Reeleito deputado federal, João Paulo Cunha assume a Presidência da CCJ e confirma a estratégia do PT em "absolver" os envolvidos no maior escândalo político do governo Lula
Ivan Iunes
A escolha do ex-presidente da Câmara dos Deputados e réu no processo do mensalão João Paulo Cunha (PT-SP) para presidir a Comissão de Constituição e Justiça é um indicativo de que personagens de escândalos célebres durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva buscarão, nos próximos anos, voltar aos holofotes políticos.
Depois de quatro anos sem assumir postos importantes, João Paulo comandará o principal colegiado da Casa. Além dele, Benjamin Maranhão (PMDB-PB), Heleno Silva (PRB-SE), Jorge Pinheiro (PRB-GO), Josué Bengston (PTB-PA) e Nilton Capixaba (PTB-RO), todos envolvidos no escândalo dos sanguessugas, também conseguiram retornar à Câmara dos Deputados para tentar a reabilitação política.
Escoltado pela maior votação para deputado federal do PT em São Paulo nas últimas eleições, com 255 mil votos, João Paulo Cunha disputava com Ricardo Berzoini (PT-SP) a indicação para a CCJ. Acabou escolhido para comandar o comissão até o fim do ano, quando o posto passará ao colega de partido.
Réu no processo do mensalão por supostamente ter recebido R$ 50 mil do esquema comandado pelo publicitário Marcos Valério, João Paulo conseguiu a reeleição em 2006, mas passou quatro anos atuando apenas nos bastidores, articulando uma volta a cargos de destaque. A mesma estratégia foi utilizada por José Genoino (PT-SP), mas o paulista não conseguiu se reeleger nas últimas eleições e foi obrigado a deixar a Câmara dos Deputados.
Popularidade
Com o alto índice de popularidade do governo Lula verificado no fim do mandato do agora ex-presidente e a atual gestão navegando em relativa calmaria, os petistas decidiram dar início à reabilitação de personagens do partido envolvidos no mensalão, conforme sinalizou o próprio Lula na semana passada. Durante a celebração dos 31 anos de fundação do PT, o ex-governante afirmou que chegou a hora de “encarar” o mensalão, embora tenha desqualificado a existência de uma esquema do Executivo para a compra de apoio parlamentar.
Além de João Paulo, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário geral da legenda Silvio Pereira devem voltar à vida partidária. Já outro personagem do caso, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que é membro do Diretório Nacional do PT, não tentará reaver os direitos políticos, perdidos com a cassação do mandato de deputado em dezembro de 2005.
“É inegável a história do João Paulo como presidente da Câmara e nós entendemos que ele deveria assumir os cargos que o permitissem continuar dando contribuições efetivas ao país. Já era hora de ele emergir novamente. O José Dirceu, entretanto, tem uma batalha judicial pela frente e não deve perder esse foco nos próximos anos”, aponta o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP).
Propina
O mensalão consistiu no principal escândalo que atingiu o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005, em seu primeiro mandato. A prática consistia em um esquema de pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor de projetos do governo. Entre os 39 réus, estão parlamentares, ex-ministros, dirigentes do Banco Rural e o empresário e publicitário Marcos Valério. A ação, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), deve ser julgada neste ano. Será o maior processo da história da Corte, devido ao número de acusados.
FONTE:CORREIO BRAZILIENSE
Ivan Iunes
A escolha do ex-presidente da Câmara dos Deputados e réu no processo do mensalão João Paulo Cunha (PT-SP) para presidir a Comissão de Constituição e Justiça é um indicativo de que personagens de escândalos célebres durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva buscarão, nos próximos anos, voltar aos holofotes políticos.
Depois de quatro anos sem assumir postos importantes, João Paulo comandará o principal colegiado da Casa. Além dele, Benjamin Maranhão (PMDB-PB), Heleno Silva (PRB-SE), Jorge Pinheiro (PRB-GO), Josué Bengston (PTB-PA) e Nilton Capixaba (PTB-RO), todos envolvidos no escândalo dos sanguessugas, também conseguiram retornar à Câmara dos Deputados para tentar a reabilitação política.
Escoltado pela maior votação para deputado federal do PT em São Paulo nas últimas eleições, com 255 mil votos, João Paulo Cunha disputava com Ricardo Berzoini (PT-SP) a indicação para a CCJ. Acabou escolhido para comandar o comissão até o fim do ano, quando o posto passará ao colega de partido.
Réu no processo do mensalão por supostamente ter recebido R$ 50 mil do esquema comandado pelo publicitário Marcos Valério, João Paulo conseguiu a reeleição em 2006, mas passou quatro anos atuando apenas nos bastidores, articulando uma volta a cargos de destaque. A mesma estratégia foi utilizada por José Genoino (PT-SP), mas o paulista não conseguiu se reeleger nas últimas eleições e foi obrigado a deixar a Câmara dos Deputados.
Popularidade
Com o alto índice de popularidade do governo Lula verificado no fim do mandato do agora ex-presidente e a atual gestão navegando em relativa calmaria, os petistas decidiram dar início à reabilitação de personagens do partido envolvidos no mensalão, conforme sinalizou o próprio Lula na semana passada. Durante a celebração dos 31 anos de fundação do PT, o ex-governante afirmou que chegou a hora de “encarar” o mensalão, embora tenha desqualificado a existência de uma esquema do Executivo para a compra de apoio parlamentar.
Além de João Paulo, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário geral da legenda Silvio Pereira devem voltar à vida partidária. Já outro personagem do caso, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que é membro do Diretório Nacional do PT, não tentará reaver os direitos políticos, perdidos com a cassação do mandato de deputado em dezembro de 2005.
“É inegável a história do João Paulo como presidente da Câmara e nós entendemos que ele deveria assumir os cargos que o permitissem continuar dando contribuições efetivas ao país. Já era hora de ele emergir novamente. O José Dirceu, entretanto, tem uma batalha judicial pela frente e não deve perder esse foco nos próximos anos”, aponta o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP).
Propina
O mensalão consistiu no principal escândalo que atingiu o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005, em seu primeiro mandato. A prática consistia em um esquema de pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor de projetos do governo. Entre os 39 réus, estão parlamentares, ex-ministros, dirigentes do Banco Rural e o empresário e publicitário Marcos Valério. A ação, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), deve ser julgada neste ano. Será o maior processo da história da Corte, devido ao número de acusados.
FONTE:CORREIO BRAZILIENSE
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