Fernando Exman
Brasília - Considerado a bola da vez ao enfrentar uma série de denúncias de corrupção envolvendo repasse de verbas a organizações não governamentais, o PDT do ministro Carlos Lupi (Trabalho) colocou em prática no fim de semana uma estratégia para defender-se das acusações que já provocaram mudanças na cúpula do ministério.
Matéria publicada na última edição da revista "Veja" relatou que auxiliares de Lupi teriam cobrado propinas de ONGs contratadas pelo Ministério do Trabalho. Foram citados o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), ex-assessor de Lupi, Anderson Alexandre dos Santos, até sábado coordenador-geral de qualificação do ministério, e o ex-chefe de gabinete de Lupi Marcelo Panella. O jornal "O Globo" publicou reportagem segundo a qual a Polícia Federal e a Corregedoria-Geral da União (CGU) investigariam desvios de verbas por ONGs que teriam convênios com a Pasta. Lupi é presidente licenciado do PDT.
"Qualquer denúncia de procedimentos equivocados em órgãos públicos tem que ser apurada", afirmou o líder do PDT na Câmara, deputado Giovanni Queiroz (PA), acrescentando que a bancada do partido é solidária a Lupi.
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) prepara uma petição que será assinada pelos deputados da sigla e enviada ao Ministério Público pedindo a abertura de um inquérito para apurar o caso. "Doa a quem doer", comentou Queiroz, líder do PDT, que espera explicações públicas de Weverton Rocha e não descarta a ida de Lupi ao Congresso para rebater as acusações.
No sábado, o ministro divulgou uma nota informando que abriria uma sindicância interna para investigar as denúncias, a qual deve contar com o apoio da PF e do Ministério Público Federal. Lupi também solicitou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a PF seja acionada e afastou Anderson Alexandre dos Santos até a conclusão das investigações.
Integrantes da oposição cobram o afastamento de Lupi. O ministro, mantido pela presidente Dilma Rousseff no cargo que ocupou no governo Luiz Inácio Lula da Silva, sofre oposição de uma ala do PDT e é cotado para deixar o governo na reforma ministerial a ser realizada nos próximos meses.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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