DEU EM O GLOBO
Com 55 milheres devotos, petista se torna a primeira mulher eleita presidente do Brasil
Com dez milhões de votos a menos que os obtidos em 2006 em sua reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem mais um passo no seu projeto de poder: transformou a ex-ministra Dilma Rousseff, que até então não havia disputado nenhuma eleição, na primeira mulher eleita para presidente do Brasil. O próximo passo do lulismo, a volta presidente em 2014, embora sempre negada; já é articulada por aliados no Congresso e auxiliares diretos do Palácio do Planalto. Na campanha presidencial mais longa em 2007 por Lula - e mais radical, no discurso e no uso da máquina pública, Dilma venceu com 55 milhões de votos (56%), contra 43,4 milhões de votos (43,9%) dados ao candidato oposicionista, José Serra, do PSDB. A candidata de Lula venceu no DF e em 15 estados - inclusive em Minas Gerais, seu estado natal. Em seu primeiro pronunciamento após a vitória, ao lado do vice eleito, o peemedebista Michel Temer, e do ex-ministro Antônio Palacci, Dilma, resistindo à emoção,incentivou as mulheres a se mirarem em seu exemplo, prometeu zelar pela ampla e irrestrita liberdade de imprensa e elogiou a "genialidade" do presidente Lula. Aos adversários, lançou palavras cordiais: "Estendo a mão aos partidos de oposição".
Volta de Lula em 2014, que rondará a gestão Dilma, já é articulada
Projeto de poder do PT prevê a possibilidade de retorno do presidente ao cargo, em quatro anos
BRASÍLIA. Desde o primeiro dia do novo governo, em 1ode janeiro de 2011, um fantasma deve rondar o Palácio do Planalto nos quatro anos de mandato da presidente Dilma Rousseff: a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a ser o candidato do PT em 2014. Embora negado o tempo todo, o tema é assunto frequente entre petistas e aliados, seja para alimentar a expectativa de poder, seja para tentar imobilizar Dilma e, até mesmo, para deixar a oposição em dúvida.
Um dos petistas com grande influência na campanha de Dilma, no comando do PT e com interlocução no Planalto diz que o assunto nunca foi discutido seriamente.
Ponderando sobre a distância que separa 2010 de 2014 e a impossibilidade de traçar planos dessa magnitude com tanta antecedência, esse petista lembra: “Se alguém dissesse, depois da eleição de 2006, que Dilma seria a candidata do PT em 2010, todos nós cairíamos na risada, não?”
Dutra: “É muito cedo para discutir isso”
De público, o assunto é tratado de forma cuidadosa.
Ontem, questionado sobre a possível volta à política nas próximas eleições, o presidente desconversou. Disse que não sabe se estará vivo em 2014.
O comando do PT já tenta tirar o assunto da pauta.
— A tarefa de Dilma é fazer um bom governo. A questão de 2014 fica para um momento oportuno. O Lula sai com a aprovação consagradora, com mais de 80% de bom e ótimo. Ele teria que voltar com a obrigação de superar isso — disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra. — Não sei se ele gostaria de voltar. Mas ainda é muito cedo para discutir isso.
Mas integrantes do PT avaliam que o retorno de Lula é a única forma de garantir o projeto de poder de 20 anos. Alguns lulistas até dizem que Lula será candidato, independentemente do desempenho de Dilma. A escolha da petista para sua sucessão foi baseada na confiança de que ela, sempre leal, não dificultaria uma eventual volta dele.
O que confirma esse fantasma inevitável é que em nenhum momento, quando foi questionado sobre sua volta, Lula foi enfático na negativa.
Pelo contrário, deixou a questão em aberto.
Lula: "Conjuntura do momento vai indicar"
Há três anos, quando abordado em uma entrevista, Lula não descartou um retorno em 2014. Na ocasião, disse que não poderia trabalhar com essa hipótese em sua cabeça porque seria o seu “fracasso”.
Mas ressaltou: “Se essa coisa tiver de acontecer, a conjuntura do momento vai indicar”.
Nos últimos dias, um outro ministro com influência no governo lembrava que a oposição errou ao apostar na possibilidade de um terceiro mandato para Lula. Enquanto isso, acrescentou essa fonte, Lula preparava a candidatura governista.
— Por que iríamos nos preocupar com o terceiro mandato se o nosso projeto é de 20 anos: dois mandatos de Lula, mais quatro anos de Dilma e outros oito anos de Lula? Ficaremos no poder até 2022 — disse um petista.
Mas a avaliação está longe de ser um consenso dentro do PT. E Lula não tem dado pistas concretas. Dilma sempre foi cautelosa em relação ao tema.
No início de julho, disse, de forma “ mineira ” , que “quando chegar a hora” vai conversar sobre isso. Internamento, ela teria deixado escapar essa possibilidade.
Com 55 milheres devotos, petista se torna a primeira mulher eleita presidente do Brasil
Com dez milhões de votos a menos que os obtidos em 2006 em sua reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem mais um passo no seu projeto de poder: transformou a ex-ministra Dilma Rousseff, que até então não havia disputado nenhuma eleição, na primeira mulher eleita para presidente do Brasil. O próximo passo do lulismo, a volta presidente em 2014, embora sempre negada; já é articulada por aliados no Congresso e auxiliares diretos do Palácio do Planalto. Na campanha presidencial mais longa em 2007 por Lula - e mais radical, no discurso e no uso da máquina pública, Dilma venceu com 55 milhões de votos (56%), contra 43,4 milhões de votos (43,9%) dados ao candidato oposicionista, José Serra, do PSDB. A candidata de Lula venceu no DF e em 15 estados - inclusive em Minas Gerais, seu estado natal. Em seu primeiro pronunciamento após a vitória, ao lado do vice eleito, o peemedebista Michel Temer, e do ex-ministro Antônio Palacci, Dilma, resistindo à emoção,incentivou as mulheres a se mirarem em seu exemplo, prometeu zelar pela ampla e irrestrita liberdade de imprensa e elogiou a "genialidade" do presidente Lula. Aos adversários, lançou palavras cordiais: "Estendo a mão aos partidos de oposição".
Volta de Lula em 2014, que rondará a gestão Dilma, já é articulada
Projeto de poder do PT prevê a possibilidade de retorno do presidente ao cargo, em quatro anos
BRASÍLIA. Desde o primeiro dia do novo governo, em 1ode janeiro de 2011, um fantasma deve rondar o Palácio do Planalto nos quatro anos de mandato da presidente Dilma Rousseff: a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a ser o candidato do PT em 2014. Embora negado o tempo todo, o tema é assunto frequente entre petistas e aliados, seja para alimentar a expectativa de poder, seja para tentar imobilizar Dilma e, até mesmo, para deixar a oposição em dúvida.
Um dos petistas com grande influência na campanha de Dilma, no comando do PT e com interlocução no Planalto diz que o assunto nunca foi discutido seriamente.
Ponderando sobre a distância que separa 2010 de 2014 e a impossibilidade de traçar planos dessa magnitude com tanta antecedência, esse petista lembra: “Se alguém dissesse, depois da eleição de 2006, que Dilma seria a candidata do PT em 2010, todos nós cairíamos na risada, não?”
Dutra: “É muito cedo para discutir isso”
De público, o assunto é tratado de forma cuidadosa.
Ontem, questionado sobre a possível volta à política nas próximas eleições, o presidente desconversou. Disse que não sabe se estará vivo em 2014.
O comando do PT já tenta tirar o assunto da pauta.
— A tarefa de Dilma é fazer um bom governo. A questão de 2014 fica para um momento oportuno. O Lula sai com a aprovação consagradora, com mais de 80% de bom e ótimo. Ele teria que voltar com a obrigação de superar isso — disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra. — Não sei se ele gostaria de voltar. Mas ainda é muito cedo para discutir isso.
Mas integrantes do PT avaliam que o retorno de Lula é a única forma de garantir o projeto de poder de 20 anos. Alguns lulistas até dizem que Lula será candidato, independentemente do desempenho de Dilma. A escolha da petista para sua sucessão foi baseada na confiança de que ela, sempre leal, não dificultaria uma eventual volta dele.
O que confirma esse fantasma inevitável é que em nenhum momento, quando foi questionado sobre sua volta, Lula foi enfático na negativa.
Pelo contrário, deixou a questão em aberto.
Lula: "Conjuntura do momento vai indicar"
Há três anos, quando abordado em uma entrevista, Lula não descartou um retorno em 2014. Na ocasião, disse que não poderia trabalhar com essa hipótese em sua cabeça porque seria o seu “fracasso”.
Mas ressaltou: “Se essa coisa tiver de acontecer, a conjuntura do momento vai indicar”.
Nos últimos dias, um outro ministro com influência no governo lembrava que a oposição errou ao apostar na possibilidade de um terceiro mandato para Lula. Enquanto isso, acrescentou essa fonte, Lula preparava a candidatura governista.
— Por que iríamos nos preocupar com o terceiro mandato se o nosso projeto é de 20 anos: dois mandatos de Lula, mais quatro anos de Dilma e outros oito anos de Lula? Ficaremos no poder até 2022 — disse um petista.
Mas a avaliação está longe de ser um consenso dentro do PT. E Lula não tem dado pistas concretas. Dilma sempre foi cautelosa em relação ao tema.
No início de julho, disse, de forma “ mineira ” , que “quando chegar a hora” vai conversar sobre isso. Internamento, ela teria deixado escapar essa possibilidade.
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