DEU EM O GLOBO
Partido se reúne hoje. Ibsen Pinheiro elogia tucano e diz que ele "não tem o dedo podre" para fazer nomeações
Clarissa Barreto*
PORTO ALEGRE. Em evento suprapartidário realizado ontem com deputados, prefeitos e líderes de partidos que apoiam a candidatura tucana à Presidência, em Porto Alegre, o candidato José Serra aproveitou para afagar o PMDB gaúcho, que esteve dividido no primeiro turno. Serra chegou a visitar o candidato derrotado ao governo do estado, José Fogaça, que durante o primeiro turno optou pela neutralidade. Cacique peemedebista, o deputado federal Ibsen Pinheiro discursou e elogiou Serra para as cerca de 800 pessoas que participaram do encontro num hotel da capital gaúcha Em seu discurso, o candidato tucano afirmou que costuma escolher bem quem trabalha com ele e acenou com uma possibilidade de cargos para os aliados.
— É claro que vamos contar com nossos companheiros mais próximos. Ninguém constroi o Brasil sozinho. Não sou dado a messias, temos que trabalhar em equipe — disse Serra.
Mesmo sem o apoio institucional do PMDB, que será decidido hoje em reunião do diretório, Ibsen Pinheiro elogiou Serra, garantindo que ele tem o “dedo bom” para escolher equipe.
— A primeira tarefa de um presidente nem é tão árdua. É nomear o chefe da Casa Civil e seus ministros. Não pode errar, e o Serra nunca errou. Ele não tem o dedo podre, ele escolhe por honradez e competência — afirmou Ibsen.
Fogaça “foi o melhor senador”, diz Serra Após uma rápida caminhada pelo centro de Porto Alegre, Serra foi em busca de outro apoio peemedebista: José Fogaça. Depois de reunir-se a portas fechadas com o tucano por cerca de dez minutos, Fogaça não admitiu o voto em Serra. Ele condicionou o apoio à decisão do partido, que será tomada hoje em reunião da executiva.
— Sempre tive uma posição pessoal, mas acima dela está uma posição coletiva e partidária.
Isso vai orientar a minha posição, que é a mesma do primeiro turno, a mesma de sempre. Não mudei em nada.
O não-posicionamento de Fogaça não impediu Serra de tecer elogios ao ex-senador: — Disse uma coisa a ele que eu digo a muita gente. Eu tive mandato de oito anos no senado e sempre o tomei como um modelo de senador responsável.
Foi o melhor senador com quem eu convivi lá.
Questionado sobre a distribuição de cargos de um eventual governo, Serra disse que só depois que ganhar a eleição falará sobre o tema.
— Não vou falar de governo sem ter resultado. Só falo de governo se ganhar. Mas acho que tem coisas que eu aprendi a fazer na vida e uma delas é me cercar de gente boa para trabalhar, desde que eu era líder estudantil.
Tucano se irrita com perguntas sobre Paulo Souza O candidato se irritou nas duas vezes em que foi perguntado por jornalistas sobre Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA) e acusado de ter desviado R$ 4 milhões da campanha de Serra. Primeiro, limitouse a dizer que era uma “pauta petista”. Depois, em entrevista coletiva, após a reunião com Fogaça, Serra acusou um repórter do jornal “Valor Econômico” de fazer um comentário racista.
— Não tem o que comentar.
Considero, em primeiro lugar, um preconceito odiento o fato de se referir a uma pessoa com esse apelido. Quando me disseram esse apelido, eu disse que não conhecia. Não tenho preconceito racial e, na sua pergunta, está envolvido um preconceito racial. Segundo, não tem nada para comentar, exceto a pauta petista. Não houve desvio de dinheiro na minha campanha nenhum.
E a Dilma (Rousseff, candidata petista) está preocupada com o desvio de dinheiro na minha campanha. Já eu estou preocupado com o desvio de dinheiro feito na Casa Civil.
Mais tarde, em Rio Grande, Serra voltou a ser questionado sobre um email que o atual governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), teria lhe enviado em 2009 com críticas a Paulo Vieira de Souza. Serra negou ter recebido qualquer email de Goldman sobre o assunto.
(*) Especial para O Globo
Partido se reúne hoje. Ibsen Pinheiro elogia tucano e diz que ele "não tem o dedo podre" para fazer nomeações
Clarissa Barreto*
PORTO ALEGRE. Em evento suprapartidário realizado ontem com deputados, prefeitos e líderes de partidos que apoiam a candidatura tucana à Presidência, em Porto Alegre, o candidato José Serra aproveitou para afagar o PMDB gaúcho, que esteve dividido no primeiro turno. Serra chegou a visitar o candidato derrotado ao governo do estado, José Fogaça, que durante o primeiro turno optou pela neutralidade. Cacique peemedebista, o deputado federal Ibsen Pinheiro discursou e elogiou Serra para as cerca de 800 pessoas que participaram do encontro num hotel da capital gaúcha Em seu discurso, o candidato tucano afirmou que costuma escolher bem quem trabalha com ele e acenou com uma possibilidade de cargos para os aliados.
— É claro que vamos contar com nossos companheiros mais próximos. Ninguém constroi o Brasil sozinho. Não sou dado a messias, temos que trabalhar em equipe — disse Serra.
Mesmo sem o apoio institucional do PMDB, que será decidido hoje em reunião do diretório, Ibsen Pinheiro elogiou Serra, garantindo que ele tem o “dedo bom” para escolher equipe.
— A primeira tarefa de um presidente nem é tão árdua. É nomear o chefe da Casa Civil e seus ministros. Não pode errar, e o Serra nunca errou. Ele não tem o dedo podre, ele escolhe por honradez e competência — afirmou Ibsen.
Fogaça “foi o melhor senador”, diz Serra Após uma rápida caminhada pelo centro de Porto Alegre, Serra foi em busca de outro apoio peemedebista: José Fogaça. Depois de reunir-se a portas fechadas com o tucano por cerca de dez minutos, Fogaça não admitiu o voto em Serra. Ele condicionou o apoio à decisão do partido, que será tomada hoje em reunião da executiva.
— Sempre tive uma posição pessoal, mas acima dela está uma posição coletiva e partidária.
Isso vai orientar a minha posição, que é a mesma do primeiro turno, a mesma de sempre. Não mudei em nada.
O não-posicionamento de Fogaça não impediu Serra de tecer elogios ao ex-senador: — Disse uma coisa a ele que eu digo a muita gente. Eu tive mandato de oito anos no senado e sempre o tomei como um modelo de senador responsável.
Foi o melhor senador com quem eu convivi lá.
Questionado sobre a distribuição de cargos de um eventual governo, Serra disse que só depois que ganhar a eleição falará sobre o tema.
— Não vou falar de governo sem ter resultado. Só falo de governo se ganhar. Mas acho que tem coisas que eu aprendi a fazer na vida e uma delas é me cercar de gente boa para trabalhar, desde que eu era líder estudantil.
Tucano se irrita com perguntas sobre Paulo Souza O candidato se irritou nas duas vezes em que foi perguntado por jornalistas sobre Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA) e acusado de ter desviado R$ 4 milhões da campanha de Serra. Primeiro, limitouse a dizer que era uma “pauta petista”. Depois, em entrevista coletiva, após a reunião com Fogaça, Serra acusou um repórter do jornal “Valor Econômico” de fazer um comentário racista.
— Não tem o que comentar.
Considero, em primeiro lugar, um preconceito odiento o fato de se referir a uma pessoa com esse apelido. Quando me disseram esse apelido, eu disse que não conhecia. Não tenho preconceito racial e, na sua pergunta, está envolvido um preconceito racial. Segundo, não tem nada para comentar, exceto a pauta petista. Não houve desvio de dinheiro na minha campanha nenhum.
E a Dilma (Rousseff, candidata petista) está preocupada com o desvio de dinheiro na minha campanha. Já eu estou preocupado com o desvio de dinheiro feito na Casa Civil.
Mais tarde, em Rio Grande, Serra voltou a ser questionado sobre um email que o atual governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), teria lhe enviado em 2009 com críticas a Paulo Vieira de Souza. Serra negou ter recebido qualquer email de Goldman sobre o assunto.
(*) Especial para O Globo
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