A candidata Dilma Rousseff, no debate de domingo à noite, patrocinado pela Rede TV!/“Folha de S.Paulo”, tachou de “manobra eleitoreira” a denúncia publicada pela revista “Veja” de que a sua sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, participara, com um filho, de uma ação de lobby junto aos Correios (sempre eles...). Ao mesmo tempo, Dilma procurou se desvincular da gestão da amiga e assessora direta desde os tempos do Ministério de Minas e Energia, apoiando previamente qualquer medida que o governo Lula venha a tomar em toda essa nova história.
Ela não poderia ter outra atitude. Erenice nega qualquer dolo, assim como refuta a denúncia o empresário Fábio Baracat, embora ele apareça na reportagem relatando encontros com o filho da ministra, Israel Guerra, e a própria Erenice, para tratar de contratos de transporte de cargas dos Correios pelos aviões da MTA, da qual era sócio. As tratativas teriam envolvido o pagamento de uma “taxa de sucesso”, termo elegante para designar suborno — não importa se cobrado para inflar patrimônio pessoal ou arcar com “compromissos políticos”, como teria sido explicado. As negativas poderiam, se não encerrar o caso, pelo menos diminuir sua temperatura, não fossem evidências de que a família de Erenice pratica uma forma específica de aparelhamento e tomada de espaço na máquina pública: aquele ditado pelo DNA.
O filho Israel, antes de supostamente se beneficiar da posição da mãe no governo, no ofício de lobista, foi nomeado para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), junto com o amigo Vinícius de Oliveira Castro, posteriormente convertido em assessor de Erenice na Casa Civil. Ontem, Vinícius entregou o cargo, enquanto a ministra pedia à Comissão de Ética da Presidência para investigá-la.
Outro parente de Erenice, a irmã Maria Euriza de Carvalho, foi advogada e consultora da estatal Empresa de Pesquisa Energética, para a qual trabalhou, contratado sem licitação, o escritório de advocacia Trajano e Silva. Neste, um dos sócios era mais um irmão: Antonio Eudacy Carvalho. Tudo em família, sem contar que outro integrante do escritório é Marcio Silva, advogado do PT e da campanha de Dilma Rousseff.
O caso de Erenice Guerra e o escândalo da invasão criminosa de arquivos da Receita Federal, com objetivos político-eleitorais, traçam em cores fortes um cenário de degradação de uma máquina pública cada vez mais custosa para o contribuinte. E por trás de tudo está o descuido com que os tais cargos de confiança são preenchidos. No governo Lula, em que o aparelhamento ideológico, e, agora se vê, de compadrio, chegou aos píncaros, o contingente desses funcionários contratados sem concurso foi ampliado de 18 mil para aproximadamente 21 mil.
A sociedade, então, vê-se numa situação desconfortável: paga altos impostos para sustentar uma máquina que não para de inchar, e descobre que, enquanto a qualidade dos serviços públicos continua baixa, parte do seu dinheiro é gasta no pagamento de salários a apaniguados de poderosos de ocasião.
Mais ainda: vê o dinheiro público, que é seu, desviado para labirintos da corrupção, e sequer pode confiar em que o Estado guarde com a devida segurança informações de sua vida privada.
Ela não poderia ter outra atitude. Erenice nega qualquer dolo, assim como refuta a denúncia o empresário Fábio Baracat, embora ele apareça na reportagem relatando encontros com o filho da ministra, Israel Guerra, e a própria Erenice, para tratar de contratos de transporte de cargas dos Correios pelos aviões da MTA, da qual era sócio. As tratativas teriam envolvido o pagamento de uma “taxa de sucesso”, termo elegante para designar suborno — não importa se cobrado para inflar patrimônio pessoal ou arcar com “compromissos políticos”, como teria sido explicado. As negativas poderiam, se não encerrar o caso, pelo menos diminuir sua temperatura, não fossem evidências de que a família de Erenice pratica uma forma específica de aparelhamento e tomada de espaço na máquina pública: aquele ditado pelo DNA.
O filho Israel, antes de supostamente se beneficiar da posição da mãe no governo, no ofício de lobista, foi nomeado para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), junto com o amigo Vinícius de Oliveira Castro, posteriormente convertido em assessor de Erenice na Casa Civil. Ontem, Vinícius entregou o cargo, enquanto a ministra pedia à Comissão de Ética da Presidência para investigá-la.
Outro parente de Erenice, a irmã Maria Euriza de Carvalho, foi advogada e consultora da estatal Empresa de Pesquisa Energética, para a qual trabalhou, contratado sem licitação, o escritório de advocacia Trajano e Silva. Neste, um dos sócios era mais um irmão: Antonio Eudacy Carvalho. Tudo em família, sem contar que outro integrante do escritório é Marcio Silva, advogado do PT e da campanha de Dilma Rousseff.
O caso de Erenice Guerra e o escândalo da invasão criminosa de arquivos da Receita Federal, com objetivos político-eleitorais, traçam em cores fortes um cenário de degradação de uma máquina pública cada vez mais custosa para o contribuinte. E por trás de tudo está o descuido com que os tais cargos de confiança são preenchidos. No governo Lula, em que o aparelhamento ideológico, e, agora se vê, de compadrio, chegou aos píncaros, o contingente desses funcionários contratados sem concurso foi ampliado de 18 mil para aproximadamente 21 mil.
A sociedade, então, vê-se numa situação desconfortável: paga altos impostos para sustentar uma máquina que não para de inchar, e descobre que, enquanto a qualidade dos serviços públicos continua baixa, parte do seu dinheiro é gasta no pagamento de salários a apaniguados de poderosos de ocasião.
Mais ainda: vê o dinheiro público, que é seu, desviado para labirintos da corrupção, e sequer pode confiar em que o Estado guarde com a devida segurança informações de sua vida privada.
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