O Ocidente sempre fez sermões ao mundo a respeito da necessidade de democracia, em especial no mundo árabe/muçulmano, em que ela não existe em parte alguma ou foi esporádica.
De repente, pipocam rebeliões pró-democracia um pouco em toda a parte desse mundo fechado, inclusive na Líbia, governada com mão de ferro por Muammar Gaddafi faz 42 anos.
Gaddafi reage da única maneira que sabe fazer: matando. Aí, as potências ocidentais ficam fazendo uma advertência atrás da outra a Gaddafi, que nem dá bola.
A reação das democracias é patética: ficam discutindo eternamente se é ou não o caso de fechar os céus da Líbia aos aviões que bombardeiam os rebeldes, se é ou não o caso de armá-los ou, enfim, se há alguma outra coisa a fazer, além de ameaças puramente verbais, para evitar a vitória de Gaddafi, cada vez mais iminente.
De repente, enquanto as democracias falam, a Arábia Saudita manda tropas para sustentar outra autocracia, a do Bahrein, igualmente sitiada por protestos. Não pede autorização para ninguém, não discute se é ou não necessária uma decisão do Conselho de Segurança da ONU, nada. Age, simplesmente.
É verdade que teve o respaldo do Conselho de Cooperação do Golfo, mas é uma coleção de autocracias.
O contraste é avassalador. Se Gaddafi vencer, a democracia ficará desmoralizada e o sinal enviado ao mundo árabe será demolidor. Ficará claro que as democracias só são solidárias de boca com quem diz lutar por ela. Já as ditaduras, essas sim, respaldam sem qualquer escrúpulo os ditadores vizinhos.
Se e quando os rebeldes de hoje decidirem que o melhor a fazer é buscar a solidariedade dos fundamentalistas islâmicos, já que não conseguem outra, o Ocidente não terá o direito de vir com a ladainha de que os árabes não têm mesmo vocação democrática.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
De repente, pipocam rebeliões pró-democracia um pouco em toda a parte desse mundo fechado, inclusive na Líbia, governada com mão de ferro por Muammar Gaddafi faz 42 anos.
Gaddafi reage da única maneira que sabe fazer: matando. Aí, as potências ocidentais ficam fazendo uma advertência atrás da outra a Gaddafi, que nem dá bola.
A reação das democracias é patética: ficam discutindo eternamente se é ou não o caso de fechar os céus da Líbia aos aviões que bombardeiam os rebeldes, se é ou não o caso de armá-los ou, enfim, se há alguma outra coisa a fazer, além de ameaças puramente verbais, para evitar a vitória de Gaddafi, cada vez mais iminente.
De repente, enquanto as democracias falam, a Arábia Saudita manda tropas para sustentar outra autocracia, a do Bahrein, igualmente sitiada por protestos. Não pede autorização para ninguém, não discute se é ou não necessária uma decisão do Conselho de Segurança da ONU, nada. Age, simplesmente.
É verdade que teve o respaldo do Conselho de Cooperação do Golfo, mas é uma coleção de autocracias.
O contraste é avassalador. Se Gaddafi vencer, a democracia ficará desmoralizada e o sinal enviado ao mundo árabe será demolidor. Ficará claro que as democracias só são solidárias de boca com quem diz lutar por ela. Já as ditaduras, essas sim, respaldam sem qualquer escrúpulo os ditadores vizinhos.
Se e quando os rebeldes de hoje decidirem que o melhor a fazer é buscar a solidariedade dos fundamentalistas islâmicos, já que não conseguem outra, o Ocidente não terá o direito de vir com a ladainha de que os árabes não têm mesmo vocação democrática.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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