DEU EM O GLOBO
O presidente Lula, em sua última visita oficial ao Rio, inaugurou e testou ontem as gôndolas do teleférico do Complexo do Alemão, que no entanto só será aberto ao público em marco. Através de um telão, ele inaugurou ainda a duplicação de 26 quilômetros da rodovia Rio-Santos, entre Santa Cruz e Itacuruçá, obras que se arrastaram por quatro anos. Lula acompanhou ainda pelo telão a entrega de 144 unidades habitacionais e das obras de reurbanização da Rua 4 da Rocinha. Transformada de um beco de 60 centímetros para uma via de até 12 metros de largura, a rua tem uma das maiores incidências de tuberculose do país.
Lula inaugura teleférico que só abre em março
Presidente chega de vidros abertos no Alemão ocupado e Pezão garante R$1 bi para melhorias em 13 favelas
Taís Mendes e Waleska Borges
Em clima de festa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem sua última visita oficial ao Rio, embarcando numa das gôndolas do teleférico do Complexo do Alemão - que só será aberto ao público em março. Durante o evento, o vice-governador Luiz Fernando Pezão anunciou R$1 bilhão de recursos próprios, além dos R$600 milhões do Ministério das Cidades, dentro do PAC 2, e dos R$600 milhões de empréstimos do BNDES, que serão aplicados em 13 comunidades (pacificadas ou não) do Rio. De acordo com Pezão, entre as obras está prevista a instalação de um teleférico na Rocinha e de um monotrilho na Tijuca. As obras devem começar já em maio.
Os recursos do Ministério das Cidades já foram liberados para investimentos nas comunidades de Mangueira, Batam e Tijuca. Além delas, o governo do estado investirá em melhorias em Rocinha, Manguinhos, Alemão, Kelsons, São Sebastião, Juramento, Jacarezinho, Macacos, Complexo do Lins e Dona Marta.
- Vamos fazer pintura das casas, telhados, abrir ruas, recuperar centros culturais, fazer teleférico na Rocinha e na Tijuca. Serão intervenções em todas essas favelas - afirmou o vice-governador.
Além do presidente e do vice-governador, participaram do evento o governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, e vários ministros, entre outras autoridades.
Lula: "Complexo do Alemão não é mais bicho-papão"
Durante a solenidade, o presidente contou que se emocionou ao assistir, pela TV, à ocupação policial do complexo e da Vila Cruzeiro e pediu a Paes e Cabral que "não permitam que haja um retrocesso no Alemão".
- O Complexo do Alemão não é mais bicho-papão - brincou o presidente, arrancando aplausos da multidão que acompanhava o evento.
Lula embarcou na estação de Bonsucesso e fez a viagem até a estação do Morro da Baiana, dando início à fase de testes da instalação eletromecânica do sistema. Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e construído pela Secretaria estadual de Obras, o teleférico é o primeiro sistema de transporte de massa por cabos do Brasil.
- Primeiro, quero agradecer ao Cabral e ao Pezão por terem trabalhado para permitir que a gente pudesse fazer a primeira viagem do teleférico no Complexo do Alemão, que só poderá ser utilizado pelo povo em março. O sistema vai passar primeiro por uma fase de testes. Quando estiver tudo testado e 100% garantido é que o povo vai poder transitar normalmente. Tem que ter paciência porque a demora é para o bem de vocês, por uma questão de segurança - explicou o presidente para a população sob o sol a pino.
O presidente, que também inaugurou um caixa eletrônico da Caixa Econômica Federal na estação do teleférico, destacou que as obras e a ocupação do Complexo do Alemão foram importantes para a autoestima dos moradores:
- Eu tive a oportunidade de vir de carro, com vidro aberto, cumprimentando as pessoas nas ruas. Acho que as pessoas estão com a autoestima tão elevada que não é possível medir. Finalmente, depois de tantos desgovernos no Rio, temos um governo que resolveu fazer o óbvio: privilegiar tratar das pessoas de bem do Rio em detrimento da bandidagem e do narcotráfico. O teleférico passa a disputar com o Pão de Açúcar o cartão postal do Rio.
No final da solenidade, Sérgio Cabral e Eduardo Paes entregaram a chave do Rio ao presidente, além de um recibo de mais de R$2 bilhões investidos na cidade em dois anos.
- E não estou incluindo o PAC 2. Isso permitiu um conjunto de ações importantes na cidade. É um gesto simbólico para dizer que a cidade do Rio está de portas abertas para o senhor - disse Eduardo Paes, durante a entrega da chave.
- Saio do Rio com a consciência tranquila de que não fizemos tudo, mas fizemos mais do que muitos fizeram durante décadas no estado - disse o presidente.
Moradores acompanharam evento com presidente
Sob o sol forte de ontem, dezenas de moradores permaneceram na rua até Lula deixar a estação do Morro da Baiana. Muitos aguardavam para tirar fotos do presidente, mas apenas as pessoas credenciadas tinham acesso ao evento.
A Rua Itajubara teve o tráfego interrompido, e o acesso às casas era feito por grades de proteção. Do lado de fora da Estação Baiana, moradores tentavam acompanhar a movimentação de janelas, lajes e calçadas.
O técnico de informática José Clóvis da Silva, de 37 anos, morador do Morro da Baiana, não trabalhou ontem por causa do evento:
- Com o teleférico, vamos economizar tempo e dinheiro. Depois da chegada da UPP, também aumentou a nossa sensação de liberdade.
A aposentada Elizete Correa da Silva Monteiro, de 59 anos, tentava deixar um recado:
- Há dias que muitas pessoas aqui não têm nenhum R$1. A entrada para o teleférico precisa ser gratuita ou ter um valor simbólico.
Outros moradores aproveitaram para reclamar da falta de água e luz no complexo.
A tranquilidade nos pontos visitados pelo presidente foi garantida por agentes de segurança contratados pelo cerimonial do evento. Policiais do Batalhão de Choque também estiveram nos arredores do Morro da Baiana. No início da manhã, homens do Esquadrão Antibombas lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fizeram uma inspeção na Estação de Bonsucesso.
O presidente Lula, em sua última visita oficial ao Rio, inaugurou e testou ontem as gôndolas do teleférico do Complexo do Alemão, que no entanto só será aberto ao público em marco. Através de um telão, ele inaugurou ainda a duplicação de 26 quilômetros da rodovia Rio-Santos, entre Santa Cruz e Itacuruçá, obras que se arrastaram por quatro anos. Lula acompanhou ainda pelo telão a entrega de 144 unidades habitacionais e das obras de reurbanização da Rua 4 da Rocinha. Transformada de um beco de 60 centímetros para uma via de até 12 metros de largura, a rua tem uma das maiores incidências de tuberculose do país.
Lula inaugura teleférico que só abre em março
Presidente chega de vidros abertos no Alemão ocupado e Pezão garante R$1 bi para melhorias em 13 favelas
Taís Mendes e Waleska Borges
Em clima de festa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem sua última visita oficial ao Rio, embarcando numa das gôndolas do teleférico do Complexo do Alemão - que só será aberto ao público em março. Durante o evento, o vice-governador Luiz Fernando Pezão anunciou R$1 bilhão de recursos próprios, além dos R$600 milhões do Ministério das Cidades, dentro do PAC 2, e dos R$600 milhões de empréstimos do BNDES, que serão aplicados em 13 comunidades (pacificadas ou não) do Rio. De acordo com Pezão, entre as obras está prevista a instalação de um teleférico na Rocinha e de um monotrilho na Tijuca. As obras devem começar já em maio.
Os recursos do Ministério das Cidades já foram liberados para investimentos nas comunidades de Mangueira, Batam e Tijuca. Além delas, o governo do estado investirá em melhorias em Rocinha, Manguinhos, Alemão, Kelsons, São Sebastião, Juramento, Jacarezinho, Macacos, Complexo do Lins e Dona Marta.
- Vamos fazer pintura das casas, telhados, abrir ruas, recuperar centros culturais, fazer teleférico na Rocinha e na Tijuca. Serão intervenções em todas essas favelas - afirmou o vice-governador.
Além do presidente e do vice-governador, participaram do evento o governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, e vários ministros, entre outras autoridades.
Lula: "Complexo do Alemão não é mais bicho-papão"
Durante a solenidade, o presidente contou que se emocionou ao assistir, pela TV, à ocupação policial do complexo e da Vila Cruzeiro e pediu a Paes e Cabral que "não permitam que haja um retrocesso no Alemão".
- O Complexo do Alemão não é mais bicho-papão - brincou o presidente, arrancando aplausos da multidão que acompanhava o evento.
Lula embarcou na estação de Bonsucesso e fez a viagem até a estação do Morro da Baiana, dando início à fase de testes da instalação eletromecânica do sistema. Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e construído pela Secretaria estadual de Obras, o teleférico é o primeiro sistema de transporte de massa por cabos do Brasil.
- Primeiro, quero agradecer ao Cabral e ao Pezão por terem trabalhado para permitir que a gente pudesse fazer a primeira viagem do teleférico no Complexo do Alemão, que só poderá ser utilizado pelo povo em março. O sistema vai passar primeiro por uma fase de testes. Quando estiver tudo testado e 100% garantido é que o povo vai poder transitar normalmente. Tem que ter paciência porque a demora é para o bem de vocês, por uma questão de segurança - explicou o presidente para a população sob o sol a pino.
O presidente, que também inaugurou um caixa eletrônico da Caixa Econômica Federal na estação do teleférico, destacou que as obras e a ocupação do Complexo do Alemão foram importantes para a autoestima dos moradores:
- Eu tive a oportunidade de vir de carro, com vidro aberto, cumprimentando as pessoas nas ruas. Acho que as pessoas estão com a autoestima tão elevada que não é possível medir. Finalmente, depois de tantos desgovernos no Rio, temos um governo que resolveu fazer o óbvio: privilegiar tratar das pessoas de bem do Rio em detrimento da bandidagem e do narcotráfico. O teleférico passa a disputar com o Pão de Açúcar o cartão postal do Rio.
No final da solenidade, Sérgio Cabral e Eduardo Paes entregaram a chave do Rio ao presidente, além de um recibo de mais de R$2 bilhões investidos na cidade em dois anos.
- E não estou incluindo o PAC 2. Isso permitiu um conjunto de ações importantes na cidade. É um gesto simbólico para dizer que a cidade do Rio está de portas abertas para o senhor - disse Eduardo Paes, durante a entrega da chave.
- Saio do Rio com a consciência tranquila de que não fizemos tudo, mas fizemos mais do que muitos fizeram durante décadas no estado - disse o presidente.
Moradores acompanharam evento com presidente
Sob o sol forte de ontem, dezenas de moradores permaneceram na rua até Lula deixar a estação do Morro da Baiana. Muitos aguardavam para tirar fotos do presidente, mas apenas as pessoas credenciadas tinham acesso ao evento.
A Rua Itajubara teve o tráfego interrompido, e o acesso às casas era feito por grades de proteção. Do lado de fora da Estação Baiana, moradores tentavam acompanhar a movimentação de janelas, lajes e calçadas.
O técnico de informática José Clóvis da Silva, de 37 anos, morador do Morro da Baiana, não trabalhou ontem por causa do evento:
- Com o teleférico, vamos economizar tempo e dinheiro. Depois da chegada da UPP, também aumentou a nossa sensação de liberdade.
A aposentada Elizete Correa da Silva Monteiro, de 59 anos, tentava deixar um recado:
- Há dias que muitas pessoas aqui não têm nenhum R$1. A entrada para o teleférico precisa ser gratuita ou ter um valor simbólico.
Outros moradores aproveitaram para reclamar da falta de água e luz no complexo.
A tranquilidade nos pontos visitados pelo presidente foi garantida por agentes de segurança contratados pelo cerimonial do evento. Policiais do Batalhão de Choque também estiveram nos arredores do Morro da Baiana. No início da manhã, homens do Esquadrão Antibombas lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fizeram uma inspeção na Estação de Bonsucesso.
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