DEU EM O GLOBO
A ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, foi sócia de duas empresas enquanto ocupava cargos no governo Lula, a partir de 2003. Ela é suspeita de tráfico de influência por causa da ação de seu filho, Israel Guerra, na intermediação de contratos com o governo. Erenice teve participação nas duas empresas, sediadas em Brasília, desde 1994, quando deixou a Eletronorte, até 14 de março de 2007, quando já era assessora de Dilma Rousseff na Casa Civil. Uma terceira empresa, de segurança e arapongagem, foi aberta em 1997 em nome de Israel Guerra e de uma "laranja”. Ontem, o escândalo derrubou um assessor de confiança de Erenice - na Casa Civil, sócio oculto do filho dela, também sob suspeita. 0 presidente Lula cobrou explicações de Erenice, mas decidiu mantê-la no cargo. A conduta da ministra, que continua negando tudo, será analisada pela Comissão de Ética Pública.
Os negócios de Erenice
Ministra da Casa Civil teve duas empresas quando já ocupava cargos no governo
Fábio Fabrini e Jailton de Carvalho
BRASÍLIA - Acusada de escalar uma laranja para o seu lugar numa empresa que atuaria em segurança e arapongagem, a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, foi sócia direta de outras duas empresas enquanto ocupava cargos no governo Lula, a partir de 2003. Paralelamente às funções de consultora jurídica do Ministério das Minas e Energia e de secretária-executiva da Casa Civil, ela foi dona da Razão Social Confecções e da Carvalho Guerra e Representações, firmas com sede em Brasília. Segundo a revista “Veja”, Erenice teria praticado tráfico de influência pela ação do filho, Israel Guerra, na intermediação de contratos entre empresas privadas e o governo.
Erenice foi sócia das empresas a partir da fundação, em 1994, época em que deixou cargo na Eletronorte.
Só se desligou delas em 14 de março de 2007, quando já era braço-direito de Dilma Rousseff na Casa Civil. A participação de altos funcionários públicos em empresas privadas, bem como alterações significativas de patrimônio, devem obrigatoriamente ser comunicadas à Comissão de Ética Pública da Presidência, o que é uma incógnita no caso de Erenice.
Procurada ontem, sua assessoria não disse se ela cumpriu as exigências.
O objetivo é verificar se há conflito de competência na atuação do servidor. Segundo a Comissão de Ética Pública da Presidência, a declaração de informações de Erenice é sigilosa e só cabe a ela revelar o conteúdo.
As duas empresas permanecem ativas na Junta Comercial do Distrito Federal. Atualmente, estão em nome de Gabriela Pazzini e Antônio Eudacy Alves Carvalho, irmão da ministra, que, indicado por ela, ocupou cargo na Infraero até 2007.
Nos registros da Junta Comercial, a Razão Social Confecções faz e comercializa peças de vestuário. Já a Carvalho Guerra atua como representante comercial de cosméticos, medicamentos, calçados, material odontológico e até animais vivos.
Ministra: empresa nunca operou
Ontem, o jornal “O Estado de S. Paulo” mostrou que a ministra teria usado uma laranja para criar uma terceira empresa. Trata-se da Conservadora Asa Imperial, aberta em 1997 em nome de Israel Guerra e da professora Geralda Amorim de Oliveira, cujo nome foi usado só para montar a empresa.
A ministra teria justificado, à época, que estava se separando e não gostaria de registrar a empresa em seu nome. Nos documentos da Junta, a Asa Imperial faz segurança privada e “investigação particular”. Apesar de constar como ativa, Erenice sustenta que a empresa nunca operou.
A Polícia Federal deverá, até sextafeira, abrir inquérito para investigar o suposto envolvimento de Israel, filho da ministra, em tráfico de influência no governo. Israel é acusado de intermediar a renovação de um contrato da Master Top Airlines, empresa de transporte aéreo, com os Correios. A PF apurará ainda se há indícios contra a ministra. Mas, neste caso, a decisão de abrir inquérito caberia ao Supremo Tribunal Federal, a partir de parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Ontem, após reunião com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, determinou à Corregedoria Geral que analise as denúncias de “Veja”. O corregedorgeral Valdinho Jacinto Caetano deverá ver se há indícios de crime contra Israel, e se o caso é competência da PF. A cúpula da polícia entende que as acusações são fortes e justificam abertura de inquérito. Numa segunda fase, a polícia verá se os indícios atingem Erenice. Então, caberia a Gurgel analisar se os dados são suficientes para propor ao STF abertura de inquérito contra a ministra.
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A ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, foi sócia de duas empresas enquanto ocupava cargos no governo Lula, a partir de 2003. Ela é suspeita de tráfico de influência por causa da ação de seu filho, Israel Guerra, na intermediação de contratos com o governo. Erenice teve participação nas duas empresas, sediadas em Brasília, desde 1994, quando deixou a Eletronorte, até 14 de março de 2007, quando já era assessora de Dilma Rousseff na Casa Civil. Uma terceira empresa, de segurança e arapongagem, foi aberta em 1997 em nome de Israel Guerra e de uma "laranja”. Ontem, o escândalo derrubou um assessor de confiança de Erenice - na Casa Civil, sócio oculto do filho dela, também sob suspeita. 0 presidente Lula cobrou explicações de Erenice, mas decidiu mantê-la no cargo. A conduta da ministra, que continua negando tudo, será analisada pela Comissão de Ética Pública.
Os negócios de Erenice
Ministra da Casa Civil teve duas empresas quando já ocupava cargos no governo
Fábio Fabrini e Jailton de Carvalho
BRASÍLIA - Acusada de escalar uma laranja para o seu lugar numa empresa que atuaria em segurança e arapongagem, a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, foi sócia direta de outras duas empresas enquanto ocupava cargos no governo Lula, a partir de 2003. Paralelamente às funções de consultora jurídica do Ministério das Minas e Energia e de secretária-executiva da Casa Civil, ela foi dona da Razão Social Confecções e da Carvalho Guerra e Representações, firmas com sede em Brasília. Segundo a revista “Veja”, Erenice teria praticado tráfico de influência pela ação do filho, Israel Guerra, na intermediação de contratos entre empresas privadas e o governo.
Erenice foi sócia das empresas a partir da fundação, em 1994, época em que deixou cargo na Eletronorte.
Só se desligou delas em 14 de março de 2007, quando já era braço-direito de Dilma Rousseff na Casa Civil. A participação de altos funcionários públicos em empresas privadas, bem como alterações significativas de patrimônio, devem obrigatoriamente ser comunicadas à Comissão de Ética Pública da Presidência, o que é uma incógnita no caso de Erenice.
Procurada ontem, sua assessoria não disse se ela cumpriu as exigências.
O objetivo é verificar se há conflito de competência na atuação do servidor. Segundo a Comissão de Ética Pública da Presidência, a declaração de informações de Erenice é sigilosa e só cabe a ela revelar o conteúdo.
As duas empresas permanecem ativas na Junta Comercial do Distrito Federal. Atualmente, estão em nome de Gabriela Pazzini e Antônio Eudacy Alves Carvalho, irmão da ministra, que, indicado por ela, ocupou cargo na Infraero até 2007.
Nos registros da Junta Comercial, a Razão Social Confecções faz e comercializa peças de vestuário. Já a Carvalho Guerra atua como representante comercial de cosméticos, medicamentos, calçados, material odontológico e até animais vivos.
Ministra: empresa nunca operou
Ontem, o jornal “O Estado de S. Paulo” mostrou que a ministra teria usado uma laranja para criar uma terceira empresa. Trata-se da Conservadora Asa Imperial, aberta em 1997 em nome de Israel Guerra e da professora Geralda Amorim de Oliveira, cujo nome foi usado só para montar a empresa.
A ministra teria justificado, à época, que estava se separando e não gostaria de registrar a empresa em seu nome. Nos documentos da Junta, a Asa Imperial faz segurança privada e “investigação particular”. Apesar de constar como ativa, Erenice sustenta que a empresa nunca operou.
A Polícia Federal deverá, até sextafeira, abrir inquérito para investigar o suposto envolvimento de Israel, filho da ministra, em tráfico de influência no governo. Israel é acusado de intermediar a renovação de um contrato da Master Top Airlines, empresa de transporte aéreo, com os Correios. A PF apurará ainda se há indícios contra a ministra. Mas, neste caso, a decisão de abrir inquérito caberia ao Supremo Tribunal Federal, a partir de parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Ontem, após reunião com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, determinou à Corregedoria Geral que analise as denúncias de “Veja”. O corregedorgeral Valdinho Jacinto Caetano deverá ver se há indícios de crime contra Israel, e se o caso é competência da PF. A cúpula da polícia entende que as acusações são fortes e justificam abertura de inquérito. Numa segunda fase, a polícia verá se os indícios atingem Erenice. Então, caberia a Gurgel analisar se os dados são suficientes para propor ao STF abertura de inquérito contra a ministra.
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