DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Quem almeja um posto por meio da conquista de votos evidentemente precisa mostrar os seus melhores atributos aos potenciais eleitores.
Daí que ressaltar qualidades e amenizar defeitos não subtrai legitimidade de candidatos nem faz de ninguém só por isso um fingidor. Mas há limites.
O exemplo clássico no que tange à ultrapassagem de todos eles na montagem de um candidato cujas ações eram meras reações às demandas detectadas pela área de marketing da campanha e depois de eleito revelou-se um presidente inepto, foi Fernando Collor de Mello.
Mas, deixemos as profundezas aos seus e voltemos à superfície que nada tem a ver com aquilo que nos serve apenas como referência extrema sobre os riscos dos exageros nos truques e das encenações a que se prestam os políticos para sensibilizar, despertar simpatia ou mesmo não ferir suscetibilidades do eleitorado.
Há maneiras e maneiras de se fazer isso. Resultados e resultados. Uns ficam pelo meio do caminho, vítimas de personagens excessivamente postiços. Quem se sai melhor aproveita o que já havia de bom em si e deixa fluir a autenticidade. Prova clássica e máxima: Luiz Inácio.
Mas, antes de falar dele nesse contexto face à campanha eleitoral em curso para dizer de Dilma Rousseff, falemos do adversário, José Serra, que ontem na sabatina dos candidatos (vamos nos acertar que pré-candidato é eufemismo?) na Confederação Nacional da Indústria apareceu de roupa nova.
Ou melhor, de roupa velha. Quem se sentou ali com os empresários já não era o sujeito inexpressivo que não se assumia de situação nem de oposição. Que depois de alinhavar um projeto de boas pensatas no marco inicial da trajetória em 10 de abril passou o resto do tempo fazendo repetidas louvações ao presidente da República.
Não que não pudesse elogiar Lula. Inclusive porque o faz no particular. Mas daí a transformar isso em exercício diário e exacerbado ao ponto de dizer que o presidente está "acima do bem e do mal", avalizando inclusive as infrações de Lula à Lei Eleitoral, já parecia algo meio tolo.
Ou ação decorrente de excesso de reverência estratégica ao axioma: em Lula ninguém mexe.
Uma parcela do eleitorado poderia até se perguntar por que Lula pode mexer com todo mundo sem encontrar paradeiro. Covardia? Cálculo? Neste caso, tanta amabilidade decorre de uma tentativa de criar uma situação ilusória.
Quem sentou no auditório da CNI? Um homem crítico, exigente que expôs o rol dos erros que sempre apontou no governo: taxa de juros, incapacidade de escalonar investimentos, aparelhamento da máquina, falta de planejamento, má qualidade de gestão etc.
Pediu confronto de ideias candidato a candidato. Delineou seu campo e pôs suas cartas. Vai agradar? Outros quinhentos a serem conferidos adiante, mas ao menos deixou de se fazer de desentendido a respeito de questões que alguém que pretende governar um país precisa necessariamente abordar com clareza.
O adversário pode não aceitar o embate proposto. Não é obrigado a jogar na regra do oponente.
Quem almeja um posto por meio da conquista de votos evidentemente precisa mostrar os seus melhores atributos aos potenciais eleitores.
Daí que ressaltar qualidades e amenizar defeitos não subtrai legitimidade de candidatos nem faz de ninguém só por isso um fingidor. Mas há limites.
O exemplo clássico no que tange à ultrapassagem de todos eles na montagem de um candidato cujas ações eram meras reações às demandas detectadas pela área de marketing da campanha e depois de eleito revelou-se um presidente inepto, foi Fernando Collor de Mello.
Mas, deixemos as profundezas aos seus e voltemos à superfície que nada tem a ver com aquilo que nos serve apenas como referência extrema sobre os riscos dos exageros nos truques e das encenações a que se prestam os políticos para sensibilizar, despertar simpatia ou mesmo não ferir suscetibilidades do eleitorado.
Há maneiras e maneiras de se fazer isso. Resultados e resultados. Uns ficam pelo meio do caminho, vítimas de personagens excessivamente postiços. Quem se sai melhor aproveita o que já havia de bom em si e deixa fluir a autenticidade. Prova clássica e máxima: Luiz Inácio.
Mas, antes de falar dele nesse contexto face à campanha eleitoral em curso para dizer de Dilma Rousseff, falemos do adversário, José Serra, que ontem na sabatina dos candidatos (vamos nos acertar que pré-candidato é eufemismo?) na Confederação Nacional da Indústria apareceu de roupa nova.
Ou melhor, de roupa velha. Quem se sentou ali com os empresários já não era o sujeito inexpressivo que não se assumia de situação nem de oposição. Que depois de alinhavar um projeto de boas pensatas no marco inicial da trajetória em 10 de abril passou o resto do tempo fazendo repetidas louvações ao presidente da República.
Não que não pudesse elogiar Lula. Inclusive porque o faz no particular. Mas daí a transformar isso em exercício diário e exacerbado ao ponto de dizer que o presidente está "acima do bem e do mal", avalizando inclusive as infrações de Lula à Lei Eleitoral, já parecia algo meio tolo.
Ou ação decorrente de excesso de reverência estratégica ao axioma: em Lula ninguém mexe.
Uma parcela do eleitorado poderia até se perguntar por que Lula pode mexer com todo mundo sem encontrar paradeiro. Covardia? Cálculo? Neste caso, tanta amabilidade decorre de uma tentativa de criar uma situação ilusória.
Quem sentou no auditório da CNI? Um homem crítico, exigente que expôs o rol dos erros que sempre apontou no governo: taxa de juros, incapacidade de escalonar investimentos, aparelhamento da máquina, falta de planejamento, má qualidade de gestão etc.
Pediu confronto de ideias candidato a candidato. Delineou seu campo e pôs suas cartas. Vai agradar? Outros quinhentos a serem conferidos adiante, mas ao menos deixou de se fazer de desentendido a respeito de questões que alguém que pretende governar um país precisa necessariamente abordar com clareza.
O adversário pode não aceitar o embate proposto. Não é obrigado a jogar na regra do oponente.
Mas de todo modo o osso fica mais duro de roer. Se isso ganha eleição ou leva à derrota, problema do partido, da campanha e do candidato.
Do ponto de vista de quem precisa escolher o governante interessa é ter o máximo de informações a respeito dos concorrentes. Quantitativa e qualitativamente falando. Os dados precisam ser verdadeiros, guardar relação com a realidade.
E aqui chegamos a Dilma e a candidaturas nascidas das costelas alheias. A origem não pode condená-las, é certo. Desde que no processo consigam adquirir vida própria.
A subida de Dilma nas pesquisas, e vamos nos ater apenas só à mais recente, é atribuída à presença do presidente Lula na televisão. Ninguém se refere a uma possível melhoria do desempenho dela.
Vamos que Dilma seja eleita presidente. Ela governará sob a escora de Lula que lhe transferirá expertise, por exemplo, para lidar com o Congresso?
Não? Então é preciso que se dê ao eleitor a chance de conferir, o que não se faz com pontos porcentuais em pesquisas produzidos artificialmente por colagem da imagem de outrem.
Do ponto de vista de quem precisa escolher o governante interessa é ter o máximo de informações a respeito dos concorrentes. Quantitativa e qualitativamente falando. Os dados precisam ser verdadeiros, guardar relação com a realidade.
E aqui chegamos a Dilma e a candidaturas nascidas das costelas alheias. A origem não pode condená-las, é certo. Desde que no processo consigam adquirir vida própria.
A subida de Dilma nas pesquisas, e vamos nos ater apenas só à mais recente, é atribuída à presença do presidente Lula na televisão. Ninguém se refere a uma possível melhoria do desempenho dela.
Vamos que Dilma seja eleita presidente. Ela governará sob a escora de Lula que lhe transferirá expertise, por exemplo, para lidar com o Congresso?
Não? Então é preciso que se dê ao eleitor a chance de conferir, o que não se faz com pontos porcentuais em pesquisas produzidos artificialmente por colagem da imagem de outrem.
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