DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Agendas de campanha e oficial se confundem
Em meio à panfletagem de militantes da Frente Popular, presidente Lula vai a Caruaru para inaugurar câmpus da UFPE e visitar Escola Técnica
Sérgio Montenegro Filho
CARUARU A agenda era exclusivamente oficial, mas os dois compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Caruaru foram cercados pelo clima de campanha eleitoral. Logo cedo, enquanto Lula era aguardado para inaugurar a primeira etapa do Câmpus Agreste da Universidade Federal de Pernambuco, militantes da Frente Popular panfletavam tranquilamente na entrada do prédio, vestindo camisas e portando bandeiras. O mesmo aconteceu no segundo ato presidencial, uma visita à nova Escola Técnica Federal de Caruaru, onde além da distribuição de panfletos, alguns candidatos espalharam cavaletes e bandeiras por todo o percurso da comitiva e convidados.
Apenas dentro dos prédios não houve militância. Mas nem por isso a campanha eleitoral deixou de ser lembrada. Ao discursar para uma platéia formada basicamente por estudantes, no câmpus da Escola Técnica, o presidente afirmou que após deixar o poder, quem o substituir vai querer fazer mais do que fez um simples torneiro mecânico. Foi o bastante para que o público começasse a gritar o nome da presidenciável petista Dilma Rousseff. Lula apenas sorriu.
Antes, o prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT) já havia deixado uma mensagem subliminar: Este povo vai seguir o caminho e a estrada que o senhor reservou para o Brasil. Este povo quer seguir seus passos, discursou. Foi seguido do ministro da Educação, Fernando Haddad, que deixou no ar a sensação de continuidade, marca da campanha de Dilma: Quem será capaz de levar à frente a agenda do presidente Lula no próximo governo?, questionou.
Haddad, aliás, se ocupou da defesa dos movimentos sociais, classificados de chapa branca por apoiarem a gestão de Lula. Foram os movimentos que aderiram ao governo ou foi o governo que atendeu a todas as reivindicações?, afirmou o ministro, após ouvir, no discurso do presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Ian Evanovich, que estava satisfeito com o presidente por ter cumprido toda a lista de reivindicações apresentada pelos estudantes em 2003.
O toque de emoção da solenidade ficou por conta da cabeleireira Rosângela Ximenes e seu filho Marcelo, ambos matriculados nos cursos da Escola Técnica Federal. Ao discursar, representando os estudantes, Rosângela contou ter ficado viúva cedo e criado dois filhos sozinha. Agora, teve a chance de estudar, no mesmo momento que o filho, de 21 anos de idade e já aluno de Engenharia da UFPE.
CERIMÔNIAS
Lula chegou a Caruaru com cerca de uma hora de atraso. Foi recebido pela Orquestra Meninos do Morro e pelo governador Eduardo Campos (PSB), que o escoltou até as instalações do campus da UFPE, mas não pode permanecer no local, por ser candidato e, portanto, proibido pela Legislação Eleitoral. A primeira cerimônia, que começou por volta das 11h30, tinha tudo para ser curta, já que não previa discursos ou entrevistas. No entanto, ao apresentar a obra, o reitor Amaro Lins não conseguiu conter o choro e parou de falar. Lula, prontamente, tomou-lhe o microfone e assumiu as apresentações, cedendo a palavra aos ministros Fernando Haddad e Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia). Depois, ele próprio discursou por oito minutos.
No segundo evento, na Escola Técnica Federal, o presidente voltou jogar confetes sobre sua própria gestão ao citar obras como a Transposição do Rio São Francisco, a Ferrovia Transnordestina e a recuperação de rodovias, ações que, segundo ele, ajudaram a soerguer a região. Nos últimos quarenta anos, o Nordeste não recebeu a quantidade de recursos que vem recebendo no meu governo. Aqui só havia estatísticas ruins, mas nós tornamos o Brasil mais equânime, afirmou.
E encerrou voltando a demonstrar que já sente saudades do poder. Ano que vem virei dançar forró em Caruaru, sem essa chatice de segurança presidencial. Aí vocês vão ver o Lula forrozeiro!, brincou.
Agendas de campanha e oficial se confundem
Em meio à panfletagem de militantes da Frente Popular, presidente Lula vai a Caruaru para inaugurar câmpus da UFPE e visitar Escola Técnica
Sérgio Montenegro Filho
CARUARU A agenda era exclusivamente oficial, mas os dois compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Caruaru foram cercados pelo clima de campanha eleitoral. Logo cedo, enquanto Lula era aguardado para inaugurar a primeira etapa do Câmpus Agreste da Universidade Federal de Pernambuco, militantes da Frente Popular panfletavam tranquilamente na entrada do prédio, vestindo camisas e portando bandeiras. O mesmo aconteceu no segundo ato presidencial, uma visita à nova Escola Técnica Federal de Caruaru, onde além da distribuição de panfletos, alguns candidatos espalharam cavaletes e bandeiras por todo o percurso da comitiva e convidados.
Apenas dentro dos prédios não houve militância. Mas nem por isso a campanha eleitoral deixou de ser lembrada. Ao discursar para uma platéia formada basicamente por estudantes, no câmpus da Escola Técnica, o presidente afirmou que após deixar o poder, quem o substituir vai querer fazer mais do que fez um simples torneiro mecânico. Foi o bastante para que o público começasse a gritar o nome da presidenciável petista Dilma Rousseff. Lula apenas sorriu.
Antes, o prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT) já havia deixado uma mensagem subliminar: Este povo vai seguir o caminho e a estrada que o senhor reservou para o Brasil. Este povo quer seguir seus passos, discursou. Foi seguido do ministro da Educação, Fernando Haddad, que deixou no ar a sensação de continuidade, marca da campanha de Dilma: Quem será capaz de levar à frente a agenda do presidente Lula no próximo governo?, questionou.
Haddad, aliás, se ocupou da defesa dos movimentos sociais, classificados de chapa branca por apoiarem a gestão de Lula. Foram os movimentos que aderiram ao governo ou foi o governo que atendeu a todas as reivindicações?, afirmou o ministro, após ouvir, no discurso do presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Ian Evanovich, que estava satisfeito com o presidente por ter cumprido toda a lista de reivindicações apresentada pelos estudantes em 2003.
O toque de emoção da solenidade ficou por conta da cabeleireira Rosângela Ximenes e seu filho Marcelo, ambos matriculados nos cursos da Escola Técnica Federal. Ao discursar, representando os estudantes, Rosângela contou ter ficado viúva cedo e criado dois filhos sozinha. Agora, teve a chance de estudar, no mesmo momento que o filho, de 21 anos de idade e já aluno de Engenharia da UFPE.
CERIMÔNIAS
Lula chegou a Caruaru com cerca de uma hora de atraso. Foi recebido pela Orquestra Meninos do Morro e pelo governador Eduardo Campos (PSB), que o escoltou até as instalações do campus da UFPE, mas não pode permanecer no local, por ser candidato e, portanto, proibido pela Legislação Eleitoral. A primeira cerimônia, que começou por volta das 11h30, tinha tudo para ser curta, já que não previa discursos ou entrevistas. No entanto, ao apresentar a obra, o reitor Amaro Lins não conseguiu conter o choro e parou de falar. Lula, prontamente, tomou-lhe o microfone e assumiu as apresentações, cedendo a palavra aos ministros Fernando Haddad e Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia). Depois, ele próprio discursou por oito minutos.
No segundo evento, na Escola Técnica Federal, o presidente voltou jogar confetes sobre sua própria gestão ao citar obras como a Transposição do Rio São Francisco, a Ferrovia Transnordestina e a recuperação de rodovias, ações que, segundo ele, ajudaram a soerguer a região. Nos últimos quarenta anos, o Nordeste não recebeu a quantidade de recursos que vem recebendo no meu governo. Aqui só havia estatísticas ruins, mas nós tornamos o Brasil mais equânime, afirmou.
E encerrou voltando a demonstrar que já sente saudades do poder. Ano que vem virei dançar forró em Caruaru, sem essa chatice de segurança presidencial. Aí vocês vão ver o Lula forrozeiro!, brincou.
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