Foi uma pena o presidente da Fifa, Joseph Blatter, ter dado o cano e enviado o seu segundo, Jérôme Valcke, para enfrentar o touro, ou "toura", a unha.
Dilma Rousseff, que atropelou bonitinho o Ricardo Teixeira, da CBF, saiu do Brasil com o discurso na ponta da língua para defender o país e as leis brasileiras para a Copa. Ela falou e disse.
O governo pesquisou as duas últimas Copas para se preparar não só para sediar os jogos, mas também para segurar o tranco das pressões da Fifa, que não são poucas e às vezes são tipo chute na canela.
Exemplo: quando Blatter critica o cronograma brasileiro e lança dúvidas sobre a capacidade do país de fazer um bom trabalho, um bom espetáculo , diz que "a Copa é amanhã e o Brasil pensa que é depois de amanhã".
Uma das experiências foi a da África do Sul (2010), que teve de suportar a ingerência e a arrogância da Fifa, quase uma intervenção. Outra foi a da Alemanha (2006), que negociou de homem para homem, apesar de igualmente liderada por uma mulher, Angela Merkel.
As consultas foram principalmente em conversas olho no olho, ora entre embaixadores, ora entre assessores políticos, ora entre envolvidos diretamente na organização e realização das Copas.
Evidentemente, a experiência da África do Sul mostra o que o Brasil não deve engolir, e a da Alemanha dá pistas de como reagir à altura.
Dilma até pode, e deve, ceder em pontos daqui e dali. Afinal, a Copa não é do Brasil, é do mundo. Mas sem agredir as leis brasileiras. Uma questão de honra para ela é garantir meia-entrada para os acima de 60 anos.
Além de se afirmar na seara internacional, Dilma aproveita para ganhar mais uns pontinhos internamente. Não só da terceira idade, mas também dos que adoraram o escanteio de Ricardo Teixeira. O problema, porém, é outro: a infraestrutura vai ficar pronta?
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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