Resultado de nova estratégia para melhorar o diálogo com parlamentares, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convidou líderes de partidos aliados para um café da manhã e antecipou que anunciará novas medidas econômicas na semana que vem.
Um cafezinho para refrescar os ânimos
Em estratégia do governo de reaproximação com base, Mantega encontra líderes do Congresso e faz mea-culpa
Isabel Braga
BRASÍLIA. Ao mesmo tempo em que articulou pesado para evitar ontem a aprovação de requerimentos de convocação de vários ministros e autoridades, o governo pôs em prática a estratégia de reaproximação com sua base aliada. Na estreia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convidou líderes aliados para um café da manhã com seu staff e a ministra Ideli Salvatti e, num gesto de cortesia, antecipou a eles que o governo anunciará, na próxima semana, medidas para a economia.
O ministro disse que quer estreitar os laços com o Parlamento e até fez um mea-culpa, admitindo que muitos projetos e medidas provisórias foram enviados ao Congresso sem uma conversa prévia com os aliados. E que a partir de agora será diferente. Mantega arrancou elogios dos líderes que participaram do encontro.
A relação do governo com seus aliados está mais distensionada, e o encontro foi elogiado inclusive por Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB, que mais tarde ocupou a tribuna para reclamar do tratamento dado pela imprensa. Candidato à presidência da Câmara em 2013, Alves defendeu as emendas parlamentares e o pleito de cargos por partidos aliados, que ajudaram a eleger o governo.
- Emenda é lei orçamentária. É direito nosso e já era para ser impositivo. (...) Toda hora me perguntam: e os cargos? Como se fosse absurdo quem elegeu ajudar a governar. Quem vai sentar lá? Algum fantasma, ET? Não é o pejorativo "toma lá dá cá", queremos ser sócios na gestão - discursou, sob aplausos. - Tudo o que faço, dizem que é para conquistar voto. Se eu voto com os ruralistas? Voto mesmo, é o Brasil real, não é contra ninguém, é somar esforços. É respeito lá e em todo lugar.
A retomada das votações no Congresso, por sua vez, agradou ao Planalto.
- O acordo foi trabalhado a três mãos, com a participação do governo. Mas a decisão sobre o que vota na Câmara é da Câmara. Definindo o calendário de votações, estamos exercendo uma tarefa que é do Parlamento - disse o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).
Pela manhã, enquanto os líderes tomavam café com o ministro Mantega, os vice-líderes do governo se mobilizaram para evitar a aprovação, em comissões da Câmara, de vários requerimentos de convocação de ministros e autoridades. Foram tiradas de pauta ou derrubadas propostas de convocação das ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Miriam Belchior (Planejamento) e de outras autoridades, entre eles os presidentes da Petrobras, Graça Foster, e do Banco do Brasil, Aldemir Bendini, para falar sobre problemas em suas pastas.
FONTE: O GLOBO
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