DEU EM O GLOBO
Petistas negam; sabatina não teve perguntas entre os pré-candidatos
BRASÍLIA. Os três principais pré-candidatos à Presidência estudaram bastante os temas da economia nacional para o primeiro debate com os representantes da indústria brasileira. José Serra, do PSDB, tentou mostrar bom humor matutino, apesar de ser um notívago declarado.
Ele também estava mais ofensivo contra Dilma Rousseff. A petista estava afiada e elegante, sem muita gracinha, e manteve o script do discurso técnico.
Por sorteio, Dilma falou primeiro; Serra, em seguida; e a candidata do PV, Marina Silva, por último.
Embora tenham se cumprimentado com beijinhos na chegada, Dilma e Serra ficaram estrategicamente separados na mesa pelo presidente da CNI, deputado Armando Monteiro. Pela quantidade de palmas, a simpatia por Serra não pôde ser disfarçada pelo empresariado, que lotou o auditório e em alguns momentos o aplaudiu de pé.
Dilma foi acompanhada por dezenas de parlamentares, coordenadores de campanha, como o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, e assessores.
Na plateia, um fã inconveniente, o folclórico Roberval Uzeda, conhecido como pai Uzeda, tentava puxar palmas para a candidata.
Em vários momentos da fala de Dilma, ele gritava: De acordo, e batia palmas com estardalhaço.
Com respostas longas, Dilma prometeu atender aos pedidos para ser mais concisa.
Tá bom, agora a resposta vai ficar mais curtinha brincou, encurtando também o tempo de cinco minutos das considerações finais.
Mais solto que de costume, Serra não perdeu a oportunidade de alfinetar sua principal adversária.
Logo manifestou contrariedade com o formato dos debates promovidos sem confronto direto entre os pré-candidatos. A assessoria do PSDB informou que o comando de campanha do PT é que tem exigido que não haja perguntas entre eles.
A assessoria de Dilma nega que tenha partido do comando da campanha ou do PT veto ao debate direto. Segundo a assessoria, consultados, todos concordaram com o formato proposto pela CNI , que atende determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de não fazer debates diretos nesta fase da pré-campanha.
O estilo descontraído seria, segundo Serra, uma tática para não se estressar. Ele reconheceu, porém, que isso nem sempre deu certo. Mas prometeu não escorregar mais daqui para a frente. E disse que nem todo mundo o acha feio: Às vezes me acham feio. Minha neta me acha um Adônis.
Serra permeou as respostas com brincadeiras.
Contou que, à época do Ministério da Saúde, rejeitou a compra de camisinhas chinesas, mesmo mais baratas.
Quando eu abri a camisinha, ela tinha cheiro de pena de galinha fervida. E furos! Não sei se os chineses, lá naquela hora, gostam do cheiro de pena de galinha. Mas nós, não! disse Serra, arrancando gargalhadas.
Serra admitiu que usou parte da madrugada para ler as propostas da indústria para o crescimento da economia. E disse que as poucas horas de sono não haviam lhe tirado a disposição: Eu dormi três horas e meia esta noite. Mas eu podia jogar futebol agora. Porque estou fazendo o que gosto, é uma coisa prazerosa.
Marina temeu o esvaziamento do plenário, já que passava da hora do almoço, mas a maioria dos empresários se manteve firme até o fim de sua fala. Ela pediu para falar sentada, por causa de problemas de visão e para consultar documentos.
Foi interrompida por aplausos duas vezes.
Num plenário cujos integrantes estão preocupados com o fim de amarras para o crescimento, Marina foi questionada pelo presidente da Federação das Indústrias do Amazonas, que perguntou se ela era contra a construção de BRs na região.
Mostrando dados concretos sobre inviabilidade econômica e ambiental dos projetos, Marina disse que continuaria contra. Mas acabou aplaudida.
Quero agradecer os que ficaram aqui mesmo com fome. Com meus 12% me sinto honrada de estarem aqui para me ouvir brincou.
Na plateia estava o empresário Guilherme Leal, vice na chapa de Marina, que foi chamado de companheiro por alguns dos empresários presentes ao evento.
Petistas negam; sabatina não teve perguntas entre os pré-candidatos
BRASÍLIA. Os três principais pré-candidatos à Presidência estudaram bastante os temas da economia nacional para o primeiro debate com os representantes da indústria brasileira. José Serra, do PSDB, tentou mostrar bom humor matutino, apesar de ser um notívago declarado.
Ele também estava mais ofensivo contra Dilma Rousseff. A petista estava afiada e elegante, sem muita gracinha, e manteve o script do discurso técnico.
Por sorteio, Dilma falou primeiro; Serra, em seguida; e a candidata do PV, Marina Silva, por último.
Embora tenham se cumprimentado com beijinhos na chegada, Dilma e Serra ficaram estrategicamente separados na mesa pelo presidente da CNI, deputado Armando Monteiro. Pela quantidade de palmas, a simpatia por Serra não pôde ser disfarçada pelo empresariado, que lotou o auditório e em alguns momentos o aplaudiu de pé.
Dilma foi acompanhada por dezenas de parlamentares, coordenadores de campanha, como o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, e assessores.
Na plateia, um fã inconveniente, o folclórico Roberval Uzeda, conhecido como pai Uzeda, tentava puxar palmas para a candidata.
Em vários momentos da fala de Dilma, ele gritava: De acordo, e batia palmas com estardalhaço.
Com respostas longas, Dilma prometeu atender aos pedidos para ser mais concisa.
Tá bom, agora a resposta vai ficar mais curtinha brincou, encurtando também o tempo de cinco minutos das considerações finais.
Mais solto que de costume, Serra não perdeu a oportunidade de alfinetar sua principal adversária.
Logo manifestou contrariedade com o formato dos debates promovidos sem confronto direto entre os pré-candidatos. A assessoria do PSDB informou que o comando de campanha do PT é que tem exigido que não haja perguntas entre eles.
A assessoria de Dilma nega que tenha partido do comando da campanha ou do PT veto ao debate direto. Segundo a assessoria, consultados, todos concordaram com o formato proposto pela CNI , que atende determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de não fazer debates diretos nesta fase da pré-campanha.
O estilo descontraído seria, segundo Serra, uma tática para não se estressar. Ele reconheceu, porém, que isso nem sempre deu certo. Mas prometeu não escorregar mais daqui para a frente. E disse que nem todo mundo o acha feio: Às vezes me acham feio. Minha neta me acha um Adônis.
Serra permeou as respostas com brincadeiras.
Contou que, à época do Ministério da Saúde, rejeitou a compra de camisinhas chinesas, mesmo mais baratas.
Quando eu abri a camisinha, ela tinha cheiro de pena de galinha fervida. E furos! Não sei se os chineses, lá naquela hora, gostam do cheiro de pena de galinha. Mas nós, não! disse Serra, arrancando gargalhadas.
Serra admitiu que usou parte da madrugada para ler as propostas da indústria para o crescimento da economia. E disse que as poucas horas de sono não haviam lhe tirado a disposição: Eu dormi três horas e meia esta noite. Mas eu podia jogar futebol agora. Porque estou fazendo o que gosto, é uma coisa prazerosa.
Marina temeu o esvaziamento do plenário, já que passava da hora do almoço, mas a maioria dos empresários se manteve firme até o fim de sua fala. Ela pediu para falar sentada, por causa de problemas de visão e para consultar documentos.
Foi interrompida por aplausos duas vezes.
Num plenário cujos integrantes estão preocupados com o fim de amarras para o crescimento, Marina foi questionada pelo presidente da Federação das Indústrias do Amazonas, que perguntou se ela era contra a construção de BRs na região.
Mostrando dados concretos sobre inviabilidade econômica e ambiental dos projetos, Marina disse que continuaria contra. Mas acabou aplaudida.
Quero agradecer os que ficaram aqui mesmo com fome. Com meus 12% me sinto honrada de estarem aqui para me ouvir brincou.
Na plateia estava o empresário Guilherme Leal, vice na chapa de Marina, que foi chamado de companheiro por alguns dos empresários presentes ao evento.
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