Ministro da Defesa evita polêmica ao falar da ditadura
BRASÍLIA. Um dia após o tumulto entre apoiadores e opositores do golpe militar de 1964, na Cinelândia, no Rio, e três dias depois de a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter notificado o governo brasileiro para apurar a morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida durante o regime militar, o ministro da Defesa, Celso Amorim, evitou entrar em polêmica. O golpe de 1964, que depôs o presidente civil João Goulart e deu início a uma ditadura de 21 anos, faz aniversário hoje.
- Somos contra qualquer violência. Somos a favor de que haja sempre liberdade de expressão, desde que pacífica e respeitosa - afirmou o ministro, ao ser questionado sobre o tumulto ocorrido na última quinta-feira no Rio de Janeiro, após o encontro de dois atos: um para comemorar os 48 anos do golpe no Clube Militar, e outro que pedia a punição para os crimes da ditadura.
Na terça-feira, o governo brasileiro recebeu notificação da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que abriu investigação para apurar se houve omissão do Brasil ao não punir os responsáveis pela tortura e pelo assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, durante o regime militar. Indagado sobre a notificação, o ministro respondeu:
- Não sei. Não recebi ainda. Isso é pelo Itamaraty.
As declarações foram dadas após solenidade comemorativa dos 40 anos do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, quando também houve cerimônia de troca de direção da unidade.
FONTE: O GLOBO
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