DEU NO VALOR ECONÔMICO
Raquel Ulhôa De Brasília
Aécio cochila ao lado de Arthur Virgílio: tucanos ouvem discurso em que Tasso classifica o presidente Lula como uma "decepção" e o associa a Macunaíma
Por cerca de quatro horas na tribuna, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) despediu-se ontem do Senado com um discurso de prestação de contas do seu mandato, duras críticas ao governo, ao PT e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defesa do governo Fernando Henrique Cardoso e um "alerta" em relação à futura gestão de Dilma Rousseff: o risco de tentar calar a imprensa.
"Permanecerão no governo que se inicia grupos que têm uma visão deturpada das práticas políticas. Aqueles que tratam a oposição, essencial em qualquer regime democrático, como os inimigos a serem aniquilados. Pessoas que não conseguem conviver com uma imprensa livre e com o respeito às liberdades individuais", disse.
Tasso, derrotado na tentativa de se reeleger ao Senado após sofrer forte oposição de Lula no Estado, acusou o presidente de "conivência com a desonestidade", "fraqueza diante dos malfeitos de seus companheiros e aliados" e "rendição às chantagens políticas". Para o tucano, "a imagem de grande democrata e estadista" foi um mito que desmoronou.
"Do alto de sua incontestável popularidade, Lula poderia ter sido um grande estadista. Ter feito as reformas que o Brasil precisava - a política, a tributária e a trabalhista. Tentar livrar para sempre o Brasil de personagens e engrenagens que teimam em travar o nosso avanço. Para isso, teria todo o nosso apoio. Mas não o fez. Preferiu seguir o caminho fácil do poder pelo poder", disse.
O senador, que governou o Ceará por três vezes e termina seu primeiro mandato parlamentar, afirmou não se arrepender da oposição ao governo Lula. Disse que, com sua conduta, atraiu "todas as forças do poder". Ele criticou a forma como Lula se relacionou com a oposição e o fato de o presidente ter tentado sempre desvalorizar e desqualificar as realizações dos governos anteriores.
"Para mim, e acredito que para muitos milhões de brasileiros, cerca de 46% dos eleitores brasileiros, Lula foi uma decepção, em vários sentidos. Lula nos decepcionou como político, como liderança comprometida com a ética e a honestidade, como símbolo da mudança nas relações do governo com a sociedade, do Executivo com os demais poderes e, acima de tudo, como esperança de algo realmente novo na vida nacional", disse.
Lula foi comparado a Macunaíma, personagem criado por Mário de Andrade. "Não me refiro a um vício de personalidade, mas a alguém que apenas transita pelo mundo ao sabor do acaso, sem outro fim ou projeto que não seja o da própria sobrevivência, capaz de tudo para consegui-la. Lula se vangloria de ter construído o Brasil, assim como Macunaíma se julgava capaz de controlar o universo, manipulando monstros e deuses", afirmou.
Nas cerca de quatro horas que permaneceu na tribuna, Tasso recebeu homenagens de dezenas de senadores, aliados e adversários, como Inácio Arruda (PC do B-CE), que reconheceu a importância do tucano para democratização do Estado. Até o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com quem Tasso tinha ligações pessoais mas se afastou nos embates políticos da Casa, homenageou a dedicação e as "virtudes" de Tasso. O senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) acompanhou a sessão, assim como a mulher de Tasso, Renata Jereissati.
Raquel Ulhôa De Brasília
Aécio cochila ao lado de Arthur Virgílio: tucanos ouvem discurso em que Tasso classifica o presidente Lula como uma "decepção" e o associa a Macunaíma
Por cerca de quatro horas na tribuna, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) despediu-se ontem do Senado com um discurso de prestação de contas do seu mandato, duras críticas ao governo, ao PT e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defesa do governo Fernando Henrique Cardoso e um "alerta" em relação à futura gestão de Dilma Rousseff: o risco de tentar calar a imprensa.
"Permanecerão no governo que se inicia grupos que têm uma visão deturpada das práticas políticas. Aqueles que tratam a oposição, essencial em qualquer regime democrático, como os inimigos a serem aniquilados. Pessoas que não conseguem conviver com uma imprensa livre e com o respeito às liberdades individuais", disse.
Tasso, derrotado na tentativa de se reeleger ao Senado após sofrer forte oposição de Lula no Estado, acusou o presidente de "conivência com a desonestidade", "fraqueza diante dos malfeitos de seus companheiros e aliados" e "rendição às chantagens políticas". Para o tucano, "a imagem de grande democrata e estadista" foi um mito que desmoronou.
"Do alto de sua incontestável popularidade, Lula poderia ter sido um grande estadista. Ter feito as reformas que o Brasil precisava - a política, a tributária e a trabalhista. Tentar livrar para sempre o Brasil de personagens e engrenagens que teimam em travar o nosso avanço. Para isso, teria todo o nosso apoio. Mas não o fez. Preferiu seguir o caminho fácil do poder pelo poder", disse.
O senador, que governou o Ceará por três vezes e termina seu primeiro mandato parlamentar, afirmou não se arrepender da oposição ao governo Lula. Disse que, com sua conduta, atraiu "todas as forças do poder". Ele criticou a forma como Lula se relacionou com a oposição e o fato de o presidente ter tentado sempre desvalorizar e desqualificar as realizações dos governos anteriores.
"Para mim, e acredito que para muitos milhões de brasileiros, cerca de 46% dos eleitores brasileiros, Lula foi uma decepção, em vários sentidos. Lula nos decepcionou como político, como liderança comprometida com a ética e a honestidade, como símbolo da mudança nas relações do governo com a sociedade, do Executivo com os demais poderes e, acima de tudo, como esperança de algo realmente novo na vida nacional", disse.
Lula foi comparado a Macunaíma, personagem criado por Mário de Andrade. "Não me refiro a um vício de personalidade, mas a alguém que apenas transita pelo mundo ao sabor do acaso, sem outro fim ou projeto que não seja o da própria sobrevivência, capaz de tudo para consegui-la. Lula se vangloria de ter construído o Brasil, assim como Macunaíma se julgava capaz de controlar o universo, manipulando monstros e deuses", afirmou.
Nas cerca de quatro horas que permaneceu na tribuna, Tasso recebeu homenagens de dezenas de senadores, aliados e adversários, como Inácio Arruda (PC do B-CE), que reconheceu a importância do tucano para democratização do Estado. Até o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com quem Tasso tinha ligações pessoais mas se afastou nos embates políticos da Casa, homenageou a dedicação e as "virtudes" de Tasso. O senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) acompanhou a sessão, assim como a mulher de Tasso, Renata Jereissati.
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