DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Tucano cita vitórias nos Estados como exemplo de força da oposição, ignora Aécio Neves e faz elogios a Alckmin
Julia Duailibi, Roberto Almeida
Ao reconhecer ontem a vitória da adversária Dilma Rousseff (PT), o candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (PSDB), afirmou que o "povo" não quis que sua eleição fosse "agora" e se despediu do eleitor com um "até logo".
"Minha mensagem de despedida nesse momento não é um adeus. Mas é um até logo. A luta continua", disse o tucano, no comitê de campanha, no centro de São Paulo.
Derrotado pela segunda vez na corrida pelo Palácio do Planalto, Serra fez um breve discurso ao lado da família e das principais lideranças da oposição no final da noite de ontem. Durante os 10 minutos em que falou, sinalizou que pretende se manter como protagonista no cenário político brasileiro. "Quis o povo que não fosse agora", afirmou o tucano, com os olhos marejados.
"Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós estamos apenas começando uma luta de verdade. Estamos no começo do começo desta luta. E nós vamos dar nossa contribuição ao País em defesa da pátria, da liberdade, da democracia e do direito que todos têm de falar e da justiça social", afirmou Serra.
"Vamos dar nossa contribuição, nossa frente de partidos, de indivíduos e de parlamentares. Essa será nossa luta", completou.
Acompanhado dos presidentes do PSDB, Sérgio Guerra (PE), do DEM, Rodrigo Maia (RJ), do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, do prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), entre outros, o tucano disse receber a derrota com "respeito e humildade". Agradeceu a votação e os militantes, cumprimentou Dilma pela vitória, desejando que "faça bem" para o País, e enalteceu o empenho da campanha do PSDB em combater, segundo ele, "forças terríveis" em "meses duríssimos".
Confiança. Aliados disseram que o tucano recebeu com serenidade e tranquilidade o resultado, mas que ficou bastante "abatido" com a derrota. "Achei que fosse ganhar", teria dito Serra a um dos coordenadores de sua campanha. Antes de receber a notícia, o tucano estava confiante. Almoçou no Palácio dos Bandeirantes com os principais apoiadores de sua campanha e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que se manteve afastado durante a disputa eleitoral. No encontro, Serra fez piadas e contou histórias das viagens que fez pelo País.
Após a definição de que a vitória de Dilma era irreversível, o tucano refugiou-se na casa do secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, no Jardim América, para escrever o discurso da derrota. Enquanto isso, líderes do DEM, PSDB e PPS reuniram-se para discutir o futuro da oposição e a forma como os partidos se posicionarão diante do governo Dilma.
Numa tentativa de mostrar que a oposição não estaria enfraquecida com sua derrota, Serra citou a vitória de dez governadores do PSDB nas urnas. Falou, especialmente, de Alckmin, com quem manteve relação conflituosa no passado. Os dois tucanos acabaram a corrida eleitoral mais próximos, em razão do empenho do governador eleito na eleição presidencial - o candidato, porém, não citou o senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves.
"Quero lembrar ainda que ao lado desses 43 milhões e 600 mil recebemos também votos que elegeram dez governadores, que nos apoiaram em todo o nosso País, entre os quais um está presente", observou Serra. "Meu querido companheiro de muitas jornadas Geraldo Alckmin. Você se empenhou na minha eleição mais do que se empenhou na sua, sinceramente", anotou.
Serra agradeceu à população a energia que recebeu e brincou sobre o que fará com ela no futuro. "Recebi toda a energia para essa campanha - foram sete meses, de muita movimentação e equilíbrio também - que foi necessário. Chego hoje nessa etapa final com a mesma energia, o problema é como despender essa energia, que me foi passada por todo o Brasil", disse o tucano.
Após encerrar seu discurso, pediu a todos que cantassem os últimos versos do Hino Nacional, que considera "muito significativos". Em seguida, cumprimentou correligionários e sua mulher, Monica Serra. Ao finalizar, chamou ao palco a filha, Verônica, alvo de quebra de sigilo fiscal em episódio que marcou a campanha presidencial.
Serra já havia encerrado o discurso, quando Verônica cochichou em seu ouvido.
Havia esquecido de agradecer alguém. "E um abraço ao Fernando Henrique, que está nos assistindo pela TV", assinalou.
Colaborou Ana Paula Scinocca
Tucano cita vitórias nos Estados como exemplo de força da oposição, ignora Aécio Neves e faz elogios a Alckmin
Julia Duailibi, Roberto Almeida
Ao reconhecer ontem a vitória da adversária Dilma Rousseff (PT), o candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (PSDB), afirmou que o "povo" não quis que sua eleição fosse "agora" e se despediu do eleitor com um "até logo".
"Minha mensagem de despedida nesse momento não é um adeus. Mas é um até logo. A luta continua", disse o tucano, no comitê de campanha, no centro de São Paulo.
Derrotado pela segunda vez na corrida pelo Palácio do Planalto, Serra fez um breve discurso ao lado da família e das principais lideranças da oposição no final da noite de ontem. Durante os 10 minutos em que falou, sinalizou que pretende se manter como protagonista no cenário político brasileiro. "Quis o povo que não fosse agora", afirmou o tucano, com os olhos marejados.
"Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós estamos apenas começando uma luta de verdade. Estamos no começo do começo desta luta. E nós vamos dar nossa contribuição ao País em defesa da pátria, da liberdade, da democracia e do direito que todos têm de falar e da justiça social", afirmou Serra.
"Vamos dar nossa contribuição, nossa frente de partidos, de indivíduos e de parlamentares. Essa será nossa luta", completou.
Acompanhado dos presidentes do PSDB, Sérgio Guerra (PE), do DEM, Rodrigo Maia (RJ), do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, do prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), entre outros, o tucano disse receber a derrota com "respeito e humildade". Agradeceu a votação e os militantes, cumprimentou Dilma pela vitória, desejando que "faça bem" para o País, e enalteceu o empenho da campanha do PSDB em combater, segundo ele, "forças terríveis" em "meses duríssimos".
Confiança. Aliados disseram que o tucano recebeu com serenidade e tranquilidade o resultado, mas que ficou bastante "abatido" com a derrota. "Achei que fosse ganhar", teria dito Serra a um dos coordenadores de sua campanha. Antes de receber a notícia, o tucano estava confiante. Almoçou no Palácio dos Bandeirantes com os principais apoiadores de sua campanha e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que se manteve afastado durante a disputa eleitoral. No encontro, Serra fez piadas e contou histórias das viagens que fez pelo País.
Após a definição de que a vitória de Dilma era irreversível, o tucano refugiou-se na casa do secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, no Jardim América, para escrever o discurso da derrota. Enquanto isso, líderes do DEM, PSDB e PPS reuniram-se para discutir o futuro da oposição e a forma como os partidos se posicionarão diante do governo Dilma.
Numa tentativa de mostrar que a oposição não estaria enfraquecida com sua derrota, Serra citou a vitória de dez governadores do PSDB nas urnas. Falou, especialmente, de Alckmin, com quem manteve relação conflituosa no passado. Os dois tucanos acabaram a corrida eleitoral mais próximos, em razão do empenho do governador eleito na eleição presidencial - o candidato, porém, não citou o senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves.
"Quero lembrar ainda que ao lado desses 43 milhões e 600 mil recebemos também votos que elegeram dez governadores, que nos apoiaram em todo o nosso País, entre os quais um está presente", observou Serra. "Meu querido companheiro de muitas jornadas Geraldo Alckmin. Você se empenhou na minha eleição mais do que se empenhou na sua, sinceramente", anotou.
Serra agradeceu à população a energia que recebeu e brincou sobre o que fará com ela no futuro. "Recebi toda a energia para essa campanha - foram sete meses, de muita movimentação e equilíbrio também - que foi necessário. Chego hoje nessa etapa final com a mesma energia, o problema é como despender essa energia, que me foi passada por todo o Brasil", disse o tucano.
Após encerrar seu discurso, pediu a todos que cantassem os últimos versos do Hino Nacional, que considera "muito significativos". Em seguida, cumprimentou correligionários e sua mulher, Monica Serra. Ao finalizar, chamou ao palco a filha, Verônica, alvo de quebra de sigilo fiscal em episódio que marcou a campanha presidencial.
Serra já havia encerrado o discurso, quando Verônica cochichou em seu ouvido.
Havia esquecido de agradecer alguém. "E um abraço ao Fernando Henrique, que está nos assistindo pela TV", assinalou.
Colaborou Ana Paula Scinocca
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