Jornalista fala em tentativa de "humilhação"; novo presidente será ex-secretário de Imprensa de Lula
BRASÍLIA. Inconformada com o que chamou de tentativa de "humilhação" fruto da disputa por poder, a jornalista Tereza Cruvinel deixou ontem o comando da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Segundo ela, a maioria do Conselho Curador da TV Brasil tentou desqualificar sua gestão, o que tornaria sua permanência no cargo "uma insanidade". O novo presidente da EBC será o jornalista Nelson Breve, ex-secretário de Imprensa do Palácio do Planalto durante o governo do ex-presidente Lula.
Tereza disse que, em agosto, informou a presidente Dilma Rousseff sobre problemas com o Conselho Curador, formado por 22 integrantes, dos quais 15 representam a sociedade. Segundo ela, a crise culminou com a disputa sobre a retirada da programação religiosa da TV Brasil. Enquanto o conselho defendia o fim dos programas, a direção executiva queria maior pluralidade. A disputa prossegue na Justiça.
--- O Conselho Curador não desejava minha recondução. Isto foi explicitado em mais de um momento. Eu iria querer ficar no cargo sofrendo esse tipo de ameaça? Em defesa da minha reputação, preciso dizer: o conselho está me ameaçando de fazer impeachment. Fui eu quem levei esse problema (à presidente). O governo não tem nada com isso. O problema é entre mim e o conselho --- afirmou ela, que ingressou na EBC em 2007, ano da criação da empresa.
Tereza defendeu que o governo volte a ter mais poder na escolha dos conselheiros da empresa. Ela sustentou que o governo jamais interferiu na independência da programação e que nunca recebeu "recadinhos" do Planalto tentando interferir no noticiário.
A presidente do Conselho Curador, Ima Vieira, do Instituto Emílio Goeldi, do Pará, negou que o conselho tenha agido para derrubar Tereza:
- É lamentável esse tipo de acusação. Discordo da tese de que o governo tem de ter mais poder na escolha dos conselheiros, estamos em constante aperfeiçoamento do processo de escolha (dos conselheiros). Mas não posso deixar de falar que ela foi uma gestora sensata.
FONTE: O GLOBO
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