DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Durante encontro em Caruaru, pré-candidato peemedebista faz apelo ao deputado para que não desista da vida pública e entre na disputa majoritária
Durante encontro em Caruaru, pré-candidato peemedebista faz apelo ao deputado para que não desista da vida pública e entre na disputa majoritária
Jorge Cavalcanti
CARUARU – O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) fez um apelo público, ontem, para o deputado federal Roberto Magalhães (DEM) desistir da ideia de abandonar a vida pública este ano e se candidatar à segunda vaga ao Senado na sua chapa, ao lado do senador Marco Maciel (DEM). O gesto faz parte da operação para montar um palanque com três ex-governadores contra a tentativa de reeleição do governador Eduardo Campos (PSB). “Tenho certeza que, pela minha vontade e de todos presentes aqui, você não deixa a vida pública”, pediu Jarbas, diante de uma plateia formada por cerca de 1.300 pessoas, assegurando falar do “fundo da alma e do coração” sobre um homem que tem um passado e um presente “que todos se orgulham”. Para o peemedebista, o aliado faria falta no momento atual de mediocridade política. Todos aplaudiram Magalhães de pé.
No evento – organizado pela deputada estadual Miriam Lacerda (DEM), indicada vice na chapa das oposições – todos os mimos e agrados foram direcionados para Magalhães, que chegou junto com Jarbas e Maciel. Ao entrar na casa de shows onde o ato foi realizado, o parlamentar foi o primeiro a ter o nome citado pelo locutor. Magalhães se acomodou em uma cadeira de plástico branca, na primeira fila da área reservada. Mas logo foi chamado para subir ao palco. Sentou-se ao lado de Maciel e foi o único a usar o microfone, além dos três integrantes da chapa.
O deputado não acenou de forma positiva a uma possível disputa pelo Senado, mas também não reiterou que não disputará mais eleições – o que elevou ainda mais a expectativa dos presentes. Após o ato, Magalhães evitou falar sobre o tema. No discurso, fez questão de dizer que havia se programado para passar o final de semana em Brasília, mas alterou a agenda para ir a Caruaru, município mais importante do Agreste, a 140 quilômetros da capital. Destacou a “coragem” de Jarbas em ser candidato contra três máquinas administrativas – federal, estadual e do Recife.
O raciocínio de Jarbas e de aliados, principalmente os do DEM, segue a lógica de que a ausência de um segundo nome competitivo seria ruim para o desempenho da chapa como um todo. Embora seja líder nas pesquisas, Marco Maciel poderia ter a reeleição comprometida em função do eleitor votar, em grande parte dos casos, em nomes “casados”. Ou seja, de um mesmo palanque, como ocorreu em 2002, com a vitória de Jarbas ao governo e de Maciel e Sérgio Guerra (PSDB) ao Senado.
O próprio Maciel está envolvido na tarefa de convencer Magalhães, de quem é amigo há mais de 50 anos. “Nesse momento é fundamental que nós tenhamos dois políticos que possam bem representar Pernambuco”, limitou-se a dizer. Sempre discreto, Maciel lembrou que foi o responsável pela entrada do companheiro na política. “Fiz um apelo para que fosse nosso candidato a vice-governador (em 1978) e, posteriormente, voltei a fazer um apelo para que fosse candidato a governador (1982)”, disse, reconhecendo que falta motivação pessoal a Magalhães.
Presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra faltou, mais uma vez, a um ato em favor de Jarbas. Este é o quinto evento desde que o peemedebista aceitou concorrer ao governo pela quarta vez. Até a última sexta, os aliados evitavam confirmar a ausência do tucano. Mas ontem, antes do início do evento, havia sete cadeiras posicionadas em cima do tablado. Em cada uma, uma pequena etiqueta branca indicava quem deveria ocupá-la. O nome dele não constava em nenhuma delas, indicando que todos já tinham ciência da ausência. Dos oito deputados estaduais do PSDB, só três compareceram – Edson Vieira, Eduardo Porto e Terezinha Nunes, mais jarbista do que tucana.
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