DEU NO JORNAL DO BRASIL
Finalmente, o presidente Lula já se pode dar ao luxo de variar de opinião sobre a atividade de que deverá se ocupar, pela mão do destino, depois de tudo que fez e, sobretudo, do que deixou de fazer. É inevitável que sairá na data prevista. Terá mais a considerar quando puder ver, de fora do poder, o Brasil que ele teve em mente e o que fez dele. Ou, quando chegar a oportunidade, o que o Brasil tiver em mente em relação a ele. Tanto quanto possível, sem pisar nos calos de quem ocupar o seu lugar pela vontade popular. O presidente se considera aprovado tanto no governo quanto na posição de princípios que aplicou, sem muita preocupação de coerência, tanto no mandato que desempenhou quanto no que deixou por fazer.
Lula se encontrou mesmo foi no segundo mandato, quando descobriu que podia mais do que supunha. Descartou o mensalão, com a ênfase na negativa de que nunca tinha ouvido falar a respeito.
Deram-lhe crédito e, muito mais tarde, quando a justiça o ouviu, confirmou que fora informado em tempo. Ficou por isso mesmo. A oposição não atou, para efeito político, o que ele confirmou mais tarde ao que negou no começo do mensalão. O rastro leva ao cemitério das oportunidades perdidas. No primeiro mandato, cercado de figuras históricas (por terem fundado o PT), quase foi despejado quando o escândalo do mensalão ficou desproporcional aos costumes que não mudam, nem por bem nem por mal.
Governos mudam, mas os hábitos têm vida própria, não dependem de mandatos. Grandes projetos enchem não só os olhos dos cidadãos como também bolsos e contas na margem de custos desses projetos. Ninguém sai perdendo, exceto o cidadão, reverenciado apenas eleitoralmente. Entra governo, sai governo, a democracia não dá conta do recado, sem fazer valer que a representação política não existe para intermediar relações entre negócios e o poder público, por um orçamento invisível. Mandato parlamentar não existe para viabilizar enriquecimento pessoal.
O problema de Lula já deixou de ser a eleição do seu sucessor, convertido em sucessora com mão pesada e resultado político atestado nas pesquisas.
Fez mais do que a parte que lhe competia, pois indicou, impôs, acompanhou e se afastou um pouco para testar o risco de ser esquecido ou ficar inconveniente, se continuar a fazer sombra sobre a candidata depois da campanha. E, pelo hábito adquirido, insistir em ser o descontraído porta-voz do governo que acabou. Sem considerar que a retribuição dela, ao aceitar o papel de boi de piranha (salvo seja), enquanto ele atravessava o rio com água pelas canelas, melhorou sua biografia comprometida pela mal contada história de reeleição por via de plebiscitos. Ainda bem que o Brasil é gato escaldado e água fria o arrepia.
Finalmente, o presidente Lula já se pode dar ao luxo de variar de opinião sobre a atividade de que deverá se ocupar, pela mão do destino, depois de tudo que fez e, sobretudo, do que deixou de fazer. É inevitável que sairá na data prevista. Terá mais a considerar quando puder ver, de fora do poder, o Brasil que ele teve em mente e o que fez dele. Ou, quando chegar a oportunidade, o que o Brasil tiver em mente em relação a ele. Tanto quanto possível, sem pisar nos calos de quem ocupar o seu lugar pela vontade popular. O presidente se considera aprovado tanto no governo quanto na posição de princípios que aplicou, sem muita preocupação de coerência, tanto no mandato que desempenhou quanto no que deixou por fazer.
Lula se encontrou mesmo foi no segundo mandato, quando descobriu que podia mais do que supunha. Descartou o mensalão, com a ênfase na negativa de que nunca tinha ouvido falar a respeito.
Deram-lhe crédito e, muito mais tarde, quando a justiça o ouviu, confirmou que fora informado em tempo. Ficou por isso mesmo. A oposição não atou, para efeito político, o que ele confirmou mais tarde ao que negou no começo do mensalão. O rastro leva ao cemitério das oportunidades perdidas. No primeiro mandato, cercado de figuras históricas (por terem fundado o PT), quase foi despejado quando o escândalo do mensalão ficou desproporcional aos costumes que não mudam, nem por bem nem por mal.
Governos mudam, mas os hábitos têm vida própria, não dependem de mandatos. Grandes projetos enchem não só os olhos dos cidadãos como também bolsos e contas na margem de custos desses projetos. Ninguém sai perdendo, exceto o cidadão, reverenciado apenas eleitoralmente. Entra governo, sai governo, a democracia não dá conta do recado, sem fazer valer que a representação política não existe para intermediar relações entre negócios e o poder público, por um orçamento invisível. Mandato parlamentar não existe para viabilizar enriquecimento pessoal.
O problema de Lula já deixou de ser a eleição do seu sucessor, convertido em sucessora com mão pesada e resultado político atestado nas pesquisas.
Fez mais do que a parte que lhe competia, pois indicou, impôs, acompanhou e se afastou um pouco para testar o risco de ser esquecido ou ficar inconveniente, se continuar a fazer sombra sobre a candidata depois da campanha. E, pelo hábito adquirido, insistir em ser o descontraído porta-voz do governo que acabou. Sem considerar que a retribuição dela, ao aceitar o papel de boi de piranha (salvo seja), enquanto ele atravessava o rio com água pelas canelas, melhorou sua biografia comprometida pela mal contada história de reeleição por via de plebiscitos. Ainda bem que o Brasil é gato escaldado e água fria o arrepia.
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