Vitória na votação do mínimo não tranquiliza aliados
Cristiane Jungblut e Isabel Braga
Cristiane Jungblut e Isabel Braga
BRASÍLIA. Essa primeira vitória de Dilma Rousseff, entretanto, não tranquiliza a cúpula do governo. Há entre os articuladores a certeza de que o "troco" prometido pelos insatisfeitos pode vir a qualquer momento. Tendo enfrentado algumas derrotas como líder do governo Lula na Câmara, como na questão dos royalties e do reajuste de 7,7% para aposentados em 2010, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) não escondia a satisfação com a nova sistemática adotada pelo Palácio do Planalto.
- O resultado da votação foi extremamente positivo para o governo. Foi impressionante a votação do governo. O PMDB demonstrou lealdade e força. É uma segunda lua de mel (com o governo) - disse Vaccarezza.
Em 2003, reforma da previdência criou racha no PT
Apesar da lua de mel dos aliados, líderes experientes alertam que o troco, se necessário, será dado em votações futuras. Nesse momento, os parlamentares preferem se curvar à força das urnas e, além disso, tiveram que defender uma bandeira simpática, a fórmula de reajuste para o mínimo até 2015. O PT, por exemplo, teve dissidências, mas nada se compara ao constrangimento dentro do partido como o ocorrido em 2003, quando o presidente Lula enviou proposta de reforma da Previdência que afetava os servidores públicos, berço do partido.
Na votação, o próprio ex-ministro da Previdência, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), lembrava dos constrangimentos da época da reforma da Previdência, quando ele estava no Executivo e o hoje senador José Pimentel (CE) era o relator da matéria.
No Senado, Jucá precisa de um bom resultado
Agora, a responsabilidade está com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que tem que apresentar um resultado à altura do da Câmara. Tendo sido líder na maior derrota do governo Lula, em 2007, quando o Senado derrubou a CPMF, Jucá, agora, conta com uma Casa com perfil bem mais governista. Ele também esteve com Dilma semana passada.
- O governo quer aprovar o projeto sem emendas. O governo se empenhou nessa primeira vitória - disse Jucá.
Os aliados avisam que, agora, esperam que o "bom tratamento" continue.
- É importante o bom relacionamento da Presidência com aqueles que são fiéis e estão trabalhando. Devem ter tratamento à altura - alertou Lincoln Portela, líder do PR.
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