem ponha em dúvida a candidatura Serra
De Ciro compreende-se a tática. É desafeto de Serra e vice-versa. Está no PSB, é aliado do campo governista. Joga, portanto, no time adversário.
Já a posição do senador Jereissati e de alguns correligionários do governador Aécio Neves é mais difícil de entender.
Se Serra ganhar, ganham junto. Se perder, serão sócios do infortúnio de viver mais quatro, talvez oito, quiçá 12 ou mesmo 16 anos (se Lula voltar) na oposição.
O PT viveu 22 e só fez crescer, atingindo o ápice com a conquista da Presidência da República em 2002. Mas o caso do PSDB e adjacências é diferente. Há sete anos, provam e comprovam que não têm vocação para opositores.
Hoje é fácil responsabilizar a popularidade de Lula e os métodos francamente questionáveis que adota, fazendo política partidária no exercício da Presidência do país.
Mas nem sempre foi assim. Lula já esteve em baixa ao ponto de cogitar a desistência de concorrer à reeleição. O presidente tem seus méritos na recuperação, mas seus oponentes jamais souberam se posicionar de modo a representar o contingente de cidadãos que discordam do governo.
Em 2006 – para não falar do quase fundo do poço do ano anterior – a situação não era assim tão risonha e franca para Lula. Com toda sua celebrada competência política foi ao segundo turno com Geraldo Alckmin, um político de expressão apenas regional quando se lançou à empreitada.
Com essas características, os atuais oposicionistas não são exatamente candidatos ao estrelato na política caso percam as eleições agora. Na verdade, é unanimidade entre eles que a expectativa é das mais sombrias. Há mesmo quem preveja, nessas circunstâncias, o fim da oposição no Brasil e a instituição de uma hegemonia partidária ao molde do antigo PRI mexicano.
Muito bem, nesse quadro seria de se supor que seja com José, Pedro ou João, a oposição estivesse interessada em ganhar. O PT está. Pragmático, entendeu a ordem unida e se fechou em torno de Dilma Rousseff com unhas, dentes e uma garra que contrastam com o comportamento do tucanato.
Quem vê pensa que estão com a vida ganha.
O governador José Serra não necessariamente está correto em sua estratégia de manter em suspenso a candidatura até o prazo final da lei para deixar o governo de São Paulo.
Se tiver errado, como alega parte considerável de seus correligionários, pagará o preço com uma campanha dificílima ou com a derrota.
Entretanto, a 15 dias do desfecho, essa é uma Inês morta. Se houve erro ou acerto governador candidato, isso aparecerá no decorrer da campanha. Agora não adianta mais discutir se a estratégia é ou não uma “loucura sem sentido” como diz o senador Tasso Jereissati.
Do ponto de vista da oposição, não é um atitude que a favoreça. Ao contrário. O PT pode até não morrer de amores por Dilma, mas a enaltece porque é no porto dela que estão atracados todos os barquinhos.
No PSDB, os resistentes parecem fazer questão de explicitar sua desafeição pelo candidato de cujo sucesso depende o destino de todos eles: o poder ou o desterro.
Isso serve para o senador do Ceará e serve também para o entorno do governador Aécio Neves, de onde ainda saem versões sobre uma possível desistência de Serra.
Contraproducentes, pois “Minas”, assim como a compreende esse grupo, terá tão mais importância no cenário nacional quanto maior for a possibilidade de êxito do candidato do partido.
Da mesma forma para o lugar a ser ocupado por Aécio Neves na política como futuro pretendente ao Palácio do Planalto.
Pedigree
A necessidade do presidente Lula de assinalar o desnível de hierarquia entre ele e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, a quem diz ter recebido apenas para fazer um favor ao chanceler Celso Amorim, revela mais que descortesia.
É a contrafação do complexo de vira-lata materializado no complexo de pit bull.
Ato falho
No texto de ontem sobre a irrelevância da origem do dinheiro de obras para cujas inaugurações a ministra Dilma Rousseff seja convidada, pois a impropriedade nessas ocasiões reside no uso da máquina pública em prol de uma candidatura, houve troca de palavras. Onde se leu “na condição de mera candidata não haveria nada demais na presença da ministra”, leia-se “mera convidada”.
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