quinta-feira, 29 de março de 2012

Marta ainda resiste a apoiar Haddad

No twitter, ela afirma que não se "turbina candidatura com desespero e pressão"

Guilherme Voitch

SÃO PAULO. A senadora Marta Suplicy (PT) disse, nesta quarta-feira, por meio de sua conta no Twitter, que não se "turbina uma candidatura com desespero, pressões e constrangimento" e que "a tese de que qualquer candidato do PT [em São Paulo] tem assegurado 30% do eleitorado não é totalmente verdadeira". Marta tem sido cobrada pela cúpula do PT a participar mais ativamente da campanha do pré-candidato petista à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

Durante a semana, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, cobrou publicamente maior empenho dos petistas na campanha de Haddad, mas Marta se mantém distante e há os que entendem que ela ainda alimenta chances de que a candidatura de Haddad não deslanche e que a cúpula do PT possa voltar a cogitar em seu nome para enfrentar o ex-governador José Serra (PSDB).

Marta chegou a colocar seu nome como candidata à prefeitura, mas retirou a candidatura depois de reuniões com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, a senadora, que tem forte presença política na periferia da cidade, tem mantido distância da campanha de Haddad.

Na segunda-feira, em visita ao Itaim Paulista, bairro da Zona Leste da cidade, um eleitor chegou a perguntar para Haddad se ele era "contra a Marta".

Ontem Haddad afirmou que espera a ajuda de Marta na "hora certa" e, em entrevista para um programa de rádio, antes de saber da mensagem de Marta no twitter, elogiou a ex-prefeita:

- É só comparar tudo que ela fez com as gestões que vieram depois (Serra e Kassab).

O vereador Antônio Donato (PT), um dos coordenadores da pré-campanha de Haddad, contemporizou:

- Ela (senadora Marta Suplicy) nos deu garantia de que vai estar ao lado de Haddad quando a campanha começar. A campanha ainda não começou. Essa declaração [no twitter] é uma resposta a uma matéria de jornal. Da parte do PT não há pressão por nenhuma movimentação dela nesse momento - afirmou.

Apesar das declarações, petistas da CNB, a corrente majoritária do PT que cobra espaço na coordenação de campanha, defendem que a senadora deve mostrar-se disponível para a campanha já neste momento. Para eles, a senadora é fundamental para impulsionar a candidatura de Haddad.

Colaboraram: Sérgio Roxo e Silvia Amorim

FONTE: O GLOBO

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