O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, saiu em defesa do governador Geraldo Alckmin
Christiane Samarco
ENTREVISTA - Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB
O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), saiu em defesa do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), atacando o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. "Alckmin tem liderança e comando comprovados e nos conduzirá à vitória na eleição municipal do ano que vem. O PSDB tem total confiança nele e não temos conhecimento de nenhuma crise ética no partido", disse Guerra em entrevista ao Estado.
A despeito de o partido ter perdido 6 dos 13 vereadores tucanos, ele nega que a regional paulista esteja encolhendo e defende a tese de que é natural que o grupo vencedor de uma eleição queira ter representação nos diretórios. "A ética discutível é a da formação de um partido - o PSD - que reúne frustrações, adesismo, conveniências em torno de projetos pessoais e mudança de lado."
Em nota divulgada ontem, Guerra nega a existência de uma crise tucana: "Neste momento, o PSDB promove convenções estaduais e municipais, como fazem todos os partidos. Em praticamente todas, há acordos. Em alguns casos, há negociações e até disputas. Nada disso indica crise".
O PSDB paulistano perdeu seis vereadores. O partido está encolhendo em São Paulo?
Não é verdade que estejamos encolhendo. O partido não perdeu nenhum deputado federal ou estadual e elegemos o senador mais votado de São Paulo - Aloysio Nunes - e o governador Geraldo Alckmin. Esses vereadores que estão deixando o PSDB foram eleitos na eleição passada. Vamos ver a repercussão disso na próxima eleição.
Para quem tinha 13 vereadores, ficar reduzido a 6 não é grave?
Não é bom, mas não é grave. A relação dos vereadores é com o prefeito e não com o governador do Estado.
O ex-deputado Walter Feldman, um dos fundadores do PSDB, também saiu do partido e o ex-deputado estadual Ricardo Montoro deu declarações de que pode fazer o mesmo.
Eu falo sobre a perda do Walter, nosso amigo, que já era dissidente há tempos. Essa perda que se consumou agora, na verdade, data da eleição de 2008, quando Alckmin e Kassab disputaram a Prefeitura.
Feldman admitiu que o problema teve origem na eleição de 2008, mas saiu falando em crise ética e responsabilizou o governador Geraldo Alckmin por ela.
O governador Alckmin foi eleito no primeiro turno, tem aprovação excelente, tem liderança e comando comprovados e nos conduzirá à vitória na eleição municipal do ano que vem. O PSDB tem total confiança nele e não temos conhecimento de nenhuma crise ética no partido. Somos referência neste tema. A ética discutível é a da formação de um partido, o PSD, que reúne frustrações, adesismo, conveniências em torno de projetos pessoais e mudança de lado.
Parte do tucanato paulista atribui a crise ao fato de Alckmin estar tomando o controle da estrutura partidária e deixando de fora aliados do ex-governador José Serra, que se queixam de isolamento.
Para mim, no PSDB todos são aliados do Serra. Todos fizemos a campanha dele para presidente da República e não nos arrependemos disso.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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