DEU EM O GLOBO
O vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, não tem a menor dúvida de que seus sigilos bancário e fiscal foram quebrados por alguém, mas ainda pretende ouvir a cúpula do partido antes de anunciar as providências que tomará. Até porque ele reconhece que qualquer ação sua poderia ter uma repercussão política sobre a campanha do candidato tucano à Presidência da República, José Serra.
O vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, não tem a menor dúvida de que seus sigilos bancário e fiscal foram quebrados por alguém, mas ainda pretende ouvir a cúpula do partido antes de anunciar as providências que tomará. Até porque ele reconhece que qualquer ação sua poderia ter uma repercussão política sobre a campanha do candidato tucano à Presidência da República, José Serra.
Eduardo Jorge revela ainda ao GLOBO que há cerca de dois meses foi avisado de que o PT estaria preparando um dossiê contra ele, mas não acreditou.
Adriana Vasconcelos
Enviada especial • SALVADOR
O GLOBO: O senhor ficou surpreso com a publicação de dados da sua declaração de renda e a revelação de sua movimentação bancária?
EDUARDO JORGE: Fui avisado há dois meses que o PT estava fazendo isso, mas não acreditei. O fato é que parte de minha declaração de imposto de renda foi publicada. Isso significa que alguém teve acesso a ela. Houve quebra do meu sigilo fiscal. A imprensa, quando me procurou, também citou depósitos em minha conta bancária. Isso, sem dúvida, comprova que alguém também quebrou o meu sigilo bancário.
O senhor realmente recebeu depósitos em suas contas que somam R$ 3,9 milhões
EDUARDO JORGE: Sim. Foram depósitos em três ocasiões diferentes. Em 2007, em 2009 e em 2010, cada um de R$ 1,3 milhão. Todos referentes à venda de dois terrenos do espólio do meu sogro, que foram adquiridos por seu pai há mais de 60 anos, para ser dividido entre os 10 filhos. Sou o inventariante do espólio do meu sogro. Fiz isso com uma autorização judicial e sou obrigado a prestar conta de tudo o que faço à Justiça. Não tem nada de ilegal nisso.
O que o senhor pretende fazer agora diante da constatação da quebra de seus sigilos bancário e fiscal?
EDUARDO JORGE: Eu vou analisar com o Sérgio Guerra (presidente nacional do PSDB) e toda a direção do partido se devo fazer alguma coisa. Porque qualquer coisa que eu faça neste momento pode ter repercussão política.
Há quem veja semelhança entre o que aconteceu com o senhor e o que ocorreu com caseiro Francenildo Costa. O que o senhor pensa sobre isso?
EDUARDO JORGE: Não vejo dessa forma. Primeiro porque não sou um caseiro como o Francenildo, mas o vice-presidente executivo do PSDB. E, aparentemente, não foi o presidente da Caixa Econômica Federal que determinou a quebra do meu sigilo. Como já fui muito julgado, não quero me precipitar e responsabilizar antecipadamente ninguém. Mas o fato é que não há qualquer dúvida de que meus sigilos fiscal e bancário foram acessados por alguém.
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