Em nota, Guerra insinua que vereadores que deixaram a sigla já não seguiam as determinações da legenda
Sobre o PSD, disse que há "ética discutível" na "formação de partidos que reúnem adesismo" e conveniências pessoais
Catia Seabra
BRASÍLIA - Num gesto de apoio ao governador Geraldo Alckmin, o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), minimizou a crise no diretório paulistano do partido e atacou a legenda que será criada pelo prefeito Gilberto Kassab, o PSD.
No texto, Guerra trata com naturalidade o fato de o partido ter perdido 6 dos 13 vereadores que tinha na Câmara Municipal da capital.
Diz que os dissidentes estavam no PSDB mas não atuaram com o partido em 2008, quando Kassab se reelegeu derrotando Alckmin.
Na disputa, o prefeito contou com o apoio dos vereadores e do ex-governador José Serra. Com o texto, Guerra insinua que já não havia ligação entre os gestos dos dissidentes com as determinações da legenda.
Pelo menos 2 dos 6 vereadores irão para o PSD de Kassab. Os outros ingressarão em legendas que apoiam o prefeito, como o PPS e o PV.
Na nota, em referência à nova sigla, o presidente do PSDB diz há uma "ética discutível" na "formação de partidos que reúnem adesismo, conveniências em torno de projetos pessoais e mudança de lado".
Em apoio a Alckmin, Guerra descarta crise. "O PSDB promove convenções estaduais e municipais, como fazem todos os partidos. Em praticamente todas, há acordos. Em alguns casos, há negociações e até disputas. Nada disso indica crise."
ELEIÇÕES DE 2008
Os dissidentes do PSDB paulistano deixaram o partido acusando aliados do governador de excluí-los do comando do diretório municipal. "Alguns vereadores deixaram o partido. Estavam no PSDB, mas, nas eleições municipais, não votaram conosco, apoiando o prefeito Gilberto Kassab", diz a nota.
O presidente tucano também atribui ao racha da última eleição municipal a saída de Walter Feldman, um dos fundadores do PSDB. "No caso Walter Feldman, as divergências também são dessa época e apenas se consumaram agora."
Sérgio Guerra ainda exalta a administração de Alckmin: "um governo muito bem aprovado". "PSDB confia que a sua liderança levará o partido à vitória nas próximas eleições."
O texto segue a linha do discurso de alckmistas, que buscam minimizar o impacto da saída dos vereadores. Porém, vai na contramão dos que defendem um entendimento com a ala que apoiou Kassab nas últimas eleições de modo a evitar mais baixas e, talvez, pavimentar uma possível aliança com o PSD.
Kassab decidiu criar um partido para bancar a candidatura de um sucessor à Prefeitura de São Paulo em 2012, além de sua própria campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2014.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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