O Brasil elege no ano que vem cerca de 5.500 prefeitos e 60 mil vereadores. Os principais partidos já articulam a montagem de suas alianças nos 81 municípios de maior relevância -soma de 26 capitais e das 55 cidades com mais de 200 mil eleitores. Esse "G81" abriga 37% dos votos do país.
É raro encontrar um deputado ou senador alheio ao assunto. Os prefeitos e os vereadores eleitos em 2012 serão os cabos eleitorais dos congressistas na disputa de 2014. E também dos candidatos a governador e a presidente da República.
Por essa razão, chama a atenção Dilma Rousseff ainda não ter comissionado um de seus assessores para preparar um mapa eleitoral de 2012. Sobretudo com as principais alianças em gestação.
Nessa mesma época em governos anteriores, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva conversavam a pleno vapor com seus aliados políticos.
Tome-se o caso da cidade de São Paulo. O PT tem candidatos a prefeito -por enquanto, Marta Suplicy ou Fernando Haddad. O PMDB também tem seus nomes -Gabriel Chalita ou Paulo Skaf.
Não será o fim do mundo se os dois maiores aliados de Dilma seguirem rumos diferentes na disputa paulistana. Mas em política é necessário estabelecer regras de convivência. Quando PT e PMDB se tornam adversários em municípios grandes, é prudente a aliança nacional construir um cordão sanitário e evitar que o clima local transborde para Brasília e acabe contaminando os entendimentos sobre 2014. Não há sinais no Planalto de uma ação assim em curso.
Hoje é dia 16 de julho. O prazo para filiações partidárias dos candidatos de 2012 termina em setembro. Há pouco tempo para aplainar o terreno nas 81 principais cidades brasileiras. A complexidade aumenta numa aliança ampla como a de Dilma, com mais de dez partidos. Só ela poderá arbitrar e ser a fiadora de tantos acordos.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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