DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - Não dá para justificar, mas dá para entender porque Dilma Rousseff está fugindo por enquanto de sabatina (na Folha) e debate (na Confederação Nacional da Agricultura).
Para entender, bastaria ter visto o "Jornal Nacional" da quinta-feira: Dilma falava após encontro com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, sobre a relação Brasil/União Europeia. De súbito, parou procurando uma palavra. Foram alguns segundos apenas, mas, na televisão, um "branco" mesmo de segundos pode compor um silêncio ensurdecedor - e potencialmente devastador.
Dava a nítida sensação de aluna que não decorara direito a lição para o exame oral sem "cola".
Para piorar, o secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, atrás da candidata, passava a mão espalmada no rosto, como se estivesse sofrendo com a situação. Mera coincidência, imagino. Mas cena idêntica, em um debate/sabatina, tem potencial para mudar o quadro do momento, que mostra Dilma Rousseff e José Serra empatados, mas com a curva de intenções de voto a favor da petista.
É por isso que candidatos líderes nas pesquisas tendem a fugir do improviso, necessariamente parte do espetáculo quando se trata de debate/sabatina. Por mais que os candidatos sejam exaustivamente treinados para essas situações, há espaço para o escorregão.
Até hoje, há quem atribua a derrota de Lula para Fernando Collor, em 1989, ao fraco desempenho do petista no último debate, ainda mais que a TV Globo manipulou a edição para apequenar Lula e engrandecer Collor .
No restante da campanha, não há espaço para erro porque é tudo embalado para apresentar a candidata (ou candidato) como a maior estadista dos últimos cinco séculos, no horário gratuito eleitoral.
Neste, não vale o bordão do Faustão ("quem sabe faz ao vivo").
SÃO PAULO - Não dá para justificar, mas dá para entender porque Dilma Rousseff está fugindo por enquanto de sabatina (na Folha) e debate (na Confederação Nacional da Agricultura).
Para entender, bastaria ter visto o "Jornal Nacional" da quinta-feira: Dilma falava após encontro com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, sobre a relação Brasil/União Europeia. De súbito, parou procurando uma palavra. Foram alguns segundos apenas, mas, na televisão, um "branco" mesmo de segundos pode compor um silêncio ensurdecedor - e potencialmente devastador.
Dava a nítida sensação de aluna que não decorara direito a lição para o exame oral sem "cola".
Para piorar, o secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, atrás da candidata, passava a mão espalmada no rosto, como se estivesse sofrendo com a situação. Mera coincidência, imagino. Mas cena idêntica, em um debate/sabatina, tem potencial para mudar o quadro do momento, que mostra Dilma Rousseff e José Serra empatados, mas com a curva de intenções de voto a favor da petista.
É por isso que candidatos líderes nas pesquisas tendem a fugir do improviso, necessariamente parte do espetáculo quando se trata de debate/sabatina. Por mais que os candidatos sejam exaustivamente treinados para essas situações, há espaço para o escorregão.
Até hoje, há quem atribua a derrota de Lula para Fernando Collor, em 1989, ao fraco desempenho do petista no último debate, ainda mais que a TV Globo manipulou a edição para apequenar Lula e engrandecer Collor .
No restante da campanha, não há espaço para erro porque é tudo embalado para apresentar a candidata (ou candidato) como a maior estadista dos últimos cinco séculos, no horário gratuito eleitoral.
Neste, não vale o bordão do Faustão ("quem sabe faz ao vivo").
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